A visita dos Malfoy

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... em frente ao Hospital St. James onde o ômega, ainda não identificado, deu entrada com um ferimento grave. Ainda não temos nenhuma informação oficial sobre ele ou o bebê, mas a porta-voz da família real, Astoria Greengrass, confirmou que o ômega está carregando o novo herdeiro de Hogwarts, uma gestação de quase quatro meses que...

Harry resmungou, incomodado com o som. Não lembrava de ter ficado acordado o suficiente para ligar a televisão, mas alguém o deve ter feito. Podia sentir o cheiro, apesar de não conseguir identifica-lo. Mexeu-se com cuidado, testando seus movimentos e buscando algum dor, mas todo o seu corpo doía como se tivesse levado uma surra do tio. Talvez isso tivesse acontecido, não lembrava muito do momento antes de ver uma faca na sua direção.

Olhou ao redor. Em algum momento antes, quando conseguiu ficar acordado por alguns minutos, Pansy – Dra. Parkinson, informou o que tinha acontecido até ali. Ele estava bem, a cirurgia tinha sido um sucesso, seus filhos estavam bem. Seus filhos. Sorriu com o pensamento. A cirurgia foi um susto, mas precisava informar sobre a gravidez antes de qualquer coisa, no entanto não estava certo de que deveria dizer a Draco, o responsável por sua cirurgia. Uma revelação tão abrupta... e se Draco ficasse nervoso? Pior, se não acreditasse e ordenasse sua prisão? Estava ciente da confusão que causou e dos problemas que poderia ter, mas ficou positivamente surpreso quando Pansy acreditou na sua palavra de forma quase imediata, tomando as providencias necessárias. A médica também informou que se precisasse de qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, ele só precisava apertar o botão ao lado da cama e alguém o ajudaria.

Olhou para o botão com cautela. Não achava que tinha o direito de pedir algo ou que sequer deveria tentar, que aquele lugar com certeza custava uma fortuna que levaria anos para pagar e que a sugestão de Pansy foi apenas gentileza. Com esse pensamento, optou por se levantar e ir atrás de um cobertor – ou dois, pois estava com muito frio. Agarrou o apoio que segurava o soro que ainda estava conectado ao seu braço, enrolou-se com o lençol que o cobria antes e começou a caminhar em passos lentos, testando a resistência de suas pernas. Estava trêmulo, mas pouco sentia o curativo em seu estomago e a dor no corpo não era insuportável. Ele conseguiria.

A porta abriu antes que a alcançasse.

― Majestade!

Harry franziu o cenho e olhou para trás, procurando por mais alguém.

― Me desculpe... acho que está me confundindo com alguém ― respondeu confuso.

O guarda-real, Harry podia concluir que era um por causa das roupas totalmente pretas e a insígnia do reino na gravata, olhou-o com uma expressão assustada e pálida.

― Isso não confere ― o desconhecido afirmou antes de se aproximar ― Por favor, Majestade, volte para a cama. Os médicos exigiram repouso absoluto até segunda ordem.

― Meu nome é Harry ― o ômega insistiu ― E eu não vou fugir, só preciso de outro cobertor.

― Então bastava apertar o botão, Harry ― o guarda rebateu ― Meu nome é Sirius Black, sou chefe da guarda-real e responsável pela sua segurança até sair do hospital, pelo menos.

Harry respirou fundo e se deixou ser levado de volta para a cama quando reconheceu o cheiro.

― Era você que estava aqui, antes, não era?

― Sim, fui atender uma ligação.

― Desculpe, não quero problemas.

― Para de pedir desculpas, Majestade, não fez nada de errado ― Sirius esclareceu enquanto o arrumava na cama e em seguida apertou o botão ― É um paciente aqui, não um prisioneiro. Na próxima vez aperte o botão, okay?

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