NAKED

eu não quero nada

-já podemos começar a preparar o casamento amanhã já que estou de folga, o que acha? — Daniel perguntou assim que saiu do banho enxugando seus cabelos com a toalha

-porque quer se casar assim do nada e tão rápido? — perguntou sentada na ponta da cama

-como assim do nada? olha quanto tempo estamos juntos

-nós não falávamos mais sobre casamento, você nem ao menos me ama mais Daniel — falei o olhando

-como ousa dizer isso Jasmine? — perguntou parando o que estava fazendo

-eu não aguento mais ser traída Daniel — falei

-para de acreditar em tudo o que vê na internet Jasmine, eu te prometi que não faria mais isso — falou com a voz doce

-eu não sou mais tão idiota Daniel, vi no seu celular que ainda fala com ela, não só com ela não é? Porque quer insistir nisso? Porque não termina logo e vai viver a vida de solteiro que você tanto gosta? Porque me maltratar tanto? — perguntei sentindo meu coração se apertar

-porque eu te amo porra, porque eu te tirei daquele bar nojento, porque eu dei um nome a você, eu salvei a vida do seu pai, e eu não admito que você fale dessa maneira comigo — falou apontando o dedo em minha direção

-e eu te agradeço muito por isso, mas eu não aguento mais ser humilhada Daniel — falei sentindo algumas lágrimas caírem

-cala a boca Jasmine, eu vou sair, não sei a que horas eu volto — falou vestindo sua camisa

-vai atrás dela não é? — perguntei rindo — me deixa Daniel, vai viver com ela

-eu nunca vou te deixar — falou com seu rosto quase colado ao meu

o mesmo terminou de se vestir rapidamente e saiu, me joguei na cama e me pus a chorar.

— FLASHBACK—

Há seis anos atrás eu trabalhava em um bar em Napoli, minha cidade Natal. Trabalhava para sustentar minha família que passava por muitas dificuldades, mamãe sofria com depressão, papai trabalhava como engraxate e minha irmã mais velha trabalhava em um loja de roupas.

Eu odiava aquele bar, eu era humilhada, assediada e o que recebia era o suficiente apenas para a comida. Nosso aluguel estava atrasado, já havíamos recebido um comunicado da companhia elétrica dizendo que em alguns dias iríamos ficar sem energia até que pagássemos.

Eu entrava às três da tarde e só saiu quando o último bêbado do dia resolvesse ir embora.

Mas no dia 21/05/2017 foi diferente, já era tarde da noite quando um homem de capuz entrou fazendo o sino da porta tocar, o mesmo se dirigiu até o balcão onde se sentou, seu olhar parecia perdido.

Fui até ele que me pediu uma dose de uísque, o servi e então ouvi me agradecer e apenas acenei com a cabeça, fiquei no balcão próxima a ele quando um homem se aproximou.

-ei gostosa, quanto quer pra me satisfazer essa noite? — perguntou sorrindo

-desculpe senhor, eu não sou uma prostituta — falei educada mais sentindo o ódio me consumir

-olha essa roupa, eu tenho bastante dinheiro pra te pagar — insistiu

-não ouviu a moça dizer que não é prostituta cara? saia daqui — falou o rapaz de capuz

E então o homem apenas o olhou e saiu dali.

-obrigada — agradeci

-tudo bem, qual seu nome? — perguntou