Capítulo 19: Give Me Love

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Marília P.O.V

Dois dias depois...

Depois do velório, João se trancou no quarto, só saia para comer e ir ao banheiro. Maraisa disse aos pais que ficaria uns dias comigo em casa, e me ajudar a cuidar do João:

- Ele não saiu do quarto ainda? - perguntou Maraisa

- Não - eu disse me sentando na cama - Vou levar ele para dar uma volta.

- O que está aprontando Marília? - ela perguntou

- Preciso fazer ele entender que a vida continua. Te vejo na hora do almoço amor - eu disse dando um selinho nela

Vesti uma roupa qualquer, e fui até o quarto dele. Abri a porta, puxei as cortinas e comecei a acordá-lo:

- Me deixa dormir Marília - ele disse

- Levanta, quero te levar em um lugar - eu disse

- Me espera lá embaixo - ele disse se sentando na cama

- Te dou dez minutos - eu disse

Desci e tomei meu café com Maraisa, riamos por causa de algum vídeo que ela resolveu me mostrar:

- Vamos logo antes que eu me arrependa - ele disse descendo as escadas e indo para a porta

- Te vejo daqui a pouco - disse Maraisa me dando um selinho

Segui até meu carro, João Gustavo já estava sentado no banco do passageiro, com um óculos de sol para esconder os olhos inchados. Entrei, dei partida no carro e acelerei, no rádio, tocava algo aleatório, mas eu não estava ligando:

- Para onde você está me levando? - perguntou João

- Pro hospício - eu disse

- As vezes você faz umas piadas tão sem graça - ele disse

- A gente está quase chegando - eu disse prestando atenção no trânsito

- Ok, você vai me matar e esconder o corpo, olha onde a gente está - ele disse

- Você descobriu o meu plano. Desce do carro e vem comigo - eu disse saindo do carro

Ele desceu e me seguiu. Estavamos em um antigo acampamento, sentei em uma das mesas, próxima a um lago, fiquei observando o horizonte:

- Meu pai me trouxe aqui quando minha mãe morreu. Saímos do velório, e eu não parava de chorar, tudo o que eu queria era minha mãe de volta. Ele me colocou no carro e disse que íamos na lanchonete que eu amava, mas ele me trouxe pra cá. Sentamos na grama, bem perto do lago, e ele me entregou uma correntinha, nessa corrente, estava a aliança da minha mãe. Ele disse que ela poderia não estar mais com a gente em corpo, mas que sempre estaria em nossos corações. Queria te dar isso - eu disse tirando a aliança do meu pai do bolso - Sei que ele não foi um pai muito presente em nossas vidas, mas ele nos amava, e agora podemos ficar tranquilos, porque ele está descansando.

Ele segurava a aliança e chorava. Ele colocou a aliança em seu dedo médio, me abraçou:

- Eu sempre quis ter uma irmã, mas nem se eu tivesse pedido sob encomenda, seria perfeita como você. - ele disse contra meu cabelo

- Eu sempre quis ter um irmão, mas nunca imaginei que eu teria que fazê-lo seguir em frente - eu disse rindo - Saiu melhor que a encomenda

- Fiquei sabendo que você está noiva, e quando vai rolar o casório? - ele perguntou

- Quem sabe ano que vem, não quero demorar muito com isso - eu disse

- Maraisa é uma ótima garota. E como vão os treinos, vai jogar na próxima semana? - ele perguntou

- Espero jogar. Daqui a pouco tenho consulta, e vou ter a confirmação se posso jogar - eu disse

Dias depois...

Chegou o dia do grande jogo. O médico me liberou, mas disse que não vou poder jogar os quatro quartos, apenas dois, então só entrarei no segundo tempo de jogo. Eu e as meninas estavamos terminando de nos arrumar, quando a professora entrou:

- É hoje em meninas! Independente do resultado, ainda seremos um time. Ainda terão mais jogos pela frente, e temos a chance de levar a taça para a escola. Confio no potencial de vocês - disse a professora

Saimos do vestiário e seguimos para a quadra,  começamos a aquecer, mas não por muito tempo. O time titular permaneceu na quadra e o restante sentou:

- E ai maninha - disse João sentado atrás de mim

- E ai! Oi amor - eu disse dando um selinho em Maraisa

- Boa sorte amor - ela disse

Hora de passar nervoso e gritar com as meninas.

Uma hora depois...

Maraisa P.O.V

As Bears estavam ganhando por três posses de bola, a treinadora deixou Marília para entrar no último quarto, provavelmente para virar o jogo, já que ela estava bem descansada.

Em poucos segundos de jogo, em um troque de passes, Marília arriscou e acertou uma cesta de 3 pontos. O time parecia estar mais confiante com Marília em quadra. Na hora do ataque das Bears, Luísa conseguiu impedir a cesta, passou a bola rapidamente para Marília, que arriscou mais uma vez de 3, e acertou, deixando o jogo completamente empatado.
E o jogo foi assim, Bears viravam, Marília, Luísa e Lauana empatavam o jogo. Até que faltando quinze segundos para o final do último quarto, Bears fizeram falta encima da Marília:

- Parece que as Tigers teram a chance de vencer as Bears. Teram três lances livres. - disse o narrador do jogo

- Será que ela consegue?! - perguntou João

- Com certeza ela consegue - eu disse

Todas se posicionaram, Marília esperou o apito para o seu primeiro lance livre, no qual ela acertou. Segundo lance, se preparou, e acertou. Nesse último lance, Marilia viraria o jogo. Dito e feito, Marília acertou, as Tigers voltaram correndo para nosso lado da quadra, as Bears até arriscaram, mas foi em vão:

- E as Tigers ganham das Bears por 103 a 102. Primeira vitória das Tigers encima das Bears - disse o narrador

Marília parecia uma criança correndo de um lado para o outro comemorando. Todas as garotas do time faziam isso, afinal foi a primeira vitória encima das Bears.

Horas depois...

Estavamos voltando para a casa, todos no carro de Marília e a mesma dirigindo:

- Minha irmãzinha joga muito - disse João

- Nem joguei muito - disse Marília

- Você acabou com elas - eu disse

- Valeu amor - ela disse me dando um selinho rápido

- Que tal uma comemoração? Com muita pizza, e muita música?! - disse Hannah

- Eu topo - disse Lauana

- Vamos comemorar, só vamos trocar de roupa e...

- O que ele está fazendo aqui? - perguntou João

- Me pergunto a mesma coisa - eu disse

Continua

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