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Risadas, risadas horríveis. Dean Winchester nunca riu e, mais importante, ele nunca riu de outras pessoas. Mas é claro que quando a garçonete loira veio até a nossa mesa, Dean de repente se tornou a pessoa mais engraçada do mundo, e eu odiei isso. Eu odiava que Dean mudasse completamente sua conclusão para uma garota, uma garota que ele provavelmente nunca mais veria. Eu tinha que admitir que estava com ciúmes da garçonete, ela tinha todos os recursos que eu sonhava e ainda por cima tinha a atenção de Dean.
Sam sabia sobre a paixão que eu tinha por Dean. Ele sabia sobre o rubor sempre tão perceptível que aparecia em minhas bochechas sempre que ele estava por perto, a maquiagem extra depois dos casos e as roupas que eu usava apenas para impressioná-lo. Sam sempre me disse para ser eu mesma. Que Dean me ama do jeito que eu sou, mas como eu poderia me amar quando o homem que eu amei nem percebeu.
Eu sempre pensei que quando Dean olhava para mim nunca era o mesmo que eu gostaria que fosse. Eu sabia que ele via um garotinho, uma garota da mesma idade que seu irmão sempre andando por aí. Quando eu era mais jovem, costumava olhar para Dean como se ele pendurasse as estrelas. Principalmente porque ele sempre se importou com Sam e eu, grudado em qualquer um que estivesse me incomodando e, o mais importante, me manteve segura.
Por volta dos 12 anos, Dean Winchester foi meu primeiro beijo. Meu pai era caçador junto com John, e onde quer que ele fosse nós o seguimos. Era um dia depois do meu aniversário de 12 anos, e eu mal podia esperar para comemorar na escola. (Sam e eu tínhamos a mesma idade, mas Dean era apenas 3 anos mais velho.)
No final do dia eu esperei quase o tempo todo para Sam sair da escola até que eu vi Dean passando. Lá estava ele em toda a sua glória, garotas o cercando por toda parte. Dean me viu na esquina da escola e deixou todas as meninas para ficar comigo, e cara, eu nunca me senti melhor. Ele me disse que Sam saiu mais cedo e ele iria para casa comigo. Durante toda a caminhada conversamos sobre a escola e o aspecto social e quando surgiu o tema dos amigos fiquei quieto rapidinho. Dean me perguntou o que está errado e surpreendentemente eu disse a ele. Todas as garotas da minha classe estavam tirando sarro de mim porque eu tinha 12 anos e ainda não tinha dado meu primeiro beijo.
Dean riu e me disse que as garotas eram más, e elas provavelmente também não tiveram o primeiro beijo, mas nunca menos que eu estava triste. Após nossa conversa, Dean e eu ficamos em silêncio. O tópico de garotas malvadas e não ter meu primeiro beijo me deixou triste. Aquela tarde estava tão fria para outubro e quando eu tentava puxar minha jaqueta leve para conforto foi quando as lágrimas começaram a cair.
Dean e eu tínhamos acabado de passar pelo parque antes do motel quando ele começou a notar. Eu fiquei atrás dele por um tempo e quando ele se virou eu estava chorando. Cabeça em direção ao chão, lágrimas escorrendo dos meus olhos, e ainda por cima eu estava tremendo.
Dean se virou e suspirou, ele se aproximou de mim e disse meu nome. Eu não olhei para ele, principalmente porque eu não podia. Ouvi dizer que eu estava reclamando dos meus problemas de beijo com um garoto que tinha mais garotas do que eu podia contar. Depois de um tempo, quando eu ainda não olhava para Dean, ele me puxou para um abraço. Quem saberia por ele fazendo isso eu chorei ainda mais, mas nunca menos ele ainda me abraçou. Ele deixou meu choro em seus braços pelo que pareceu uma eternidade.
Quando finalmente terminei de chorar, ele me trouxe para o banco para me sentar e me disse que aquelas garotas eram estúpidas. Que eles simplesmente estavam com inveja de mim, nunca foram amados e queriam atenção, mas mesmo assim eu ainda estava triste. Dean me perguntou se eu estava com frio e me deu sua jaqueta e finalmente perguntou o que ele poderia fazer para me animar.
Eu sorri e pensei em uma coisa, mas ri. Finalmente, depois de dez minutos, contei a ele o que pensava. A única maneira de me sentir melhor era se ele me beijasse. Mais uma vez ele me deu sua risada clássica e me disse que eu não precisava dar meu primeiro beijo só porque as garotas zombavam de mim e que deveria ser com alguém especial. Lembro-me de olhar e Dean e dizer a ele que ele era especial. Perguntando mais uma vez Dean olhou para mim e finalmente me beijou. Ele me disse naquele dia que se alguém já tivesse tirado sarro de mim eu nunca teria que me preocupar porque eu sempre seria sua garota. Dean Winchester tinha acabado de me beijar no parque e eu ainda não conseguia superar isso. Dean Winchester foi meu primeiro beijo.
(Ainda me lembro de caminhar para casa com Dean depois do nosso primeiro beijo. O ar frio de outubro me trazendo alegria porque eu pude usar a jaqueta Dean. Todos pensaram que eu estava doente quando Dean e eu chegamos ao motel. bochechas voltando para casa naquele dia, e certamente não foi por causa do clima.)
Sentado na mesa de jantar com Sam eu finalmente parei de olhar para a janela e olhei para Dean. Lá estava ele meu Dean flertando com outra garota. Encostado no bar da lanchonete rindo escrevendo seu número no guardanapo branco liso. Tirando meus olhos do casal, meus olhos foram atraídos de volta para Sam. Sam se aproximou do meio da cabine e segurou minhas mãos. Eu nem precisei explicar a ele o que havia de errado que ele já sabia. Sam apenas segurou minhas mãos e continuou sua pesquisa.
Eu estava confusa? Como Dean poderia me proteger depois de um caso, limpar minhas feridas, beijá-las melhor, me fazer serenata no impala e, o mais importante, deitar ao meu lado à noite e me abraçar como se estivéssemos apaixonados.
No fundo eu sabia que uma parte de Dean Winchester me amava. Eu sabia que um dia, depois de todos os flertes aleatórios, e uma noite, estaríamos juntos. Eu sabia que Dean sempre me via como "sua garota", mas com o passar do tempo eu me pergunto quanto tempo mais a fachada continuaria? Quanto tempo mais Dean iria flertar com outras garotas e ainda fingir que não me ama?
