Reclamar não adiantava, já havia fatiado o meliante. Talvez cortá-lo em quatro pedaços tenha sido um exagero, refletiu François L'Ollonais, o melhor espadachim do mundo.
As pessoas na rua estavam aterrorizadas. Primeiro por verem um homem ser cortado em quatro pedaços no meio da rua e segundo por o homem que o fez sequer ter encostado sua lâmina no alvo.
Uma garota, no entanto, achou simplesmente esplêndido. Indo ao encontro do homem de capa no braço esquerdo, a jovem Rita o encara com olhar maravilhado.
- Como você fez isso, moço?
- Não é coisa de criança - secamente responde, andando.
- Me diiiiiz - insiste a pequena, seguindo o espadachim.
- Não. Vai com sua mãe.
- Ela tá trabalhando.
- Então vai com seu pai.
- Foi comprar cigarro. Ano passado.
- Sei. Tenho cara de detetive por acaso? Sai - empurra a cabeça da criança de oito anos.
Ainda assim, ela continua o seguindo cidade afora.
Ao entrar num bar, ele se irrita e grita, mas o barman ri.
- Desiste, essa aí tem de teimosia o que o céu tem de estrelas.
- Não sou o tipo paciente.
- Dá para notar. Aqui, Rita, suco de Pitaya para você.
- Pitaya? - indaga o espadachim.
- Uma fruta que dá nos cactos. Experimente - concede um pratinho com três fatias, uma branca, uma roxa e uma com casca amarela.
- Até que é boa.
- Chamam de Fruta do Dragão em alguns lugares, faz um bem danado para a saúde.
- Essa ilha não parece ter desertos.
- Mas temos. Pântanos, vulcão, deserto e florestas, um pequeno "mundo em miniatura". No inverno até neva.
- Lugar estranho. Bom, ao menos tem bastante coisa para olhar durante essas férias.
- Trabalha com o que, moço? - Rita toma a palavra.
- Matando gente, fedida. E é melhor sair da minha asa.
- Que grosseria - mostrando a língua, Rita provoca o espadachim.
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A besta da espada
AdventureTentando tirar férias, o melhor espadachim do mundo visita uma isolada ilha, mas esbarra numa estranha perseguição com demônios, criminosos e segredos do mundo. Spin off que pode ser lida isoladamente do universo Dominantes.