Julia
Tava terminando a última progressiva do dia enquanto a Mariana organizava os esmaltes pra gente ir embora. A gente trabalhava em um salãozinho bem frequentado aqui no morro, vive cheio.
Dona Marta abriu esse salão já faz anos, foi aí que ela conheceu minha mãe e as duas viraram amiga e nessa eu vim trabalhar aqui e arrastei a Mariana junto. Tia Marta confia na gente de olhos fechados e vive deixando a gente cuidando de tudo, é uma correria só mas eu amo.
Mariana: Meu deus ainda é quarta feira, eu só quero o fim de semana de novo - choramingou fazendo uma cara triste.
Julia: Ai nem me fale, preciso do meu momento de descanso - desliguei o secador - prontinho Ana, ta gatona.
Ela deu um sorriso agradecendo horrores, falando que tava se sentindo linda. Amo quando eu consigo fazer elas se sentirem bem com elas mesmas.
Fechamos tudo direitinho e a Mariana desceu la pra casa comigo
Eu morava bem no comecinho do morro, e a pra minha felicidade a Mariana morava perto.
Mariana: Ai amiga ele é feio mas é legal sabe, como que eu vou postar uma foto nossa. Eu toda linda e ele todo dumbo - gargalhei com ela contando do menino que tinha pegado sábado.
Julia: Coitado do menino Mariana, coloca um emoji em cima da orelha dele e pronto - ela riu e eu ri mais ainda.
Caminho todo foi só a gente rindo.
Julia: Mãe cheguei, Mari veio jantar com a gente.
Vera: Tô terminando de lavar a louça filha - gritou da cozinha - Chama seu irmão pra vim comer.
Minha mãe não consegue fazer comida e deixar as coisas que ela usou sujas pra lavar depois, já faz tudo junto.
Chamei o Lucas pra vim comer e a gente ficou na paz comendo e fofocando altas coisas, amo muito.
Vera: Mari não quer dormir aqui? Amanhã vocês já vão juntas pro salão.
Lucas: É Mari, não quer dormir aqui? - perguntou todo sonso.
Cadê a vergonha desse menino.
Mariana: Não da tia - fez uma carinha triste - minha vó tá sozinha em casa, preciso ir ficar com ela. Mas outro dia eu venho Lucas.
Ele abriu um sorriso enorme se achando.
Mariana mora com a vó numa casinha no começo do morro. Mãe dela abandonou tudo quando conheceu um homem la do Leblon, quis nem saber de nada e se juntou com o bofe, e o pai ta perdido ai nesse mundão, Mari fala que ele foi comprar cigarro e nunca mais voltou.
As duas vivem bem, a vó dela é aposentada e a Mariana ganha uma grana legal com o salão também, fico orgulhosa demais.
Julia: Amiga qualquer coisa você avisa - abracei ela que assentiu e entrou no uber.
Voltei pra dentro de casa e fechei tudo, minha mãe avisou que ia deitar porque amanhã ela acordava cedo. Ela tem um restaurante aqui no morro, é simples mas é um movimento que só. Esses homens burros que não sabem nem fazer uma comida.
Fiquei jogando free fire e comendo brigadeiro com o Lucas mas logo ele foi dormir também porque tinha escola no outro dia. Fiquei toda xoxa sozinha ali na sala e coloquei la casa de papel, já assisti umas duas vezes mas não canso nunca.
Sempre choro horrores com a morte dos personagens, não acho justo nenhuma delas, principalmente a do Moscou.
Fui colocar meu celular pra carregar e aproveitei pra responder as mensagens que tinha. Vi os status de todo mundo até chegar no do alemão, era ele na frente de uma churrasqueira com uma brahma na mão, não perdi tempo e respondi né.
O boca de lata era muito gente boa, e ainda beijava bem demais.
- nem chama né, deixa vc👍🏼
Alemão boca de lata: pô minha vida esqueci parcera, mas se tu quiser eu faço outro churras amanhã mermo só pra te chamar (áudio)
- quero só ver se vai fazer mesmo, ah e além de me chamar tem que vim me buscar também, não sou obrigada a subir esse morro todo não (áudio)
Alemão boca de lata: Manda a loc fia.
Mandei a localização sorrindo comigo mesma, churrasquinho de graça amanhã, bom demais.
Não podia esquecer de chamar a Mari, pra ela ir encher o bucho comigo, amo.
Terminei de assistir aquele episódio e fui pro meu quarto tirar meu sono da beleza porque amanhã o dia promete.