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A música calma ecoava pelo carro enquanto Chan dirigia com seus óculos de sol, a brisa de fim de tarde de Roma invadia o carro e o solzinho de fim de tarde aquecia os corpos dos dois garotos, Seungmin digitava freneticamente rápido, vez ou outra olhando para as coisas em sua volta e olhando para a pessoa ao seu lado, e puta la mierda, como alguém pode ser gostoso até dirigindo?! Isso é para poucos.

— Para de me olhar.

Seungmin se despertou a escutar a voz um pouco rouca, vendo um sorrisinho de canto vindo de Chan, lhe fazendo revirar os olhos.

— Por que? Até nisso eu não posso? — cruzou os braços e olhou mais uma vez para ele.

— Hum... Não. — disse simplista. — Isso me deixa com vergonha, Seungmin, você me fuzila com esses seus zoião.

— Zoião?! — se virou incrédulo e com a boca aberta em surpresa, arrancando uma boa gargalhada do mais velho. — Saiba que pessoas zoiudas amam ver coisas demais.

Bang Chan tossiu de leve e olhou de relance para o Kim, que sorria satisfeito e voltava a escrever em seu celular, Christopher deixou de lado e discordou silenciosamente, não contendo mais um sorriso no rosto, estava feliz que a relação de ambos estava boa, a cada segundo sentia uma necessidade de ficar mais perto de Seungmin, sabia o que estava sentindo, mas não queria ser rápido demais, talvez tivessem o tempo do mundo todo para decidirem o que seria a relação deles.

Mas bom, talvez uma amizade colorida não faça mal.

Assim que o GPS anunciou o local de chegada, Chris estacionou o carro e tirou o cinto, desligando o rádio e saindo do automóvel, o local em volta era fechado por árvores e flores bonitas, gostou do arrepio que teve ao sentir o vento gélido em sua pele clara. Deu a volta e viu Seungmin, que pegava as bolsas que colocaram na mala, tratou–se de ir ajudar o mesmo.

Ainda não sabia o que iriam fazer, mas estava disposto a dar uma chance ao mais novo. Quem sabe ele fosse fazer algo legal e fofo para depois sequestra–lo?

Ps: eles andaram quilômetros e estão na cidade vizinha.

— Ainda acho que pôr você ser um fã completamente doido por mim, você pode me matar.

— Para de ser doido, oxi. — Seungmin mostrou a língua para Chan, uma forma bem infantil por sinal. — Gente velha é tudo doida mesmo, bem que minha mãe falou.

— Sua mãe também é doida?

— Você acha que eu não sou também não? — se olharam.

Um silêncio se instalou e Seungmin cerrou os olhos, parando ao que Chan bateu palmas e saiu de perto de si.

— Uhul! Amo o ar livre! — suspirou e tossiu, batendo contra o peito. — ACHO QUE UM MOSQUITO ENTROU NO MEU NARIZ.

— Eu amo viver, meu Deus. — Seungmin gargalhou e deixou Chan para trás, andando a pequena trilha que havia ali.

Após uns minutos de Chan assoando o nariz e tentando tirar um tal mosquito de dentro de si e com a paranóia de que ele faria um casulo em seu estômago — ele é doido? —, o casal por fim havia chegado no tal local, que deixou Christopher completamente encantado.

Um lago com várias rosas em volta e uma cachoeira que descia água sem parar e uma pequena cabana de madeira a frente, aquilo era o paraíso! Seungmin sorriu e destravou a porta, testando se as luzes pegavam e ligando a casa, chamando por Chan, que ainda olhava tudo em volta.

— Vamos dormir aqui hoje? — Chan entrou na casa e deixou a mala no sofá fofinho, olhando a decoração em volta.

— Eu sei que você é rico e ama coisas que só ricos amam, mas é assim que eu vivi metade da minha adolescência.

— Em um mini... Chalé? — perguntou com um pouco de surpresa, vendo o Kim concordar.

