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Yua despertou atordoada com o soar melódico e irritante de seu despertador, que havia sido colocado no modo soneca pela terceira vez. Espreguiçou-se e esticou os braços em direção ao lado da cama onde Manjiro costumava dormir, e resmungou alguns xingamentos entre dentes, ao não sentir sua presença no colchão. Abriu os olhos com dificuldade, ainda sonolenta, e com a visão turva, para ter certeza de que o garoto não estava no quarto. Ao confirmar tal suspeita, deu um longo suspiro, frustrada.
Deparou-se com um bilhete em seu aparador, embaixo de sua pistola, que naquele momento estava servindo como peso de papel.
Reunião urgente, não quis acordar você, mas prometo te atualizar depois.
Volto logo.
Indubitavelmente seu, Sano Manjiro.
Nas últimas semanas, devido aos avanços da polícia na investigação contra a Bonten, os dias dos integrantes do núcleo principal da gangue estavam agitados como nunca, e reuniões de última hora como aquela estavam se tornando frequentes.
Yua não havia tido mais nenhum contato com Hanagaki, mas o garoto estava sob seu radar, e ela estava apenas aguardando o momento ideal para matá-lo. Talvez, ela devesse tê-lo assassinado no dia do amargo reencontro que tiveram no restaurante, mas em tal ocasião, havia permitido que o afeto que tivera pelo mais novo no passado afetasse seu julgamento.
Um erro lamentável. Ter piedade era algo vergonhoso nos princípios da Bonten.
Embora a opinião de Oshiro fosse de considerável importância nas decisões finais de Manjiro sobre assuntos da organização, sua principal função não era elaborar estratégias ou solucionar problemas com pensamento lógico. Entre usar a mente ou uma boa e velha pistola carregada — e de vez em quando uma simples faca de combate afiada — a garota definitivamente escolheria a segunda opção.
Yua não era somente o braço direito de Manjiro, como também, sua mão assassina.
Sua tarefa era eliminar testemunhas, exterminar membros de gangues inimigas, punir devedores, apagar dedos-duros e tirar do mapa qualquer um que se revelasse uma ameaça à Bonten.
E ela cumpria sua função com louvor.
Porém, Yua havia falhado em seu papel ao tentar dialogar com o inimigo, já independente de quem fosse, qualquer um que desafiasse à organização deveria ser eliminado de imediato. Mas Takemichi ainda estava sob seu radar, e ela não o deixaria escapar da morte duas vezes.
— Tsc, então tá... — Deu de ombros após ler o bilhete e suspirou fundo, ciente de que passaria a tarde sozinha naquele enorme apartamento.
