capítulo 04

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Hg

Hoje tava foda papo reto, mercadoria chegando toda errada, faltando metade do que era pra ter chegado. Só quero saber quem é o verme pau no cu que ta me roubando, e eu sei que é aqui de dentro essa porra.

Por isso não confio em ninguém, confio nem em mim mermo vou confiar em neguin por aí, não tô fumando maconha estragada pô. A confiança é uma mulher ingrata, que te beija, e te abraça, te rouba e te mata. Racionais sempre deixou claro.

Hg: Porra que merda caralho - bati na mesa no ódio - Não é a primeira vez que isso acontece e vocês não servem nem pra descobrir quem foi, tô pagando vocês pra que porra? Tão fazendo o que aqui? Se fude.

Os cara fica ai coçando o dia inteiro e acha que eu não vejo.

Magrin: Coe patrão precisa disso não - soltou uma risada pelo nariz, essa porra ta querendo morrer não é possível.

Hg: O magrin não me testa não, mete o pé antes que eu meta bala na tua cara - ele saiu negando com a cabeça, nego acha que isso aqui é brincadeira - E vocês tão esperando oque pra vazar, vou falar de novo não.

Alemão: O hg acalma ai irmão, já falei que tô indo atrás desse bagulho, nós vai encontrar o filho da puta - estendeu o braço alcançando o cigarro de maconha - Termina ai que eu tô vazando atrás disso.

O alemão é quem eu conheço a mais tempo nesse mundão ai, conheci ele quando meu pai morreu em confronto com os verme e eu prometi vingar a morte dele, foi ai que eu assumi o lugar dele aqui no vidigal.

Na época minha mãe não queria isso pra mim não, insistiu pra caralho pra eu ir arrumar um trabalho digno que não fosse esse, mas tu escutou? nem eu. Ela morreu logo depois do meu pai, entrou em uma depressão foda quando ele se foi e não deu em outra, coração ainda fica pesadão quando eu lembro deles, eles eram minha base pô, e agora eu não tenho nenhum dos dois.

Essa parada mexe com a mente, na moral.

Dei a última tragada apagando o cigarro na mesa e meti o pé pro restaurante da dona Vera, a mulher faz uma comida gostosinha e eu tava como, na maior fome.

Pedi meu pratão de pedreiro de sempre e sentei na mesa olhando a tv que passava o jogo do mengão.

Vt e o Alemão entraram rindo vindo aonde eu tava sentado, tenho paz nem na hora de comer, vai toma no cu.

Vt: O seu pau no cu, vai ter churrasquinho la na laje do Alemão mais tarde e é pra tu ir, desestressar essa tua cabeça de pica aí.

Quando eu mato uma praga dessas sou errado.

Hg: Tu vai ver a cabeça de pica, a anaconda - meti um tapa na cabeça dele - Trabalhar vagabundo não quer né, agora churrasquinho tem todo dia.

Alemão: Agradece por eu estar te convidando, carne e cerveja de graça - me chutou por baixo da mesa e eu nem entendi.

Branco azedo, leite estragado.

Fiquei ali gastando com eles até não querer mais e meti o pé pra casa, precisava descansar a mente, fiquei a noite toda planejando a invasão do jacarezinho e fé que se tudo der certo, é mais um morro pra nós comandar.

***

Tava terminando de me arrumar pra ir no tal churrasco do alemão, cara ficou perturbando minha mente mandando um monte de áudio.

Coloquei as correntes e passei meu malbec, pai ta gostoso demais.

Parei com a moto lá na frente e já dava pra escutar o pagodinho rolando solto, gosto assim.

Alemão: Finalmente a margarida chegou, pega a cerveja la dentro pra gente amor - veio passando a mão no meu peito - Gostoso.

Hg: Isso ai é estrupo em, só vou pegar porque vou beber também, fica de gracinha não, leite azedo - sai deixando ele rindo igual besta.

Cara abusado esse.

Peguei a caixa que tava com as bebidas dentro e levei pra lá, tava conversando com os cara quando vi a maluca do outro dia, a Julia.

Nunca fui próximo dela, mas a gente ja trocou umas ideia.

Mas não entendi legal ela reclamando no baile não, só esbarrei na doida e ela já veio querendo reclamar, toma no cu.

Ela tava com um vestido preto colado no corpo que tinha um decote enorme realçando o peito dela, era gostosinha a feia. O perfume doce chegou primeiro que ela.

Cheiro bom demais.

Julia: Alemão tô com fome cara, cadê o meu prato - abaixou pegando uma latinha que tava no chão e o vestido dela subiu legal.

Bundão do caralho mané.

Dei uma olhada na cara dura mermo e ela percebeu, me olhando de volta até o Alemão abrir a boca e ela desviar o olhar pra ele.

Alemão: Qual foi Julinha, tá passando fome? - encheu um prato ali de coisa que dava pra umas cinco pessoas.

Julia: Agora sim, daqui cinco minutos tô aqui de volta - saiu andando e eu só dei uma boa analisada. A malucona tinha um corpo do caralho.

Fiquei olhando ela ir sentar.

Alemão: É filha da Vera pô, conheci no baile, é gente boa.

Hg: Essa ai eu ja conheço filhão.

Alemão: Conhece de onde cara, nem me conta nada.

Hg: Deixa de ser fofoqueiro Alemão, vai arrumar o que fazer.

Fiquei encarando ela enquanto bebia minha skol e quando ela percebeu encarou de volta, sustentou o olhar a safada. Só desviou quando o Ws chegou nela.

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