All This Time - Gabriel Barbosa

- Capítulo 1.

Liz.

Desço do carro acompanhada por Helena, que está visivelmente alterada. Essa é mais uma das várias noites que viramos em baladas e por incrível que pareça, hoje não toquei em uma bebida.

Minha amiga me conta sobre os caras que ela ficou na noite passada e ela me dá detalhes que eu realmente não preciso saber. Helena anda até a porta cambaleando e eu seguro firme sua cintura não querendo que ela tenha um encontro com o chão. Abro a porta e caminho até o quarto ainda segurando a cintura de Helena, deito ela na cama e troco sua roupa enquanto ela resmunga algo indecifrável.

Helena nunca foi de beber tanto e eu tenho a certeza que essa noite ela só ultrapassou os limites, pois terminou recentemente e ainda está muito magoada mesmo ela tentando fingir que isso não a afeta.

Tomo um longo banho querendo tirar esse fedor de bebida do meu corpo. Deito-me na cama ao lado da minha amiga e logo me rendo ao sono.

O relógio marcava algo pouco depois das 13h, eu estava na cozinha preparando o almoço para mim e Helena. Quando terminei tudo arrumei a mesa e fui até o quarto acordar ela, fiquei surpresa quando dei de cara com uma Helena meio sonolenta no meio do corredor.

━━━ Eu estava indo te chamar agora. Vem, o almoço já está na mesa. — falo e me viro olhando minha amiga por cima do ombro.

━━━ Eu te amo Liz, eu já disse que você é a melhor amiga do mundo? — ela pergunta me abraçando e deixando um beijo em minha bochecha.

Helena anda agarrada a minha cintura até a cozinha e só me solta quando chegamos na mesa, ela bota sua comida em silêncio e eu faço o mesmo.

Decido quebrar o silêncio e pergunto como ela está. ━━━ Você se sente melhor?

━━━ Sim, minha cabeça só tá girando um pouco ainda, mas tudo bem — ela responde e coloca a mão na testa.

━━━ Eu deixei um remédio e um copo d'água no criado-mudo, você tomou? — Helena balança a cabeça em resposta. ━━━ Daqui a pouco essa dor passa e quando você terminar de almoçar, vai tomar um banho.

━━━ Ok, mãe. — eu reviro os olhos e levanto o dedo do meio para ela.

Terminamos de almoçar e ficamos no sofá fazendo nada, não tínhamos nada para fazer e eu já estava ficando super entediada.

━━━ Não tem nada para fazer, Lele. Eu não aguento mais. — digo com uma voz dramática e enterro minha cabeça em uma almofada.

━━━ A gente pode sair para comer e sem bebidas para mim, por favor. — eu dou uma risada e digo um "Ok" para ela.

━━━ A gente pode passear pelo Calçadão agora e ir comer por lá mais tarde. — sugiro e levanto os ombros.

━━━ Sim! Vamos fazer isso. — Helena pula do sofá e começa a rodopiar pela sala.

Ok, eu não entendo a animação toda dela e também não vou falar nada para não acabar com sua graça, fico olhando Helena com um meio sorriso. Às vezes ela me lembra ele. E eu não sei o porquê e também não entendo porque estou pensando nele. Balanço minha cabeça afastando esses pensamentos estranhos e vou até o quarto e visto um short jeans e cropped branco.

Vou para o carro e Helena me acompanha vindo logo atrás, graças ao bom Deus ela não demorou, eu juro que se ela atrasasse eu deixaria ela para trás e ia sozinha. Dou partida no carro e afivelo meu cinto e Lele faz o mesmo. Ligo o som no aleatório e "Don't Blame Me" da Taylor Swift ecoa pelo rádio, dou um sorriso largo e olho para o lado encontrando Helena sorrindo e começamos a cantar.

Caminhávamos  pelo Calçadão de Copacabana e Deus como eu amo esse lugar, eu não paro de sorrir um minuto. Tiramos várias fotos e sentamos na areia observando o mar e as pessoas nadando.

━━━ Essa é a melhor vista de todas. — Helena confirma fazendo "joinha" com o dedão e sorrindo.

Helena se levanta e diz para tirarmos uma selfie já que segundo ela, quer guardar esse dia de recordação. Pego o celular de sua mão e tiro logo várias fotos de uma vez para não ter problema.

Jantamos em um dos restaurantes mais famosos de Copacabana e assim encerramos nossa tarde -quase noite-.

Helena se aproxima de mim com um sorriso de criança atentada enquanto segurava seu celular no peito, levanto uma sobrancelha olhando desconfiada para a garota que parou na minha frente e ainda não havia falado uma palavra.

Ainda com uma sobrancelha erguida, cruzo os braços no peito já esperando para o que essa garota vai falar. ━━━ Você vai falar o porquê você está com essa cara de doente ou não? — pergunto.

━━━ Ai, Liz se eu te contar isso, acho que você caí dura nesse chão. — me assusto um pouco com as palavras de minha amiga e fico nervosa e um pouco preocupada com o que ela irá falar.

━━━ Helena! Meu deus, o que aconteceu? Me conte logo, você conseguiu me deixar nervosa. — Me sento na cama olhando para o rosto dela em busca de alguma resposta.

━━━ Oh, veja você mesma. — ela me entrega o celular aberto em uma notícia, faço uma cara de confusa e Helena apenas diz para eu ler logo.

Puta. Que. Pariu. Eu não acredito no que meus olhos veem. Isso é uma brincadeira de mau gosto, certo? Vou procurar a fonte da notícia e vejo ser de uma página confiável, não pode ser.

Leio mais uma vez agora em voz alta para tentar acreditar nisso.

━━━ "Flamengo desiste de contratar Pablo e Gabigol entra na mira." — levo à mão a minha boca que se abriu em um perfeito "o" enquanto meus olhos se arregalam.

Eu não sei nem o que estou sentindo no momento de verdade eu realmente não sei.

Mas estou tão feliz por ele ir jogar no Flamengo, sinto meu peito apertar. Eu me lembro que um dia cheguei a falar para Gabriel que ele ainda jogaria no Mais Querido e que iria amar com todo coração a experiência.

Sinto uma lágrima descer pelo meu olho com essa lembrança. E também por outro motivo; eu finalmente iria ver ele outra vez.

O reencontro deles cada vez mais perto...

— xoxo, lia