Cap 06 - Viagem

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Depois de algumas horas, eles chegam ao trem, e já partem em direção àquela cidade antiga e remota.

V: Eighty, na escuta?
E: Fala papai! Tô aqui!
V: Como está o Tsukki?
E: Moleque tá bem, tá aprendendo uns negócinhos aqui
V: Você consegue levar ele pra algum lugar mais seguro?.... De preferência, longe da cidade, acho que pode estar mais fora do alcance do Killrain...

V escuta um suspiro vindo do lado de Eighty e um silêncio

V: Eighty?
E: Sim, eu consigo... eu tenho uma amiga.... não sei se ela vai gostar muito mas posso levar pra ele, é ela quem cuida do meu auto-mail... meu braço...
V: Uhum, então consegue adiantar isso ainda hoje?
E: Certo....

V percebe que de repente Eighty parecia ficar mais sério, talvez atormentado por algum passado?... Era muito para se questionar.
G: Ei, com quem tá falando?
V: Com o Eighty... ele é nosso aliado
G: Eighty? Hmm, tem foto? Ele gosta do que?
A: Está interessada em mais um, é?
G: Ah.... querida, relaxa, você já tá na lista, vou tratar de você assim que fecharmos as portas
V: É.... se controlem.... e eu não sei, não somos tão amigos assim
E: Eu gosto dela, pode falar! A ruivinha é tudo de bom!
G: Hmm, fala pra ele que eu tô doida pra conhecer ele! - Diz Gabs, se aproximando muito de V, como se tentasse falar por seu comunicador
V: Você escutou ele?
E: Epa! Pode deixar, toca pro pai que aqui é gol, não sou Neymar não, aqui a gente não cai no meio de campo, pode mandá que a responsa a gente tanka
G: hahahaha! Esse garoto é engraçado, gostei dele, V! Quero que me apresente quando voltarmos - Diz Gabs, se aproximando, ali V entende que sua audição era boa, já que conseguia escutar o som no ponto dele
V: Tá, Eighty, tira os olhos da minha esposa
E: Esposa? Mas oxi, não era a Ayumi? Qual foi detetive, tu tá guloso em? Porra....
V: Eighty!
E: Fala senpai.... Adoro quando me chama pelo meu nome assim... - Diz Eighty quase em gemido
V: a-aaah! - V sente um arrepio - NÃO MOLEQUE! SE LIGA PORRA! PARA COM ISSO!!
E: Qual foi V! - Eighty ri - Tu tá muito sensível!
V: Você tá dentro da minha orelha porra!
E: ISSO PORQUE AINDA NÃO ESTOU NO SEU -
V: SÓ LEVA O TSUKKI E ME AVISA! - V desliga o comunicador na hora

Anelise ri, vendo aqueles dois, achava engraçado como tão rápido pareciam amigos de infância, então caminham por dentro do trem, indo cada um para o seu quarto.

Era tarde da noite já, havia sido um dia cansativo, Anelise estava deitando no banco quando Gabs saia de seu quarto, e encontra uma garota, passando quarto a quarto, perguntando se desejavam algo
?: Com licença? Senhorita deseja algo para jantar?
G: Só se for você meu bem...
?: O que? N-n-não! - Diz ela, envergonhada e pega de surpresa - E-eu quero dizer de comida!
G: Ué.... seu corpo me parece bem.... apetitoso!
?: T-tá! Ok! Isso é estranho, eu vou prosseguir, tá?
G: Ah, me faz um favor? Se você.... escutar alguns barulhos.... vindo desse quarto aqui, ignora, tá? A menos que queira brincar também, ai pode vir!
?: U-uhum....

Gabs ri, então ela entra no quarto ao lado, sem perguntar
A: Gabs?? O que está fazendo aqui?!
G: Vim te conhecer melhor
A: Não era bem você quem eu esperava.... mas serve....

Mais à frente, detetive V estava analisando algo em seu celular
V: Hmm....
?: Com licença? - O som de batida na porta - Senhor? Deseja algo para jantar?
V: Obrigado, eu só queria... algo para beber.... por favor
?: Claro senhor... o senhor é detetive, não é?
V: Isso....
?: Muito trabalho? Imagino que suas noites são bem longas...
V: Sim, demais...
?: Então algo forte para o senhor aguentar, e vê se descansa, eu vi no seu ticket.... pra onde vai.... é assustador e bem longe... acho que tem tempo para descansar

V finalmente olha a atendente

V: Hmm?.... Tá, obrigado.... seu nome?
?: Pode me chamar como quiser, mas meu nome mesmo é Myrian, sou....
V: Uma felina...
M: Isso, e atendente do trem ^^ Espero que aproveite a noite senhor, qualquer coisa, só me chamar
V: Ok, obrigado Myrian, tenha uma boa noite...

