John Shelby

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John Shelby from Peaky Blindes.

O dia em que desembarquei no porto de Birmingham foi de longe um dos melhores de minha vida.

Parecia que todo o peso que eu carregava comigo havia ficado na Itália, junto do poder que o meu sobrenome colocava em mim.

S/n Changretta foi deixada para trás. Eu tinha literalmente um mar de infinitas possibilidades sob os meus pés - e estava decidida a aproveitar!

Nas minhas primeiras semanas, fazendo algumas visitas de bar em bar, conheci o oceano que seria a minha perdição.

Os olhos de John Shelby me prenderam no mesmo momento que encontraram os meus.

Aquele tom de azul intenso me fez engasgar e o seu sorriso frouxo me arrancou um suspiro.

Ele se aproximou de forma galante, com um charuto descansando nos dedos e se ofereceu para pagar uma rodada de bebida.

Claro que aquele encontro acabou da única forma possível:
Eu em sua cama esquecendo do meu nome enquanto gritava o seu a plenos pulmões.

E nossa relação permaneceu assim por alguns dias - até que a monotonia nos cansou e passamos nos encontrar à luz do dia também.

Péssima ideia.

Se no começo eu me sentia presa aos seus olhos, agora eu me encontrava rendida ao seu ser.

John era um homem incrível.

Por trás de toda camada de durão, havia tantos sentimentos doces e puros em seu coração, que eu não poderia estar mais encantada.

Me tornei a namorada do temido John Shelby.

E eu amava aquilo!

Um ano se passou e vivíamos nossas vidas em harmonia esporadicamente interrompida por alguns problemas que a gangue enfrentava - mas nada nunca sério o suficiente para nos atrapalhar.

Bom, foi assim até o dia em que Thomas - o líder do clã Shelby - decidiu expandir o seu território de controle, e acabou por mexer em um vespeiro cujo veneno expelido eu conhecia muito bem.

Lucca Changretta, mais conhecido como meu primo.

Os polos mafiosos se envolveram em um confronto direto, e quando isso chegou ao meu conhecimento soube que era apenas uma questão de tempo até que Johnny descobrisse minha real identidade.

Esperava que fosse ter uma oportunidade de conversar com ele antes, mas na noite daquele mesmo dia - assim que adentrei a porta de sua casa não fui recebida com o calor que costumava ter.

Vi um chumaçinho de cabelo castanho correr em minha direção

"S/a" o pequeno Jason balbuciou com alegria enquanto atracava minhas pernas.

Mesmo sentindo a tensão palpável na atmosfera fui incapaz de não sorrir largo e corresponder ao aperto do menor.

"Meu bebê, como você está?!"

Antes mesmo que eu pudesse agachar para pega-lo no colo - ou que o garotinho pudesse responder, a voz fria de John pairou no ar fazendo um arrepio subir pela minha espinha.

"Kate, leve seus irmãos pra cima por favor. Eu preciso conversar com S/n a sós"

Kate caminhou apreensiva em nossa direção e lhe direcionei um sorriso tranquilizador, tentando transmitir a mensagem de que tudo ficaria bem.

Embora nem eu tivesse muita certeza daquilo.

As cinco crianças subiram as escadas a passos rápidos com a cabeça baixa e eu, com um suspiro lento me forcei a caminhar até o homem que amava.

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