CAPÍTULO UM

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20/11/2028

Mare

O trânsito de Nova York não é nem um pouco fácil, e ainda teria que enfrentar toda a mídia em frente ao tribunal, famintos por informações a respeito do julgamento de hoje. Geralmente não gosto de que meus casos sejam tornados públicos, apesar da fama que recebi após a premiação de juíza com casos mais bem sucedidos do país e o reconhecimento por ser a juíza mais jovem a conquistar esse prêmio. Mas dessa vez toda a repercussão do caso se deu por quem será julgado e não por mim, passava até na rádio enquanto eu dirigia para o tribunal, “Billie Eilish, dona e CEO da Eilish Corp, uma das maiores empresas da América atualmente, acabara de ser acusada de corrupção e lavagem de dinheiro em sua empresa”. Fui convocada para o caso cerca de um mês atrás para estudá-lo e trazer seu julgamento para Nova York.

De acordo com todas as provas que recebi e relatos escritos que analisei, a senhora O’connell era de certa forma fria e “estourada" com relação a seus funcionários, era completamente intolerante com erros e apesar de administrar perfeitamente sua empresa, muitos funcionários tinham reclamações a fazer a respeito da forma como ela se portava. Além disso, sua ficha não era de toda limpa, já havia sofrido alguns processos incriminatórios mas foi absolvida em todos eles, por um senhor chamado Jones, que atualmente se encontra afastado de sua profissão por corrupção nos casos em que ele julgou, isso deveria colocar todos em aberto novamente, mas houveram muitos, em sua maioria dos milionários de Los Angeles e de Nova York, que não foram reabertos, como os casos de Billie.

Quando saio de meus pensamento noto que já estou quase a frente do prédio do tribunal e já posso ver toda a imprensa com suas câmeras repletas de luzes e seus microfones todos concentrados, quando meu carro se aproxima mais do prédio tenho a atenção de uma parte dos repórteres voltada para mim e, quando eles se desconcentram do centro de atenções anterior, vejo que a mulher a qual será julgada por mim hoje é quem está ali e irá entrar pela porta da frente com seus advogados e seguranças.

Quando finalmente consigo estacionar meu carro no estacionamento, pego minha bolsa e visto minha toga para logo entrar no elevador apertando o botão da sala do tribunal que seria utilizada para o julgamento de hoje. Quando as portas se abrem, o fórum ainda está vazio, exceto pelos seguranças e policiais que estão ali habitualmente. Me acomodo em minha cadeira e peço para que a réu, a defesa e a acusação entrem para que tudo comece.

-Agora que todos já estão presentes em seus devidos lugares, vamos dar início a audiência - digo e bato o malhete de forma que demonstra que minha ordem deve ser acatada naquele momento, dando início àquela seção - Advogado de acusação, por favor, queira se posicionar. - Aceno com a mão para que ele venha a minha frente.

Ao longo da audiência ouvi o advogado de acusação que parecia ter argumentos válidos com relação a sua acusação, mas nenhuma prova concreta. Estas, assim como as que recebi antes do início do processo, não eram suficientemente incriminatórias para tornar a senhora O’connell culpada, mas eram sim um ótimo motivo para continuar com o processo de julgamento e não declará-la inocente inicialmente. Logo após a fala do advogado de acusação, o advogado de defesa de Billie entrou em ação e negou todas as acusações do outro advogado como o esperado, não pude encontrar nenhuma brecha ou falha em nenhuma de suas falas, eram todas perfeitamente escritas e articuladas, nada incriminatório.
Após suas falas, chegou a vez da acusada se pronuciar e ser questionada por ambos os advogados.

- Senhora O'connell, admiro demasiadamente seu trabalho e suas conquistas com a vossa empresa, a senhora tem vinte e sete anos certo? - Ela assente - Sua empresa é uma multinacional, a senhora é a CEO da Eilish Corporation e, não há dúvidas de que administra mais do que com excelência toda essa enorme equipe que compõe sua corporação.

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