Thomas Shelby

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Thomas from Peaky Blinders

Bati meus pés vestidos por um sapatinho vermelho de boneca freneticamente na escada de madeira enquanto aguardava a liberação da minha entrada.
Um vestido crepe preto adornava perfeitamente minha silhueta e o lenço de plumas negras dava um toque especial.
A boina francesa pendia levemente para o lado direito em minha cabeça e meus lábios manchados de batom vermelho sangue tremiam no compasso rítmico de meu nervosismo.

Essa seria a última entrevista de emprego a qual eu me sujeitaria, e a considerar que eu sou qualificada demais para este cargo - estou certa de que dará tudo certo.
Até o fim do dia eu serei a babá integral das crianças de John - um dos irmãos da Shelby Company.

Minha mãe dizia para eu me manter longe desta família, que estar com eles apenas me traria problemas... mas algo no meu íntimo, como uma intuição, me dizia que aquelas crianças precisavam de mim.
E eu não as deixaria na mão.

Sem contar que o salário que eles têm pra oferecer seria facilmente o dobro do que eu ganhava agora em minha função de pesquisadora.

Por isso, pensando em aumentar minha própria qualidade de vida e proporcionar uma rede de apoio saudável àquelas crianças... cá estou.

Dou uma última olhada em meu visual pelo reflexo do vidro da janela, e a porta finalmente se abre.

Um rosto familiar surge em minha frente e sorrio com simpatia, estendendo minha mão e dando um passo à frente.

"Polly Gray. Prazer, S/n S/s. " me identifico deixando meu sorriso brilhar ainda mais conforme o reconhecimento pisca pelos olhos da mais velha.

"Oh sim, a garota da psicologia infantil, certo? " aperta minha mão de volta e indica para que eu entre.

Peço licença e passo pela soleira da porta. A mesma se fecha com um baque atrás de nós e Polly começa a me guiar pelo corredor de madeira.

"Bom, na verdade minha especialidade é psicanálise. Minhas teses teóricas sobre abordagens terapêuticas infantis têm sido muito bem vistas na América recentemente. " pigarreio com graciosidade esclarecendo.

-"Oh, é mesmo?! " questiona com interesse.

"Sim! E devo dizer que as aplicações práticas têm sido bastante promissoras. " concluo com alegria.

"Posso presumir que você fará dos meus sobrinhos seus ratos de laboratório? " uma voz grossa que arrepia até minha espinha chama nossa atenção.

Seu dono, acredito que seja o chefe da família, está no topo da escada olhando diretamente para mim - com um fumo entre os dedos e seu terno casual impecável.
Já ouvi falar sobre ele... Thomas Shelby!
Geralmente ganha o que quer pela força do medo e opressão.
Mas se é isso que ele está tentando fazer comigo, não vai funcionar.

Recrio o sorriso que direcionei à Polly minutos antes e me inclino pelo beiral da escada. Observo pelo canto enquanto a mulher Gray acompanha meus movimentos com certo receio de que - talvez - eu enfureça seu sobrinho.

" Senhor Shelby, acredito... Bom, posso garantir ao senhor que estudei durante nove anos ao lado de grandes nomes da minha área, e tenho tido um êxito impressionante em minhas conferências - pois sou completamente capaz de não precisar instigar nenhuma ação comportamental e conseguir atingir o núcleo da existência do indivíduo apenas por observar seus atos e interpretar suas ações inconscientes, alcançando por fim a efetividade plena da terapia. " suspirei " Então a sua resposta é não. Não usarei seus sobrinhos como objeto de pesquisa, afinal esta nem mesmo seria minha função como contratada. Até onde eu sei estou aqui para ser babá, certo? " sorrio inocente e vejo um vinco se criar entre suas sobrancelhas.

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