Imagines aleatórios

John Shelby (bônus)

John Shelby from Peaky Blinders.

Meu corpo estava quase inerte sob uma superfície macia sobre a qual não recordo ter repousado.

Na verdade, não me recordo de muita coisa.

Lembro de escutar sons estridentes e depois de não ouvir mais nada.

Lembro de ter sentido uma dor excruciante e depois não sentir nada além de dormência e formigamento em cada região do meu corpo.

Forço ainda mais minha cabeça - que parece prestes a explodir de tanta dor e consigo me lembrar de um detalhe que me tira da inércia total.

Olhos azuis.

Os olhos azuis de John foram a última coisa que rodaram na minha mente até que tudo se apagou.

John. Ah meu Deus, John! O que aconteceu ontem?

Uso o que parece ser a última carga energética que meu corpo tinha armazenada e sinto minhas pálpebras tremularem, até obedecerem meus comandos e começarem a se abrir.

"Que droga." suspirei com uma voz rouca que fez meus ouvidos estranharem. Esse som saiu de mim?

"Ei ei, tá tudo bem. Você tá bem, eu tô aqui..." a pessoa que estava ao meu lado soprou em meu ouvido mas eu não consegui reconhecer, a luz no ambiente ainda era muito forte e meus olhos não conseguiam focar em nenhuma figura presente no quarto.

Senti uma movimentação atrás de mim e o som das cortinas sendo arrastadas, diminuindo consideravelmente a iluminação do quarto, facilitando com que meus olhos se acostumassem mais rápido e me permitissem distinguir as pessoas que estavam ali.

"Poll" murmurei ao reconhecer a figura responsável por ajustar a claridade ao meu favor.

Ela deu um leve sorriso de alívio e se direcionou à pessoa que estava ao meu lado, e só ai percebi o peso de uma mão sobre a minha e me virei para encara-lo.

"Vou chamá-lo" Polly disse antes de sair do quarto e fechar a porta.

"Fra-an?" balbuciei com dificuldade.

"Sou eu irmãzinha. Você está bem, eu tô aqui."

O moreno me fitou com seus olhos castanhos lacrimejantes e levou minhas mãos aos lábios depositando um casto selar sobre o nó dos meus dedos.

"O-o que? Como?" resmunguei sentindo lágrimas escorrerem de mim também.

"Você nos deu um susto enorme, maluca! Achamos que fossemos te perder" chorou.

Tentei me movimentar para me inclinar em sua direção mas um movimento rápido de seu braço me impediu.

"Não, não se esforce... você perdeu muito sangue. Graças a Deus os Shelby conheciam um bom médico; eles me ligaram e eu vim assim que pude - agora o meu sangue literalmente corre nas suas veias, sorte nossa sermos compatíveis." sorriu secando minhas lágrimas.

"Eu senti sua falta." disse ainda um pouco perdida.

Ele se inclinou e selou minha testa me fazendo sorrir com o gesto. Eu já estava me esquecendo da sensação de ter Francesco tão perto. 

O som da porta se abrindo me fez dar um leve sobressalto e olhar em direção a porta - sentindo meu estomago revirar com a expectativa de ver aqueles olhos.

Expectativa que foi frustrada tão rápido quanto se ascendeu em meu peito.

Um homem calvo e um pouco corcunda adentrou a sala e sorriu levemente ao pousar os olhos em mim.