SELEÇÃO. hyunin (em hiatus)

20 | atrocidades

황현진

— Essas pessoas não veem o que estão fazendo? Destruindo tudo que trabalhamos para construir, e para quê? Para defenderem uma causa correndo o risco de fracassar? Ofereci segurança a eles. Ofereci ordem. E eles se rebelam! Nós não podemos deixá-las vencer desse jeito.

A sala de reuniões políticas do castelo estava preenchida por uma equipe que temia um rei enfurecido com os acontecimentos recentes. E um filho do rei duvidando de cada palavra que saia da sua boca.

Por influência da sua conversa com Jeongin ou não, ele havia decidido que não seguiria mais as ordens de seu pai sem analisá-las antes. Ele costumava fazer isso em piloto automático, porque sabia que não havia nada que ele poderia fazer sobre; a não ser que ele concordasse com o rei, o único jeito de ele fazer suas próprias regras seria assumindo a coroa. E também havia o fato do seu pai o tratar como uma criança nessas reuniões. Ele já estava acostumado a ser repreendido por "ser muito novo" ou "não ter conhecimento de política o suficiente para opinar em assuntos sérios". Mas ele sabia que essas frases só eram ditas quando ele contrariava algo.

Ele podia não poder fazer nada agora, mas nada o impedia de ter sua opinião pessoal. Como uma prévia de quando ele fosse governar o país. Ele seria o futuro rei! Essa opinião havia se tornado mais mente aberta contando alguns acontecimentos recentes.

— É melhor que esse tipo de coisa não se torne de conhecimento público. Precisamos tomar alguma providência para distrair a mídia. — o rei continuou.

— Distrair a mídia? E quando faremos algo que realmente faça os ataques rebeldes diminuírem? — pensou em voz alta.

Ou talvez tenha sido em voz baixa mesmo. Ele ter falado aquilo dentro de sua mente seria uma explicação mais plausível do porquê ninguém o respondeu.

— A melhor distração, levando em conta a seleção que está acontecendo, seria uma festa, onde os convidados pudessem conhecê-los melhor, não acha, Vossa Majestade?

Uma festa?! As pessoas naquela sala só podiam estar loucas. Guardas tiveram ferimentos graves enquanto defendiam a realeza e eles planejavam fazer uma festa? Hyunjin pensava se ele era o único ali com uma mente sã.

Esse pensamento não era um convidado novo na sua mente. Se ele parasse para analisar toda vez que pensasse isso durante as reuniões que fazia com o seu pai e seus ajudantes, talvez ele percebesse que Jeongin não estava falando nenhuma atrocidade no outro dia. Ele mantinha sua mente fechada para o que havia sido ensinado, mas no fundo nem ele mesmo concordava com aquilo. Ele não concordava que deveria se casar com Jisu, por exemplo. Mas ele já havia tentado realmente contestar sobre o assunto? Não.

Mas uma festa? Aquilo estava passando dos limites. E a agonia de saber que ele não poderia fazer nada contra aquilo tomou conta de si novamente. O que ele podia fazer era poupar seus ouvidos de tal atrocidade.

Ele levantou de sua cadeira e saiu da sala sem nem abrir a boca. Ouviu seu nome ser chamado - bom, não o seu nome, mas sim "Vossa Alteza" - mas não deu importância. Ele sabia que no fundo não faria diferença nenhuma ele estar ali ou não, o máximo que aconteceria seria os ajudantes pensarem que ele passa um pouco mais de credibilidade quando ele assumir o trono. Mas ele não precisava daqueles ajudantes.

Ele andou pelo castelo e fez o seu caminho até a sala em que esperava achar Jeongin dentro. Mas ela estava vazia. Haviam alguns livros, que dessa vez em vez de estar no chão estavam
em uma pilha ajeitada na mesa que ficava ao lado da poltrona. Havia também material de pintura espalhado. Mas nenhuma pessoa, nenhum Jeongin. O seu segundo palpite foi a biblioteca. Livros, Jeongin adorava livros, ele só poderia estar lá.