𝐀𝐄𝐍𝐎𝐑𝐀, ✶ house of the dragon ✔

36. ❛ 𝚝𝚑𝚎 𝚌𝚘𝚖𝚏𝚘𝚛𝚝 𝚘𝚏 𝚊 𝚖𝚘𝚝𝚑𝚎𝚛 ❜

𖥻 ִ ۫  𓈃 ☁️ O CONFORTO DE UMA MÃE  ── ⩇⩇

AENORA ESTAVA NA BEIRA DA PRAIA, olhando para o horizonte. Embora ela estivesse em Dragonstone por mais de seis anos, as vistas eram algo que ela nunca poderia se cansar.

Não demorou muito para que ela ouvisse passos se aproximando atrás dela. Quanto mais perto eles chegavam, mais nervosa ela ficava. Ela estava praticando o que ia dizer por mais de uma hora. Mas, quando os passos pararam e ela se virou para os filhos e o marido, sua mente ficou em branco.

Pela primeira vez em muitos anos, Aenora não evitou os olhares de seus filhos. Ela sabia que, se o fizesse, nada disso valeria a pena. Nora olhou para seus pequeninos bebês com olhos tristes, mas encantados. A vergonha que ela sentia por não ser uma boa mãe tornou-se proeminente quando ela viu como todas eles cresceram. Rhaemax, Jaelyx e Aeva agora eram adultos. Totalmente crescidos e mesmo assim com a mesma essência. O mesmo com seus três filhos mais novos, não totalmente crescidos, mas ainda sim estavam tão grandes.

Rhaemax, Aeva e Daemian estavam meio que incrédulos. Rhaenelle e Aedith estavam confusas.
E Jaelyx estava feliz que sua mãe parecia melhor do que o normal. Ela tinha mais cor no rosto e seu cabelo estava solto, como costumava usar.

Antes que os seis fossem levados para a praia, Daemon havia explicado um pouco do que
Aenora estava passando para eles. No entanto, era muito difícil tentar explicar que ela era um fantasma de seu eu passado, simplesmente porque ele não sabia o motivo pelo qual ela entrou naquele estado de espírito. Aenora ainda não havia contado a ele sobre seus sonhos perturbadores. Ela não queria falar sobre isso, mas prometeu a ele que, quando chegasse a hora certa, ela explicaria.

Os filhos de Aenora entenderam a maior parte do que lhes foi dito, alguns mais do que outros. E outros sendo, Daemian.

Nora respirou fundo antes de falar. — Eu deixei meus medos e raiva me consumirem. E ao permitir isso, eu permiti que minhas emoções me afastassem de vocês, meus filhos e filhas. Apenas saibam que eu tentei lutar contra isso e se eu pudesse explicar tudo para vocês, eu faria. Mas, existem poucas palavras para explicar os sentimentos que tive. Eu deixei tanto tempo passar, tempo que nenhum de nós jamais terá de volta e por isso peço sinceras desculpas, meus amores. Mas, eu nunca deixei de amar qualquer um de vocês.— ela disse suavemente.

Uma parte de Aenora se sentiu aliviada, mas ao mesmo tempo ela estava nervosa. Ela não sabia como eles reagiriam. Ela não os conhecia mais.

Aenora olhou para Daemon em busca de segurança, o qual lhe deu pequeno aceno de cabeça.

Daemon não iria admitir, mas ele também estava nervoso com a resposta de seus filhos. Ele os conhecia. Rhaemax era um homem simples, e Daemon sabia que ele só sentia falta do relacionamento que tinha com sua mãe. Ele nunca ficou bravo com ela, mais desapontado. Quanto a Jaelyx, ele não sabia. Jaelyx ainda era quieto, mas imaginou que seria o mais compreensivo, considerando que quando era jovem era o mais apegado a Aenora. Aeva estava com raiva, definitivamente. Muitas vezes ela chorou, e às vezes até gritou, sobre como sentia que a ausência de sua mãe era cruel. Rhaenelle e Daemian estavam mais confusos, mas no fundo eles se culpavam pelo 'desaparecimento' de sua mãe. Aedith também estava zangada com Aenora. Ainda mais porque ela mal conseguia se lembrar do tempo que passou com a mãe quando era jovem.

Jaelyx foi o primeiro dos seis a se mover. Ele caminhou até sua mãe e a abraçou. Nada mudou muito nele, exceto fisicamente, Nora ainda não podia errar aos olhos dele. Por dentro, Alex ainda era um garotinho que simplesmente sentia falta da mãe.

Aenora não hesitou em abraçar o filho. Para ela, era como se tivessem se reunido, o que de certa forma era verdade.

