𝐀𝐄𝐍𝐎𝐑𝐀, ✶ house of the dragon ✔

14. ❛ 𝚘𝚗𝚎 𝚖𝚘𝚛𝚎 ❜

𖥻 ִ ۫  𓈃 ☁️ MAIS UMA ── ⩇⩇

AENORA ESTÁ EM TRABALHO HÁ UM DIA E MEIO INTEIRO. As contrações começaram distantes e se aproximaram com o passar do tempo. Meistre Mellos havia dito anteriormente a Viserys que este seria um trabalho de parto muito, muito longo para ela.

A morte não era mais um medo de Aenora, na verdade ela a desejava. Ela sabia que era uma coisa terrível de se desejar, e se sentia péssima por isso. Ela não queria deixar seus filhos ou sua família, ela só não queria estar viva para sentir essa dor. Ela finalmente entendeu o que Aemma vinha lhe dizendo há anos. A única coisa que sua mãe deixou de fora sobre esse dever foi que isso poderia fazer você desejar sua própria morte.

Não ajudava que ela estivesse praticamente sozinha. Ao lado de Aenora estavam apenas Viserys, Mellos e algumas parteiras. Aenora havia ordenado que Lydia e Emely fossem com seus filhos. E quanto a Rhaenyra, ela disse a Aenora que voltaria, mas isso foi no início do dia. Agora era meia-noite.

Aenora estava se lembrando do amor que sentiu quando segurou seus filhos pela primeira vez. Saber que isso viria depois de todo esse sofrimento era a única coisa que a impedia de desistir completamente. O amor por seus filhos era a única coisa que a impedia de morrer naquele momento.

— Como ela está?—. Aenora ouviu a voz de Alicent, assim que outra contração a atingiu.

Os olhos da princesa se abriram. Ela inspirou e expirou por entre os dentes cerrados quando seus olhos pousaram em Alicent. Os olhos de todos estavam em Aenora.

— Aenora.— Alicent caminhou para o lado dela. — Apenas respire.—

Aenora não conseguiu controlar sua raiva, muito menos sua língua naquele momento. Quando uma dor aguda atingiu seu abdômen, ela gritou.— Sai daqui!—.

Alicent podia jurar por sua própria vida que viu fogo nos olhos de Aenora enquanto gritava com ela. Sob todo esse amor e bondade em Aenora, há um dragão muito mais assustador do que Balerion O Terror Negro. Alicent nunca esqueceria o que viu naquele dia.

— Princesa, você deve empurrar.— Disse uma parteira.

Viserys ofereceu a mão à filha, mas ela apenas a afastou.

Aenora recusou. Ela não podia. Ela não tinha mais força, mentalmente ou fisicamente. Ela estava em seu ponto de ruptura. A dor insuportável era demais. Ela achou que nada daquilo adiantava, ela estava fazendo isso o dia todo e nada. Ela estava começando a pensar que algo estava errado com ela.

— Princesa-.

— Não! Não consigo mais fazer isso. A criança não quer nascer, não aguento mais essa dor! Estou cansada, eu quero dormir.— Exclamou Aenora.

Ela olhou para seu pai que estava totalmente preocupado com ela.

— Eu quero minha mãe, mas você a matou!—. Aenora gritou, fazendo com que todos ficassem em silêncio.