🎆 George Weasley - Piano 🎆

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Estava tarde, meus olhos ardiam pela a presença de luz de repente, olho para a tela brilhante, 2h08 da manhã, fecho os olhos com força e tento abrir de novo, 2h09.

Esfrego as mãos nos meus olhos, ilumino ao redor do quarto, o colchão no chão está bagunçado e... vazio, George não está aqui, meu coração palpita, eu assusto.

Levanto de pressa, amarrando o roupão de jeito desleixado, abro a porta do banheiro.

- George? - Nada.

Fecho e desço as escadas, a casa estava silenciosa, há não ser pelos meus passos brutos e pelas lufadas de ar que deixavam meu corpo.

- George? - Olhei para a cozinha.

Meu peito doía, minha cabeça parecia que ia explodir de pensamentos, olho no celular mais uma vez 2h14.

- Pode ser que... - Penso rápido e meus passos me guiam até a sala desejada.

A porta se abre rapidamente e o barulho da música se quebra.

- S/n? - Ele me olha sem entender o motivo de eu estar ali.

Ele estava ali, sentado em frente ao piano, com seus dedos deixando as teclas, o único som na sala é o rádio baixinho.

Meu alívio é tanto que sinto a vontade de chorar no mesmo segundo, apenas travo com os olhos lacrimejando.

Meus passos até ele demoram, tenho medo, a sala se ilumina por uma vela que mal se aguentava de pé.

-Tá tudo bem Sarnenta, sou eu. - Ele diz apoiando a mão no banco.

Sarnenta, odeio esse apelido, odeio que no terceiro ano ele tenha descobrido que meu pai se transforma em cachorro, odeio que ele ache que eu vire cachorro, odeio que ele me chame de sarnenta por isso e o odeio ainda mais que só ele me chame assim.

Finalmente meu corpo se desprende e eu corro até ele. Sem se levantar, o garoto abre os braços e recebe meu abraço abrupto.

O rádio continua ligado, nomes sendo mencionados, notícias, terror. George queria, mas não conseguia parar de ouvir, com medo de ser um dos irmãos, com medo de ser qualquer um que ele ame.

- Não faça mais isso. - Digo enquanto ainda esmago seu corpo, seu rosto encaixado perfeitamente no meu ombro faz tudo se acalmar. - Por favor.

- Não achei que você fosse acordar. - Ele diz com uma voz grave e cansada. - Faço isso quase todas as noites.

- Isso não me tranquiliza, tenho medo do que pode acontecer com você.

- Desculpe. Você não costuma acordar eu só... Isso me distrai.

Seus dedos viajam pelas teclas do piano, guiando uma melodia calma.

- Papai sabe que você está descendo todas as noites? - Perguntei.

- Quase todas. - Ele me corrige voltando a me abraçar. - Mas sim, eu pedi para ele.

- Fred sabe? - Eu pergunto afastando nossos corpos para que eu pudesse vê-lo.

- Sabe, esses dias trombamos pelos corredores, só pedi para que ele não me incomodasse, não quero ser incomodado, meus pensamentos já são o suficiente.

Não respondo, eu atrapalho aqui? George é meu melhor amigo desde que entrei em Hogwarts, mas nos últimos meses, ele se tornou tão frio, tão diferente, que as vezes sinto que eu não o conheço mais.

- Claro. - Consigo responder. - Faz sentido.

Me afasto, fazendo com que o calor de nossos corpos parasse de existir.

Weasley's - One Shot Hot [PAUSADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora