Empire Of Desire || Shawn Mendes

Capítulo Dezoito

                                    Krystal On:

Ele vai me ensinar como me comportar. Isso foi o que ele disse. Foi o que ouvi, e ainda não consigo acreditar. Não posso acreditar em muitas coisas desde ontem à noite.
Quando acordei esta manhã, pensei que talvez, apenas talvez, fosse tudo um sonho e ainda estivesse presa nele, mas então senti o cheiro dele. Essas notas de especiarias e madeiras permaneceram em meus lençóis e em mim muito depois que ele saiu do meu quarto. Então não poderia ter sido um sonho, porque Shawn nunca entra no meu quarto. Nunca. Ah, e minha calcinha estava faltando. Sim. Dormi a noite toda sem calcinha e continuei esfregando minhas coxas em uma tentativa desesperada de recriar o atrito, mas falhei miseravelmente.
Então saí cedo esta manhã porque não sabia o que aconteceria se o visse pairando sobre mim no café da manhã. É o que ele faz às vezes desde que se mudou. Ele paira, encostado no balcão com as pernas cruzadas nos tornozelos e bebendo seu café até ter certeza de que comi alguma coisa. Porque aparentemente, beber meu milk-shake não conta como café da manhã.

E não queria ser mimada por ele. Também não queria ser confrontada com suas feições rígidas e olhos punitivos ou o fato de que ele poderia fingir que nada aconteceu. Isso teria me matado lentamente, e ainda não estava pronta para a palavra com M. Mas aqui estou. Mais uma vez sob seu escrutínio, e ele não está fingindo que nada aconteceu. Inferno, ele até me chamou de sua esposa. Em seu escritório. Durante o horário de trabalho. E por que isso é tão sexy? Porque me sinto à beira de hiperventilar mesmo quando passo entre suas coxas. Suas coxas fortes e poderosas que podem me apertar e dobrar com facilidade.
—E agora? — Expiro.
É assim que minha voz se torna quando ele está tão perto que posso absorver seu calor, tão perto que posso ver a linha de sua mandíbula e traçar os contornos de seu rosto, com meu olhar, é claro, porque não acho que tenha a coragem de tocá-lo. Ou se tenho permissão. Então seguro a mesa atrás de mim e me inclino contra minhas mãos para não ter a chance de agir de acordo com essa compulsão.
—Nem uma palavra,Krystal.
—Por que?
—Você é uma garota má, certo?
—Eu sou. Tão, tão má.
—As garotas más não falam, então quando digo para você calar a boca, você fala.
—Certo.
—Você ainda está falando.

Franzo meus lábios, inclinando ainda mais em minhas mãos até que meus dedos cavam na cavidade das minhas costas. E está formigando, minhas costas ou minha coluna, não tenho certeza. A explosão de sensações é mais do que posso suportar ou compreender.
—Agora suba na mesa. — A ordem em sua voz é combinada com o escurecimento gradual de suas íris.
Meus membros tremem enquanto uso minhas mãos para subir na mesa até meus pés ficarem pendurados e posso olhar para baixo e ter uma visão direta de sua ereção. Santo. Inferno. Não tinha notado antes, não tive a chance quando estava olhando para o rosto dele, mas agora, não há como confundir a protuberância em suas calças escuras. E não consigo tirar os olhos disso. Não consigo me concentrar em nada além disso, nem mesmo nas minhas entranhas trêmulas.
—Você gosta do que vê?
—Sim... — digo distraidamente.
—Porque você gosta disto?
—Porque você me quer. — As palavras me deixam em um assobio e minhas respirações fraturadas seguem logo depois, quando finalmente encontro seu olhar.
Uma sombra cruza seu rosto e um músculo se contrai em sua mandíbula. A dureza em sua expressão me rouba o ar e me deixa ofegante.

—Eu nunca pensei que você iria me querer, — confesso em voz baixa, pedindo que o que o aborreceu vá embora. Mas fica pior. As veias em seu pescoço apertam e incham e os músculos do peito se expandem tanto que acho que vão explodir para fora de sua camisa e jaqueta.
—Quem disse que eu quero você? Talvez só queira brincar com você.
—Você teria que querer quando quis brincar comigo,Shawn.
Ele estreita os olhos em mim.
—Você deveria dizer que não é um brinquedo e eu não deveria querer brincar com você.
Levanto um ombro.
—Eu não me importo.
—Você não se importa?
—Uma pessoa normal provavelmente faria, mas sou um pouco estranha e uma garota muito má, então você pode brincar comigo o quanto quiser. Eu serei seu brinquedo. — Pelo menos assim ele não está colocando mil paredes entre nós.
Dessa forma, posso me aproximar, mesmo que apenas pelo sexo. Estou bem com sexo. Gosto dos sentimentos que traz e da entrega de tudo. E se o que aconteceu ontem à noite é alguma indicação, sexo com Shawn provavelmente vai destruir todos os meus pensamentos e expectativas.
Como se para provar que vai ser muito diferente do que fantasiei, Shawn coloca a mão no cós da minha saia e brinca com o zíper, seu polegar roçando meu quadril por baixo da minha camisa. —Você vai ser meu brinquedo, hein?
—Sim.
—Posso brincar com você?
—Você pode.
—Você deixa os meninos brincarem com você com frequência,Shawn?
—Às vezes...
Ele não gosta disso. Ele não gosta nem um pouco, e isso se traduz na tensão em seus ombros e na maneira como seu toque passa de explorador para dominante. Ele me agarra pelo quadril, com força, embora seu tom ainda seja calmo.
—Você faz, hein?
—Uh...
—Responda à pergunta. —Sim.
Pensei que ele estava buscando a confirmação de minhas palavras anteriores, mas seu aperto está apertando a cada segundo.
—O que você deixa eles fazerem?
—Deixo que eles me toquem, me apalpem e levem meus mamilos à boca. — Não sei por que estou dizendo isso, mas gosto de como isso prolonga o domínio duro de dentro dele, então não paro. —É bom, quando meus mamilos estão entre os dentes, quando estão puxando, puxando e mordendo.