— Eu morava aqui com mamãe e os mil padrastos perdidos que tenho pelo mundo. — Seungmin caminhou até a cozinha que dava para ver a sala, então não foi preciso Chan ir atrás dele. — Tá com fome?

Bang Chan discordou, olhando para a parede com várias fotos, reconhecendo um pequeno Seungmin nos braços de uma senhora, achando fofo o sorrisinho banguela.

— Isso é você? Olha você não mudou praticamente nada, só é um bebê de vinte e poucos anos. — olhou para Seungmin, que sorria envergonhado.

— É, não mudei nada. E essa é minha avó, isso faz anos já. — voltou a se aproximar de Chan e lhe entregou uma latinha de cerveja. — Hum... Quer ir lá pra cima?

— Por favor.

Se olharam por um tempo, desviando os olhares e rindo sem graça, ainda tinham o espírito da vergonha instalado em seus interiores. Subiram as escadas cobertas por um tapete, Seungmin deu um pulo para alcançar o teto, arrancando um olhar confuso de Chan, que logo viu uma escada descer, o Kim sorriu animado e subiu, dando direto na varanda de cima da casa.

Seungmin se sentou no sofá escondido da parte de trás, vendo Bang Chan lhe acompanhar, um silêncio se instalou mais uma vez, mas não era nada desconfortante, Seungmin bebeu um bom gole da cerveja, olhando o pequeno bosque de árvores que se balançavam na ventania daquele dia gostoso.

— Você gosta do que temos? — Seungmin foi direto, fazendo Chan não se mexer e piscar algumas vezes.

Talvez desse para escutar as batidas de seus corações, que eram conectadas, os dedos de seus pés se mexiam um no outro, na forma de se acalmarem, enquanto um mordia os lábios, o outro mexia nos próprios dedos.

— Eu gosto de você. — Chan quase sussurrou, mas em um bom som para que o Kim escutasse.

Isso lhe fez sorrir, mas queria se controlar, mas seu peito bateu ainda mais forte. Sentiu a mão de Chan sob a sua, se encaixando perfeitamente e um carinho sendo recebido com seu polegar.

— Eu tenho orgulho de você não ter medo mais disso. — olhou para Chan, que lhe olhou de volta. — Eu sempre vou ter orgulho de cada conquista sua.

— Eu... Eu ainda não sei, ainda tenho receio, é tudo tão novo e doido. — olhou para ambas as mãos, sentindo o aperto se fortalecer entre as duas. — Mas eu me sinto seguro com você do meu lado.

Seungmin não conteve o riso bobo que escapou de seus lábios, sentindo Chan virar seu rosto e colar os lábios em um selinho demorado, que se instalou e virou algo mais demorado, os sons estalados das bocas e os risinhos iguais de adolescentes se beijando debaixo de uma árvore aquecia seus corações e faziam eles agora se acalmarem, estavam seguros agora.

Após um longo beijo, colaram as testas e se olharam diretamente, Seungmin deixou um último selinho na boca rosada de outrem, que acariciou sua bochecha, amava quando ele fazia isso, talvez fosse um ponto fraco seu.

— Eu também gosto de você, Channie.

— Eu te amo, Minnie.

As bochechas que eram acariciadas se esquentaram, fazendo Kim se afastar e gargalhar de vergonha, deixando alguns tapas de leve no peito do mais velho, que sorria besta pela forma de reagir do outro.

E por fim, aquela tarde se acabava em dois garotos completamente apaixonados e se beijando, não debaixo de uma árvore, mas sim de um chalézinho bonito em Roma.

tw: muita boiolice e gayzisse.

𝗃𝗎𝗌𝗍 𝖺𝖼𝗍𝗂𝗇𝗀 ( 𝗰𝗵𝗮𝗻𝗺𝗶𝗻 ! )Onde histórias criam vida. Descubra agora