CAPÍTULO QUATRO

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Mare

-E então, o que achou? - a mulher diz ao meu lado saindo do elevador junto a mim.

Eu analiso o andar procurando por pessoas ali, mas não há mais ninguém, estava tarde.

- É tão grande quanto o seu ego senhora O'connell - ela rola os olhos e ergue o dedo do meio com o braço esticado a frente de seu corpo antes de se virar para destrancar as portas de vidro de sua sala - Acredite ou não eu ainda exijo respeito - ela me olha como se algo passasse em sua mente.

No momento em que a porta é aberta, o vidro até então opaco se torna translúcido, ela utilizava da mesma tecnologia dos vidros de algumas maternidades e hospitais. Era caro, eu posso ter milhões em conta, mas não se compara a seus bilhões.

Analiso a sala, enquanto Billie corre até seu computador para encontrar o que ela prometera me mostrar, é o que suponho.

Sigo adiante pela sala com uma grande parede de vidro ao fundo que revelava o véu de neve que cobria a cidade, observo um estilhaço de vidro no chão refletindo a luz do ambiente e o pego do chão analisando-o.

-O que houve aqui senhora O'connell? - ela me olha e eu lhe mostro o pequeno pedaço cristalino em minha mão.

-Apenas um pequeno vaso que se quebrou quando esbarrei cheia de papéis em mãos - ela dá de ombros e volta sua atenção ao computador a sua frente.

Aquele nem sequer era um caminho previsto para chegar a sua mesa, muito menos com papelada em mãos, seria o mais complicado, o vaso não foi quebrado assim, mas ela pode ter quebrado de muitas formas e eu não quero ser informada de algumas delas.

Continuo caminhando por sua grande sala com as mãos atrás do corpo após jogar o pedaço de vidro em sua lixeira em baixo da mesa.

-Tem câmeras de segurança no prédio todo Billie? - pergunto observando os cantos do teto, e que sua sala é uma excessão para os aparelhos de segurança.

-Só a minha sala não tem, e os banheiros obviamente - ela mantém o olhar em seu computador - Sabe, as vezes eu preciso da minha privacidade - ela pisca.

-Compreendo totalmente, mas me abstenha de detalhes, muito obrigada - ela ri baixo.

-Que mente suja juíza, é só que as vezes eu acabo por trazer roupas quando tenhos muitos compromissos e me troco aqui mesmo. - Eu a olho com as sombrancelhas erguidas demonstrando que não acredito totalmente em sua informação.

-Porque tem um quadro seu na sua parede e porque você tem cabelo verde nele? - digo em frente a seu quadro com uma imagem de seu rosto sério levemente de perfil.

-Você faz perguntas demais, porque não virou delegada ou promotora em? - ela critica

-Porque sou uma ótima juíza como pode notar, mas também uma ótima investigadora. Porque mais você teria um quadro em sua parede se ele não escondesse algo? - ela dá de ombros.

-Você mesmo me chama de egocêntrica, vá em frente, olhe atrás do quadro - Sua sinceridade me faz desistir de minha ideia.

-Não tem necessidade, esse quadro é muito grande- era realmente grande, com moldura dourada, possivelmente em ouro, e o pé direito do andar era alto, o que permitia que a pintura fosse ainda maior.

-Encontrei os arquivos que lhe prometi - ela diz e vira o computador para mim.

-Certo, pode encaminhá-los para mim para que eu possa enviar para a perícia? -ela assente virando o computador para si de novo.

-No e-mail? - ela me olha.

-Não, no email a análise é mais fácil, e lembre-se, eu não deveria estar aqui. Pegue meu número - entrego meu celular com o número na tela.

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