Cap. 01 - Eu sou Anelise

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?: Detetive V? A ordem tem uma missão para você
V: Ordem? - Suspiro com receio de ser mais papo furado - Ok, que missão é essa? Eu já adianto que meu preço é caro
?: Acho que não entendeu, peço que venha até o meu escritório, vou enviar o endereço.... É sobre um assassinato de quarto paredes
V: Hmm? Ok, conte-me mais.... - Admito, adoro um bom mistério para desvendar
?: A Ordem tem uma regra, só trataremos desse assunto quando chegar, vamos nos encontrar
V: Ok, em breve estarei aí

eu me levanto e com já uma mensagem em seu celular e um endereço, saio, me dirigindo ao local.
O Local era um arcade e bar, local estranho, mas não questiono, já vi tanta coisa estranha nesse trabalho, eu entro, estava vazio apesar de muitas máquinas ligadas, me aproximo do Bartender e simplesmente digo:

V: Boa noite, eu vim a pedido da ordem

O rapaz nem pensa duas vezes e confirma com a cabeça, então aperta um botão atrás da bancada, onde uma porta se abre. Eu caminho para a porta dos fundos que ele indica e Caio em um corredor, com duas portas abertas nas laterais, mas ignoro, apenas sigo ao grande escritório à minha frente, as portas duplas estavam abertas e ao fim estava o homem sentado, parecia ter 50 e poucos anos, uma barba baixa e uma cicatriz que subia pelo lado esquerdo de seu rosto, não olhei demais

?: Detetive V?
V: Me chama de Viper mesmo.... o senhor é?
?: Sente-se.... eu me chamo Estevan
V: Ok.... senhor Estevan, o que eu estou fazendo aqui?
E: Só Estevan.... V, pelo seu jeito, provavelmente não ouviu falar de nós, a Ordem luta contra o desbalanceamento da membrana paranormal
V: Membrana?.... Por favor, vá direto ao ponto, não tenho muito tempo a perder
E: Sabe que com tantas raças diferentes andando por ai, muita coisa paranormal e difícil de ser justificada acontece, pois bem, a ordem luta para que o equilíbrio seja mantido, e existe um caso em específico que me intrigou quando percebi.... um assassinato, de um dos membros da ordem, todos são bem treinados para lutar, mas a polícia ainda não foi notificada do ocorrido.... foi um assassinato de quarto fechado, imagino que saiba o que é isso
V: Sim, um assassinato onde o ambiente em si foi intocado e impossível a entrada ou saída de um assassino, mas existem muitas formas de se justificar isso
E: Acredito que sim, e o senhor é especialista nisso, por isso está aqui....  mas....
V: Mas....? O que não está me contando?
E: Tudo pareceria um suicídio detetive Viper.... se não fosse por um bilhete, uma carta.... endereçada ao senhor
V: *Estende a mão* Deixe-me ver isso
E: Aqui

Estevan me entrega o bilhete, o mesmo que dizia:

"Hoje é o meu último dia, hoje eu me despeço do mundo, hoje eu me despeço de tudo que é normal e paranormal, hoje é o fim de um ciclo e começo de um novo, quando a cobra morde o próprio rabo, o ciclo de poder se reergue e para que um possa viver, outro precisa morrer.... hoje é a minha vez.... essa noite chuvosa narra o meu fim, e em breve narrará o seu, detetive Viper"

Quando eu leio aquelas palavras, sinto um frio na espinha, algo me soava tão familiar, a chuva.... isso me lembra do caso de anos atrás.... de 7 anos atrás mais específicamente..... no topo daquele prédio, eu sai do controle dele e consegui disparar, mas o corpo nunca foi encontrado.... ele está de volta!
Em um súbito movimento de raiva, bato na mesa e levanto com tudo!

E: Vejo que isso parece pessoal para você também detetive?
V: Mais do que pensa..... eu preciso ver o local do crime
E: Sim.... mas como deve imaginar, a carta pareceu ser pessoal para o senhor, não sei sua relação com a ordem ou o meu agente em questão, então não vai sozinho.... você levará uma agente com você, de minha confiança
V: Eu trabalho sozinho
E: Ela estará te vigiando enquanto te auxilia em qualquer dúvida ou problemas paranormais
V: Eu não preciso de babá! Eu só preciso pegar esse filho da p-
E: Você..... jovem detetive.... é meu suspeito também, então eu estarei de olho em você até tudo ser solucionado.... eu te ajudo e você me ajuda...
V: Eu trabalho sozinho!
E: Não nesse caso.
V: Merda.....
A: Senhor Estevan?
E: Oi, quero que conheça o detetive Viper..... detetive, essa é-
A: Prazer, sou Anelise....

Quando olho para o lado, percebo a mulher jovem, cabelos curtos e loiros, seus olhos verdes penetrantes estavam ali me encarando, algo me intrigava... quando ela chegou ali? Eu não percebi ela se aproximar e geralmente tinha uma boa audição, não escutei da onde ela veio.

V: Ane... Ane o que? Não, Estevan isso não vai rolar
A: ela dá uma risadinha Isso vai rolar você queira ou não
E: Isso não é uma opção, você tem que fazer isso e vai ser do nosso jeito, se você vai ter que trabalhar com a Ordem vai ser sob a minha tutela, vai ser sobre a minha vigilância e da Anelise, você tá me ouvindo?
V: Não, não... porra, é meu trabalho, eu sei fazer o meu trabalho, eu sei fazer exatamente o que estou fazendo, essa merda que vocês estão lidando é muito pior do que vocês já virão.
A: Você não tem noção do que a gente já passou, do que a gente passa por aqui... se você já viu coisa eu também já vi
E: Rapaz, você não tem a menor ideia...
V: Merda... Ta bom, Anelise né?
A: Isso
V: Ai merda, tá bom, eu me chamo Viper... V... não importa como você vai me chamar, só vamos acelerar essa porra por que... isso é importante, isso é pessoal
A: Vambora
E: Anelise, antes de você ir eu tenho uma coisa que preciso falar com você
A: Pode falar...
V: Ta, tá bom, só não perde tempo, eu to te esperando lá fora
A: Calma apressadinho

Saio andando para fora.
Enquanto isso Anelise continuava a falar com Estevan.

E: Anelise, presta atenção... esse cara, esse V, eu não sei qual que é a dele mas um agente nosso morreu e tinha uma carta de suicídio no local que estava endereçada a ele, eu preciso que você fique de olho nele e esteja preparada para qualquer coisa, esse cara... eu não confio nele, ele pode se chamar de detetive ou seja lá o que quer que seja eu não confio, ele parece tá metido em muito mais problema do que parece, isso tudo tá me cheirando a problemas do outro lado e com certeza tem a mão do outro lado
A: Deixa comigo, também não fui muito com a cara dele
E: Ok então... boa sorte e mais uma vez, entre em contato o quanto antes tá?
A: Alguma vez eu decepcionei?
E: Quer mesmo que eu fale?
A: Precisa não, tchau... - ela vira as costas e sai da sala de Estevam

V: Ah caralho como eles estão enrolando... Porra Anelise, finalmente... é, Anelise né? Pelo amor de Deus, nome complicado, escreve como essa merda? Com dois N's?
A: É... não, me chame de Ane...
V: Ane?... Só pra constar, eu não sou seu amigo, tá?

Ali começa minha aliança com Anelise... eu nunca imaginaria o que aquela mulher passaria a significar pra mim.

CHUVA SEM FIMOnde histórias criam vida. Descubra agora