DOIS COVARDES

25| insuficiente

Pov Ricelly:

Não sei dizer o quanto sempre me sinto horrível todas as vezes que eu e a Marília brigávamos.– eu me sentia péssimo por causar algo há qual era inevitável se eu decidisse mesmo tocar no assunto que tanto nos afeta e mesmo assim, como um belo idiota que eu sou, falei sobre ele não me importando com mais nada além do alívio que meu coração sentiria ao desabafar.– eu realmente estava envolvido de cabeça nessa e queria muito que ela soubesse o quanto eu tinha certeza de que a queria.

Fui um idiota. Um completo idiota…

Sim, eu realmente tinha ficado chateado com algumas das suas atitudes e tinha mesmo me magoado, afinal, quem é que gostaria de ouvir da boca da pessoa que você ama que o que cês tem não é "real"? E mesmo que não tenha sido essas palavras que a loira usou, eu me sentia como se tivesse sido. Porém, eu a amava. Amava a Marília de forma a qual achava não ser possível e mesmo tentando a ignorar por esses dias desde da nossa briga, eu simplesmente não conseguia ficar indiferente com ela. Ela sendo apenas a minha amiga ou não…

Tinha chegado a tantas conclusões que só em pensar nelas meu coração doía. Percebi que não era justo termos que se restringir tanto, assim como também não era justo ter colocado tanta pressão em cima dela.– sinto que falhei em algo e esse algo é exatamente o que falei a me mesmo que faria o possível pra não deixar acontecer.

Acabei me magoando e a magoando. O que era o suficiente pra me entender que não era dessa forma que eu queria que nosso relacionamento seguisse…não queria que as coisas fossem a base de "pressão" ou discussões, queria que fosse natural, como sempre foi entre nós dois.

Mas nesse momento eu tinha apenas uma certeza, tinha apenas uma vontade, uma escolha e uma decisão.– não sei dizer ao certo o quão próximo estamos, sei que sinto a respiração quente da lila perto do meu rosto e que agora seus lábios pareciam ainda mais atraentes enquanto ela falava qualquer coisa que eu não estava prestando tanto a atenção.– sabia apenas que estava difícil me concentrar em algo. Meu coração ardia por ela…e isso é um fato.

Não tinha conversa, apenas uma troca de olhares a qual estava me deixando sem fôlego e antes que eu me arrependesse da decisão que tomei, a puxei para meus braços, tocando delicadamente em seu rosto vendo seus olhos se fixarem em minha boca mas relutarem e olharem para os meus olhos. Ela estava tão linda, na verdade, ela é linda. Me doía fortemente a possibilidade de a perder de alguma forma, não me importava o que tínhamos pra conversar, só precisava sentir urgentemente o gosto dos seus lábios e dos seus beijos.

– precisamos conversar rique eu…– antes que ela terminasse a calo com um simple selinho, fazendo ela sorrir Mínimamente.

- Marília, eu preciso que cê me deixe fazer apenas uma coisa…que é te amar. Depois a gente conversa…

– Ricelly, eu vim até aqui pra me acertar com você, preciso te dizer algumas coisas…– a loira ainda insiste em dizer, mesmo com a voz um pouco mais baixa do que antes e eu permito que apenas um sorriso escape dos meus lábios, negando enquanto a olhava atentamente

– cê ter vindo até aqui já me diz muita coisa. Não precisa falar nada agora minha flor.– respondo e a olho ainda de forma atenta, colocando as mãos em seu cabelo enquanto a puxava para cima do meu colo.– vem cá.– digo enquanto a encarava e alisava delicadamente a sua pele, passando meu polegar por seus lábios.– cê é tão linda, sabia? Me deixa matar minha saudade.

Assim que falo, vejo os olhos da Mendonça em minha frente brilharem e seu sorriso aparecer novamente, corando brevemente as bochechas enquanto se dava finalmente por vencida.

– você também é lindo. Muito lindo…– diz e assim como eu, sabia que a mesma ansiava por isso então, sem perder mais um segundo sequer, a puxei para um beijo de maneira voraz e começamos a nos beijar incessantemente.