Eles eram como neve na praia, estranho porém extremamente lindo. Delilah Dagger podia congelar o clima por onde passava, mas JJ Maybank estaria lá para aquecer.
- Todos os direitos autorais dos personagens não criados por mim vão para os criadores d...
❝Aqueles pensamentos de antigos amantes Eles sempre vão me assombrar Eu gostaria de poder acreditar Que você nunca agiu errado comigo ❞ — House Of Memories - Panic! At The Disco
𝙽𝚊𝚛𝚛𝚊𝚍𝚘𝚛 ༄
John B. estava cada vez mais conhecido pelo seu excelente trabalho na casa dos Cameron, tanto que as vezes quase se esqueciam de sua verdadeira origem, seu verdadeiro lado. O garoto estava limpando o iate da família, como sempre fazia semanalmente enquanto ouvia música em uma enorme caixa de som que o Sr. Cameron havia deixado ele usar. — Bom dia, garoto. Está indo muito bem. — a voz grossa do homem fez John B. pausar a música e parar de esfregar o pano. — Obrigado, senhor. — ele agradeceu, se perguntando o real motivo da visita inesperada. — Sabe, menino, eu estava conversando com um amigo meu ontem a noite, falei sobre o seu trabalho e como é ótimo em cuidar de tudo por aqui. — Sr. Cameron falava e o garoto ouvia cada palavra atenciosamente. — Ele acabou se interessando no seu serviço e pediu para que eu o oferecesse uma vaga em sua casa, ele irá viajar o verão todo e precisa de alguém que tome conta do lugar. O garoto ficou em silêncio por alguns segundos, ele lembrou o porquê de pensar que os Kooks eram extremamente esnobes. Seu trabalho na casa da família Cameron já era exaustivo demais, agora, passar o verão inteiro cuidando de mais uma mansão, isso sim parecia a morte. — Eu lamento, senhor. — falou enquanto limpava sua testa suada. — Mas já tenho planos para o verão. O homem suspirou, desapontado. O que eles pensam? Que podem me fazer trabalhar pelo resto da vida para eles?, John B. pensou. — Está bem, eu entendo. Mesmo assim, obrigado. O garoto voltou a pensar na oferta tentadora, a casa estaria vazia, só ele, sem contar com o dinheiro, que com certeza não era pouco. Mas por outro lado, passar o verão tendo que trabalhar era loucura demais, o salário que ganhava já era ótimo. O homem já ia se despedindo quando John B. o chamou. — Sr. Cameron, eu tenho um amigo de grande confiança que talvez aceite o emprego. — ele falou. — Tenho certeza de que ele não vai te desapontar. O homem se virou e refletiu sobre a resposta, passando a mão pela sua barba bem aparada. — Está bem, avise o seu amigo que ele começa na segunda, sem falta. — ele fez que sim com a cabeça. — E aliás, o nome do homem é Tom Dagger, aqui o número dele. — E então tirou um cartão do bolso com um número de telefone. — Obrigado. Assim que o homem virou as costas com um leve sorriso no rosto, John B. comemorou internamente por dar a um de seus amigos um ótimo emprego. Pope com certeza iria ficar contente com a notícia.
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𝙳𝚎𝚕𝚒𝚕𝚊𝚑 𝙳𝚊𝚐𝚐𝚎𝚛
Minha cabeça encostada no vidro doía como nunca, duas malas estavam em meu colo e o coque apertado deixava tudo isso muito pior. Para muitos o início do verão significava liberdade, diversão. Para mim era exatamente o contrário, pois tudo estava prestes a começar de novo, eu estava a poucos quilômetros do lugar onde tudo começou e terminou. Me levantei rapidamente ao parar de frente ao meu ponto, tirei as malas do meu colo e saí do ônibus com dificuldade, torcendo para que nada na mala tivesse quebrado. Parei em frente a porta que me trazia ótimas e péssimas lembranças, e antes tocar a campainha, repassei a minha lista mental de coisas para não fazer. Não surte, não responda e não ouse em retrucar, pensei. Ao finalmente apertar o botão e ouvir o ensurdecedor barulho que ecoava pela vizinhança inteira, comecei a reparar que estava mexendo na minha saia desesperadamente. — Querido, ela chegou! — foi a primeira coisa que ouvi após Vanessa abrir a porta com suas unhas falsas apoiadas na maçaneta. — Vem, pode entrar. Não hesitei e entrei pela porta o mais rápido possível, trazendo uma mala em cada mão. — Seu quarto já tá arrumado, tinham algumas tralhas lá. E o seu pai está no escritório, mas ele disse que você podia ir lá. — ela falou e subiu as escadas, exibindo seus cabelos loiros cheios de química. Revirei os olhos ao ver que ela havia subido e continuei o caminho até o meu quarto, que ficava no final do corredor. Essa foi uma das formas que o meu pai encontrou de me fazer enfrentar o meu medo de dormir sozinha. Ao empurrar minhas malas até o armário, me joguei nas camas e aproveitei as milhões de almofadas com cheiro de lavanda. Tudo no quarto continuava o mesmo, foi o único cômodo que não mudou. As paredes rosa-claro os móveis brancos me faziam desejar voltar no tempo em que tudo era o paraíso. Peguei algumas roupas e fui até meu banheiro, tirei cuidadosamente o meu tênis e os trezentos grampos que enfiei no meu coque antes do ensaio. Senti a água fria preencher meu corpo ao entrar na banheira e me afogar em meus próprios pensamentos.
