18| me beija

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Pov Ricelly:

Sabe aquele momento em que as palavras saem da sua boca de forma tão simples e genuína, como se fosse algo fácil ou normal de se falar? Tão espontâneas que você mal dá conta de que falou até perceber que de fato, foi dito o que você mais temia em dizer?.– Pois bem, é mais ou menos dessa forma que estou me sentindo agora.

Meu coração parecia não querer dar trégua e minha garganta estava tão seca e eu estava tão hipnotizado nos olhos da mulher em minha frente, que me faltava o raciocínio lógico.

– cê tem certeza?.– é tudo que escuto vindo da boca da loira, depois de alguns segundos que pareciam minutos, dela em silêncio.

– eu…– antes que eu falasse ela mesma me interrompe…

– me beija. -- no momento que diz, meu estômago pareceu criar borboletas e as minhas mãos começaram a suar, e Infelizmente como se fosse algum tipo de alerta, pisquei algumas vezes os meus olhos e minha cabeça pareceu voltar a raciocinar.

O que eu estava ouvindo, parecia música para os meus ouvidos, mas o que eu deveria fazer, parecia meu inferno na terra…

– Lila, eu…– tento falar, porém estava desnorteado demais para conseguir formular uma frase completa.– o que cê acabou de falar?

– te pedir pra me beijar, Ricelly. O que tá esperando? me beija…– a Mendonça fala e tenta se aproximar ainda mais de mim, porém, me afasto um pouco do seu corpo

– espera…calma…você não quer fazer isso.– digo, e parece que todo o álcool que tinha em meu corpo, Agora, estava esvaindo. Eu só conseguia focar no quanto não estávamos em um bom momento pra isso ao mesmo tempo no quanto a minha vontade estava tão grande…

Eu jamais me aproveitaria de ninguém bêbado, principalmente da Marília. E mesmo que não pareça tanto, eu sabia que ela estava sob efeito de álcool.

Não poderia fazer isso, mesmo querendo muito.

– uai, não é você que acabou de se declarar pra mim? Eu tô te pedindo pra me beijar então me beija…ou você já desistiu da sua confissão?.– questiona, ficando dessa vez, brava.

– não…não é isso, é claro que não voltei atrás. Eu só não posso fazer isso minha flor.– digo tentando a convencer, mas estava tão difícil em dizer as palavras. O que eu tinha na cabeça em falar isso?.– eu não posso beijar você estando bêbada e não posso fazer isso com o risco de estragar as coisas amanhã entre a gente ou o risco de você se arrepender.– finalizo e Engulo em seco, vendo a confusão estampada em seu rosto.

Agora o semblante de brava tinha sumido e só estava realmente o de confusão misturado com frustração…

– você me deixa tão confusa…– sussurra e acaba negando

Ouvir isso fez de certa forma meu coração doer, pois tinha verdade em seus olhos.

Tive a certeza que eu mexia com ela ou isso era apenas coisas da minha cabeça?

– me desculpa.– peço e respirou fundo, passando as mãos no meu rosto enquanto bagunçava com o meu cabelo.– eu não deveria ter dito isso ou dado a entender tudo isso…mas penso pelo lado bom…amanhã tem grandes chances de você não lembrar.– pontuo e eu juro, eu estava me matando por dentro ao falar o que estou falando, entretanto…álcool nenhum seria o suficiente para me fazer fugir da minha realidade.

– eu vou lembrar…– Marília tenta me convencer e faz um biquinho, o que me fez rir porém, ter ainda mais a certeza que ela estava bêbada.

Ok, talvez tenha chances dela lembrar mas eu não poderia arriscar. Não dava…não assim.

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