4. Tewskbury

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Agora eu estava indo para a casa de Sherlock como todas as manhãs e por estar distraída,acabei trombando em alguém.

- Me desculpe por isso - digo estendendo o lenço para o café que fora derrubado no sujeito.
- Não precisa se preocupar senhorita - sorriu.

- Lord Tewskbury? - o reconheci.
- A senhorita é Camille Vandeleur? - assenti.

- Como me conhece? - digo,eu dispenso todas as aparições em jornais.
- Nossas famílias são amigas - disse e então me lembrei dos viscondes de Baseweder

- Oh meu Deus,quando te ví era só um menininho,e agora é um Lord renomado - sorri.
- Obrigado,mas queria marcar um almoço com a senhorita - disse determinado.

- Sobre o que se trata? - pergunto.
- A senhorita  é uma mulher influente e eu gostaria de pedir um favor - disse o rapaz.
- Não poderei esta noite,mas vamos combinar amanhã pode ser? - o jovem assentiu.

- Tenha um bom dia - desejou.
- A você também e desculpe pelo café - falei com um sorriso.

Cheguei no edifício 221B,mas quando entrei ví Sherlock com a cabeça apoiada na mesa,dormindo.

Estamos a uma semana trabalhando nesse caso,ele deve estar exausto.

- Sherlock - o chamei.
- Hum - resmungou com sono.
- Não durma sentado,vai te dar dor nas costas - falei.

- Não estou dormindo - falou.
- Está fazendo o que então? - me sentei na cadeira da frente.
- Estou pensando oras - disse convicto.

Abri uns livros para pensar sobre o caso,eu encarava o quadro mas as ideias pareciam não fluir de maneira alguma.
Prendo o cabelo e massageio a nuca,me encostando na cadeira de estofado.

- O que aconteceu com você? - pergunta me analisando.
- Não tenho dormido essas noites - falei sem tirar os olhos do livro.
- Por que não se deita no sofá e descansa um pouco - sugeriu.
- Não precisa eu estou bem - falei.

Não queria parecer folgada ou espaçosa na casa de outra pessoa,eu me virava com o espaço que tinha.

- Vamos ficar doentes com esse caso - disse o Holmes.
- Provavelmente,mas não há ninguém melhor que nós dois para resolvermos isso - dei um sorriso.

- Então admite que gosta da minha companhia? - questionou.
- Você não é tão ruim quanto pensei - o ví dar um sorriso.
- Você é uma boa detetive - falou.

- Um elogio de Sherlock?! Mas que honra - debochei.
- Sempre brinca com as coisas? - perguntou.
- Só quando estou com você - me aproximei.

- Então eu faço seu tipo? - perguntou.
- Não exagera ok - levantei.

- O que vai fazer? - fui em direção ao piano.
- Tocar piano - me sentei no banquinho e toquei uma sinfonia de bethoven.

- Desvenda casos e toca piano,o que mais você faz? - pergunta.
- Gosto de ler,de preferência Jane Austen - falei.

- A mulher nada romântica,gosta de coisas românticas que irônico - se levantou da poltrona.
- Gosta de dançar? - pergunta.

- Nunca aprendi - revelei.
- Na escola de boas maneiras não ensinaram? - se sentou ao meu lado.

- Eu sempre fugia das aulas - sorri.
- E se eu te chamasse pra dançar? - propôs.
- Provavelmente eu recusaria para sua própria segurança - o olhei nos olhos.

Então o Holmes veio se aproximando,e eu me aproximava,mas antes que eu pudesse sentir sua respiração a minha mente trabalhou em algo.

- Dançar? Espera aí - me afastei e fui até o quadro.
- Sherlock isso aqui é um código - apontei para as linhas que formavam desenhos de padrões.

- E o vinte e sete só pode ser de danças - falou e pegou o livro sobre linguagem das danças.
Fui ditando todas as letras e fiquei ao seu lado,o observando escrever.

