Capítulo 3: Humilhação e ajuda

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- Então se subitrairmos esse valor e o multiplicarmos com o resultado da última fórmula...

Aquela velha voz irritante do Sr.Kegule... Meu, tão odiado, professor de matemática.
Falando sobre a relação de números e letras calculadas para saber seus resultados ocultos com o objetivo de cansar mentes jovens que poderiam estar fazendo coisas mais produtivas... Bem, no meu caso eu penso assim.

Quando finalmente bateu a campa irritante do meu colégio, sinalizando que era o fim de duas aulas seguidas de matemática e o começo do intervalo, pude enfim respirar o ar puro do lado de fora e ir para o refeitório me servir de qualquer coisa que me dessem.

O almoço era um macarrão com molho de tomate e couve-flor- Não sei o por que dessa combinação- e uma caixa de leite. Foi nesse momento que perdi meu apetite, já que não gostava de nada que estava sendo servido, menos o leite que peguei para mim.

Fui para os corredores, passando pelas crianças malcriadas que corriam esbarrando umas nas outras, seguidas por risadas de pura diversão.

Não pude negar a nostalgia, lembrei me de quando tinha amigos e de como a época era divertida, de todas as peças que pregavamos...

Antes da traição...

Abanei meus pensamentos para longe e segui meu caminho.

Passei pelas salas dos professores e notei que meu professor de filosofia não estava lá junto aos outros. Foi aí que meu pensamentos sobre ele retornaram, junto a dúvidas e curiosidades.

Ele era alto e bonito, cabelos castanhos, olhos azuis, vestia roupas pretas... Tinha um rosto calmo e uma educação extraordinária, uma postura boa também.

Enquanto pensava sobre ele, passei pela sala de música e notei uma melodia tocada por um piano. Era linda, e, tão bem tocada que não pude seguir meu caminho.

Senti uma forte necessidade de ver quem era que estava tocando. Cheguei, cuidadosamente, perto da porta, afim de não incomodar a quem estava a tocar, e abri a porta vagarosamente.

Era ele.

Me assustei de início, mas controlei-me, e apenas o observei. Era tão bonito, e estava tão calmo naquele momento, sereno, com as mangas ainda arregaçadas e cabelos um pouco bagunçados.

De repente, ele para e olha para as folhas com os versos cheios de notas musicais e, com cuidado, ele às pega.

- Falta algo...- Ele sussurra para ele mesmo.

Ele se vira de uma vez para a porta onde eu estava, e eu me arrepio por inteiro, anulando qualquer som meu.

- Ah! Olá.- Ele se levanta arrumando alguns papéis que estavam espalhados no apoio e em cima do piano.- Você é o Noah, certo?

- Sim.- respondi, nervoso.- Desculpa se o atrapalhei.

- Não, imagina...- Ele sorri, com um brilho incrivelmente lindo em seu olhar.- Está aqui a quanto tempo me ouvindo?

Envergonhei-me e corei com a pergunta.

- A alguns minutos.- falei meio abobalhado.- Me desculpe novamente, não esperava que um professor estivesse aqui.

- E por que não?- Ele diz com um sorriso de canto e um olhar de graça.- Não a alguém que de aulas aqui?

- Além do professor de música, é claro.- digo entre risos.

- Ah! sim, compreendo.- Ele arruma seus cabelos e se apoia sobre o piano.- Preciso de música, sem ela não raciocínio bem.- ele sorri olhando para o piano.

O modo como ele olhou o piano e a maneira como ele falou sobre a sua necessidade de tocar foi o ápice, ele estava adorável naquele momento e, de certo modo, não pude conter o sorriso.

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⏰ Última atualização: Nov 11, 2022 ⏰

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