A garota sorri, sem graça com o sorriso do detetive e se retira, caminhando pelo corredor, ela escuta sons vindo do quarto de Anelise e para, algo parecia correr por sua cabeça, mas então segue em frente.

V analisava algumas informações que Ayumi passou para ele, até que seus olhos começam a pesar e ele cai no sono, e durante aquele sono ele tem a visão de algo, de um sonho que se parecia mais uma lembrança, mas ele não se lembrava de nada daquilo

?: PARA! Socorro! Me-me ajuda! Me deixem em paz!!
Um pequeno garoto gritava, assustado, fugindo, só que não conseguia ver de quem, o som de crianças brincando, o som escolar, a neve caia naquele lugar, estava frio e parecia sentir a neve em seu rosto derreter lentamente e se formar pequenas gotas d'água.
?: A-ah! Q-quem é você? Vai me proteger?! Eu me chamo-

O garoto falava, mas não conseguia escutar com clareza a voz daquele que estava à sua frente e mal via algo além de um vulto, então quase como um susto, um som de trovão o acorda.

T: Tio Eighty, pra onde nós vamos?
E: Então Tsukki, o seu pai pediu pra te levar pra fora da cidade, tá ligado? Então a gente vai dar um rolê por uma cidadezinha no interior, onde eu cresci! Antes de eu me mudar para a cidade grande!
T: vou ficar com seus pais?...
E: ..... Não, mas com minha irmã
T: Você tem família então.... isso é bom, espero que ela seja divertida igual você
E: Ela na verdade é um pé no saco, mas lá você vai estar seguro, e vou tentar ficar por perto, tudo bem Tsukki?
T: Uhum... - Tsukki tinha insegurança com mudanças, mas ele se deixava levar para qualquer lugar, estava tendo comida, uma cama quente, banho quente, coisas que nunca viu antes, então estava quase vivendo a vida que sempre pediu.

Depois de algumas horas de viagem de Tsukki e Eighty pela noite, chegam em uma cidade no campo, um barulho vinha de dentro da casa e Eighty bate na porta

E: Lizzie! Tá ae? Abre a porta
L: Hmm? - A garota ruiva de cabelos compridos estava com a pele um pouco suja, então se levanta com tudo de sua cadeira - Não é possível...

Lizzie caminha em direção a porta

E: É o Eighty.... Lizzie, você pode abrir?

Lizzie abre a porta e o encara, então vê Tsukki
L: Eighty! Seu imbecil! Você sai de casa, você foge, não dá resposta em meses e me volta com uma criança?! Não me diga que é teu filho!! Eighty, eu vou te matar!
E: Há! Meu pau no teu cu vai entr-
L: TERMINA ISSO QUE EU VOU ESFOLAR SUA CARA NO CHÃO MOLEQUE!!!

Eighty ri, Tsukki fica assustado com a agressividade da garota, mas a olhava, ela parecia trabalhar em algo

E: Esse garoto é o Tsukki, ele vai ficar com a gente por um tempo, beleza? Eu tô envolvido em umas merdas ai, ele precisa ficar protegido
L: E você traz essas merdas aqui pra minha casa?! Obrigado, mas não!
E: A-ah.... mas o pobre garoto, foi encontrado na rua, chorando, triste e sozinho, igual eu! Não tem pena de mim Lizzie????
L: Pena eu tenho das pessoas que cruzam com você na rua! Vem Tsukki! Tu entra, esse imbecil fica ai fora!
E: Lizzie!!!
L: Boa noite Eighty! - Lizzie bate a porta na cara de Eighty com Tsukki pra dentro

Eighty respira fundo e então se vira, andando devagar pelo campo, olhando em volta... fazia tempo que não via aquele verde, que não via aquele lugar, tudo estava tão mais limpo, parecia renovado... muita coisa estava mudando, inclusive ele mesmo.... Eighty olha para o próprio punho e compara, aquele braço mecânico ao seu braço normal, repara no ritual aplicado dentro daquela prótese e então fecha os punhos, sussurrando aos ventos

E: Eu vou te matar Killrain.... eu vou te achar e vou te mostrar o que é justiça.... com esse braço, eu vou arrancar os seus dois.... calar a sua boca maldita com minha faca e acabar com tudo o que você tem....

Lizzie entra com Tsukki
L: Tá moleque, qual é a sua? Eu tava trabalhando aqui e tals, e você me aparece, a cama tá ali, eu nunca cuidei de criança antes, você quer o que? Não tem mamadeira aqui não, tá? Quer uma águinha? Um pijama? Talvez tenha isso, não sei
Ts: Ah, não.... eu acho que não, só quero.... ficar seguro e saber do V e da Anelise
L: E quem são esses dois?
T: Bom....

Tsukki conta toda a história que passou, e naquele mesmo momento, o trem chega à estação.

CHUVA SEM FIMOnde histórias criam vida. Descubra agora