Pregamos as letras no quadro,mas ainda nada,apenas tínhamos o nome Moriarty.

- Mas quem pode ser Moriarty? - pergunto.
- É um codinome - disse analisando o quadro.
- Acho que já fizemos o suficiente por hoje,eu vou pra casa - pego meu casaco.

- Espera - o olhei.
- Olhe a ordem das letras - pediu e foi indicando.

As letras formavam uma frase: Como vai Sherlock Holmes e Camille Vandeleur?

- Sabem sobre mim - digo preocupada.
- Precisamos manter a calma - se sentou ao meu lado.
- Como Sherlock?! Agora todos vão saber,ah meu Deus - comecei a andar de um lado para o outro.

- Fique calma - tocou meus ombros.
- Sherlock...acho bom ficarmos juntos enquanto não pegamos o culpado.
- Eu ia sugerir isso - falou como se fosse óbvio.

- Espero que isso não vá te incomodar - falei.
- Tudo bem,e eu estou te devendo por me ajudar - sorriu.

- Pode me ensinar a dançar - sugiro.
- Seria um prazer - pegou minha mão e colocou um disco pra tocar.

- Coloque sua mão no meu ombro - fiz o que pediu e senti sua mão na minha cintura,entrelaçamos as mãos livres e começamos.
- 123 123 123 - Sherlock dizia guiando nossos passos,rodopiando pela sala do pequeno apartamento.

- Olhe nos meus olhos - sussurrou.

O olhei nos olhos e sinto o me puxar para si,quase colando nossos corpos.
Eu sentia sua respiração quente se aproximando aos poucos.

Eu pelo contrário não o recusei,e fui chegando mais perto,quando a porta foi aberta bruscamente e entrou um Tewskbury todo ofegante e preocupado.

- Tewskbury o que aconteceu? - perguntei soltando as mãos de Sherlock e indo até o garoto.
- Enola foi presa - disse recuperando o ar.
- Como disse? - Sherlock se aproximou.
- Eles a levaram,o policial que manca - disse o Lord.

- Sherlock - toquei seu braço.
- Precisamos salvá-la,ela pode ser enforcada - disse.
- Conhecemos quem pode fazer isso - teríamos que ir atrás de Eudora Holmes,mãe de Sherlock.

- Pega o seu casaco,nós vamos sair - peguei meu casaco e arrastei Sherlock escada abaixo.

Chamei a carruagem e fomos para a cafeteria,onde havia a academia de jiu-jitsu.

- Acha que ela vai nos ajudar? - pergunta e seguro sua mão.
- Ela foi minha professora e sei que também treinou Enola,fique tranquilo - dei um sorriso confortante e entramos na academia.

- Vocês tem noção de que horas são?! - Edith apareceu.
- Olá Edith - cumprimentei.
- Camille quanto tempo menina,por onde tem andado? - falou animada.

- Prometo lhe contar tudo,mas precisamos de ajuda - pedi.
- O que Sherlock Holmes tem haver? - olhou para o homem.
- Enola foi presa por homicídio - disse o homem.

- O que? - perguntou a mulher.
- Ela se envolveu em um caso complicado...que está mexendo com a minha cabeça eu...- toquei seu ombro,o mesmo estava preocupado e desesperado.

- Sabe que só precisa pedir ajuda - disse Edith.
- Eu preciso da sua ajuda - disse o Holmes.

- Como minha mãe dizia,aqueles que procuram ajuda quando precisam são os mais corajosos - disse.
- Temos mães diferentes - falou o mais velho.

- Vai nos ajudar? - perguntei.
- Vou,só preciso chamar mais uma pessoa - disse e eu a surpreendi com um abraço.

- Obrigada Edith - sussurrei.
- Quero ser convidada para o casamento - zombou.

- Sua irmã está em boas mãos,temos um criminoso pra pegar - olhei para o homem de ombros largos.

Uma esposa para o Holmes Onde histórias criam vida. Descubra agora