Quando os dois se afastaram um do outro,
Aenora colocou as mãos em cada lado do rosto dele e sorriu calorosamente para Jaelyx.

Seus outros cinco filhos ficaram na frente dela, debatendo sobre como eles queriam responder. Na maioria das vezes, eles entenderam que ela não era ela mesma por muito tempo, mas eles ainda foram separados de sua mãe por anos e foram permitidos por si mesmos a se machucar por isso.

— Eu precisava de você e você não esteve lá para mim, mas pelo que o papai nos disse, você não era você mesma. Eu posso te perdoar, mãe. Tudo o que peço é que você esteja lá quando eu precisar de você.— Aedith falou.

Os olhos de Aenora se iluminaram de felicidade.— Eu prometo, minha doce menina.—

Aedith correu rapidamente para a mãe e a abraçou. Ela sentiu pura felicidade quando sentiu os braços de sua mãe envolvendo sua cintura. Ela não conseguia se lembrar da última vez que abraçou Aenora, mas nunca esqueceria isso.

Rhaemax olhou para seus três irmãos mais novos que ficaram ao lado dele. Claro que ele se sentiu mal por si mesmo quando sua mãe o excluiu, mas principalmente ele sentiu pena de seus irmãos. Ele sabia que eles sentiam saudades dela, qualquer criança sentiria. Mas, ele teve a chance de ter sua mãe de volta e não iria guardar nenhum ressentimento em relação a ela. Ele viu o que segurar suas emoções poderia fazer, então ele escolheu agarrar a paz que poderia ter.

Max caminhou em direção a mãe. Ele finalmente a reconheceu, seu verdadeiro eu, não a versão dela que era cinza e não tinha luz.

— Minha mãe, a princesa gentil.— Rhaemax olhou para Aenora.— Não podemos vencer batalhas sozinhos. Somos sua família, quando precisar de ajuda nos peça. Não nos exclua. Faz mais mal do que bem.—

Aenora concordou com a cabeça.— Meu filho primogênito, veja como você ficou inteligente.—

— Se Max e Alex podem te perdoar, eu também posso.— A voz de Rhaenelle veio de trás de Rhaemax.— Os dois são teimosos, você sabe.—

Rhaenelle sorriu para seus irmãos enquanto se movia em direção a mulher mais velha.

— Bem, pelo que eu vi, você também.— Aenora riu.

Daemon olhou para baixo e sorriu ao som da risada de sua esposa. Faz tanto tempo desde que ele ouviu o doce som de sua risada. Ele sabia que levaria algum tempo antes que ela fosse realmente quem ela costumava ser, se ela voltasse a ser assim. De qualquer maneira, Daemon estava feliz por ela não estar sofrendo tanto quanto antes.

Aeva olhou para Daemon, como se perguntasse se era seguro confiar. Em troca, Daemon deu-lhe um aceno afirmativo. A garota olhou para os pés, seu coração estava cheio de muitas emoções avassaladoras. Ela não tinha palavras para descrever o que sentia, tudo o que podia fazer era se permitir sentir.

Quando Aenora viu sua filha mais velha enxugar o rosto, ela sabia que estava chorando e imediatamente foi até ela. Aenora recolocou as mãos de Aeva nas suas e enxugou as lágrimas por ela. Doía-lhe ver o que tinha feito à sua família, doía-lhe ver qualquer um deles chorar.

— Meu doce amor.— Aenora abraçou sua filha.

No abraço de sua mãe, Aeva liberou toda a tristeza e raiva que guardava em seu coração. Por mais que amasse seu pai, ela precisava do conforto de sua mãe. Com Aenora, Aeva sentiu como se fosse uma criança novamente.

Aenora beijou a bochecha de sua filha e deu-lhe um sorriso reconfortante. — Sinto muito por ter te machucado. Nunca foi minha intenção.— ela sussurrou para Aeva.

— Eu te perdôo.— Aeva respondeu em valiriano.

Enquanto Aenora e Aeva se afastavam uma da outra, um som de escárnio foi ouvido ao lado delas. Aenora olhou para seu filho mais novo, Daemian. O menino olhou de volta para sua mãe, decepção proeminente em seu rosto.

Daemian não disse nada enquanto se afastava correndo de Aenora e o resto de sua família.

— Garoto!—. Daemon gritou para ele.

Aenora balançou a cabeça para o marido.— Deixe-o ir.—

A reação de Daemian não foi uma surpresa para
Aenora, ela sabia que todos tinham seus próprios sentimentos e tinham direito de tê-los. Daemian tinha todo o direito de ficar chateado e ela continuaria tentando consertar o que havia quebrado. Mas, por enquanto ela queria aproveitar o pouco de paz que sentia naquele momento.