Capítulo 2 - Passeio

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Olho ao redor, estou em um corredor de paredes brancas, há cristais de água marinha por toda parte, as tochas colocadas não fazem muita diferença na baixa iluminação do lugar, começo a caminhar por ele, observo as portas ao longo do corredor com símbolos e escritas brilhando em um tom de roxo – não consegui entender o que está escrito –, sinto uma pressão no ambiente, uma energia pesada... antiga talvez?

Respiro fundo e tento abrir algumas das portas, nada, a maçaneta não se meche nem um milímetro – é obvio, é para isso que serve os símbolos –, olho por mais alguns segundos, está selado por que? O que tem de tão importante atras dessas portas para precisar de um feitiço assim? Não, importante? Ou... perigoso?

Sinto um arrepio e me afasto rapidamente voltando a seguir em frente, já estou andando a alguns minutos, quanto mais ando mais parece que não tem fim, porém, já estou vendo algo brilhar lá na frente, finalmente vou sair desse lugar, corro até lá chegando a uma enorme porta dupla com os mesmos símbolos e escritas das outras – merda! – chuto a parede e sinto meu pé doer dentro do sapato, mas quem se importa? Não é como se já não estivesse doendo antes depois de todo esse tempo andando.

Uma energia atras da porta começa a me atrair, como se estivesse me chamando, olho para ela e me aproximo devagar, seguro a maçaneta, observo os símbolos desaparecerem, giro lentamente, a porta se abre e...

Acordo em um sobressalto, ouço baterem na porta da varanda, pego minha faca na cabeceira da cama – bem conveniente para ocasiões assim – me aproximo devagar da porta de vidro, olho quem esta do outro lado e...

- Ah, é você – abaixo a faca e abro a porta – sabe que pode só entrar pela porta da frente, não é?

- Assim não seria divertido – ela se joga na minha cama e olha para a faca na minha mão – haha, assustei você?

- Não viaja – guardo a faca e sorrio olhando pra ruiva na minha cama – não acha que está muito folgada? – cruza os braços atras da cabeça rindo um pouco.

- Hum... não, não acho, gata.

- Gata? Haha, o que faz aqui tão cedo?

- Cedo? Já são duas da tarde, e vim levar você para comprar um vestido para o seu baile, é amanhã, não? Pensei que fosse querer um novo para esse dia tão importante, mas... talvez eu tenha me enganado – olha para mim sorrindo de canto.

- Ta louca? Haha, quando me viu negar uma chance dessas, Liluth?

- Então o que está esperando para se trocar? – a ruiva me olha de cima a baixo com atenção – Ou vai de camisola para as lojas?

- E se eu for? – vou ate o espelho e olho para a camisola – acha que eu deveria comprar um vestido decotado como essa camisola dessa vez?

- Ah, se for pra ter ainda mais caras e mulheres babando em você, então esta fazendo a escolha certa.

- Interessante – olho ela pelo reflexo – talvez eu dance com algumas então, não posso deixar as belas damas do meu povo decepcionadas.

- É? – a ruiva se aproxima de mim com o olhar levemente serio – não acho que ligue para elas nesse sentido – fala baixo no meu ouvido – não faça esse joguinho comigo, minha princesa, eu também sei jogar – sinto um arrepio e solto o ar que não sabia estar segurando.

- T-tá, tá – tento disfarçar e vejo ela sorrir de canto.


Entro no closet vestindo um vestido relativamente simples em tons de verde claro e volto ao quarto, Liluth me analisa sorrindo por alguns segundos e me escolta até minha carruagem.

Chegando a segunda cidade de Altanaltha seguimos até a loja já conhecida a muito tempo por mim, entrando nela já me sinto animada ao admirar os inúmeros vestidos perfeitos à todos os gostos mais nobres, passo por todas as seções, desde os longos ate os mais curtos, experimentando vários para a minha felicidade e a de Liluth também, mesmo que tente disfarçar, sei que ama me olhar em todos eles.

 Experimento um em tom de verde escuro com brilhos por todo o vestido, alças caídas nos braços de ceda e um lindo e ousado decote na perna, saio mostrando à ruiva.

- E então? O que acha? Lindo não é? – ela analisa o vestido dando uma atenção especial aos decotes.

- É bem sexy, gata – sorri de canto – até demais para um baile.

- Oh... sério? Que pena – tiro o vestido e digo a vendedora olhando de canto para a ruiva– eu vou levá-lo – Liluth me olha por alguns segundos, pega um vestido tão ousado quanto o meu e se dirige a vendedora com seu clássico e maldito sorriso debochado.

- E eu vou levar esse.

O segredo de EscríphyaOnde histórias criam vida. Descubra agora