ESCRITA POR: @holliejnls e @camilacinica
Jennie Kim felizmente se considera a fã número um da cantora e popstar Lalisa Manoban. Mas tirando isso, não resta nada além da imigrante solitária, advogada de casos perdidos sem perspectiva de um futuro bri...
Pra quem não entendeu, a Lisa chama a Jennie de "Kitten", porque significa "Gatinha" a famosa alusão aos olhos da Srta. Kim.
O capítulo 12 tem 4 partes, então vamos com 1/4, esperamos que vocês estejam gostando tanto da história quanto estamos gostando de escrever ela.
Respirem fundo e boa leitura.
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2022 — Melbourne, AUS
Jennie começou a sentir que estava em um túnel escuro quando a terceira semana de Novembro chegou.
Simplesmente estava no limite de seu estresse e pediu licença para o cliente indo até o banheiro do escritório. Assim que se trancou lá dentrose abaixou encostando as costas de suas coxas em sua panturrilha e abraçou seus joelhos deitando a cabeça ali.
A primeira lágrima veio do fundo de sua alma.
Acordar estava sendo uma tarefa horrível, porque de alguma forma, pouco mais de seis dias com Lalisa havia feito seu cérebro criar uma memória muscular onde procurava por ela pela cama até acordar naquele inferno que vivia.
Mas não só isso, a exaustão que seu trabalho vinha causando, estava lhe tirando a fome, a vontade de fazer outras coisas, além de ficar triste por estar em um lugar que já não sentia mais que cabia. E isso era péssimo, não queria ir para a Coréia porque sabia que no segundo que sua mãe descobrisse que pretendia voltar, lhe atormentaria com um futuro do jeito que ela queria.
E sua mãe acabava com seu psicológico, mais do que seu trabalho... a ideia miserável de que por causa dela Jennie havia viajado e conhecido lugares incríveis que a própria se quer lembrava, porque as experiências traumáticas com viagens e babas eram piores, ou quando sua mãe ficava dizendo que o dinheiro que havia gasto em professores particulares, ao lhe tirar da escola, tinha que servir para alguma coisa... como se Jennie sempre tivesse sido uma decepção... não queria mais se sentir daquela forma, não queria escutar tudo que havia escutado sua vida inteira... as humilhações, a forma tóxica que era manipulada.
Quando se mudou para a Australia, Jennie Kim havia dado um tiro certeiro em seu próprio pé, mas havia sido para afastar a mãe. O trabalho que arrumou como estagiária e sua efetivação após a formatura foi apenas um jeito de permanecer escapando... na época da faculdade teve o alojamento. Quando foi efetivada, a conta não fechava completamente..., mas era melhor do que perder sua cabeça.
Mal sabia sua mãe que o Direito que ela tanto quis que Jennie fizesse, era quase impossível de ser advogado entre um País e outro por conta de suas legislações e constituições, entre outras coisas.
Então quando cedeu a escolha dela para estudar Direito como sua mãe queria, fez sua aplicação sabendo que não teria uma troca de País e que se desse errado jogaria cinco anos de sua vida no lixo. Pareceu viável na época e Jennie nunca teve tanta paz em sua vida, como nos anos da faculdade, tanto que o Direito pareceu fácil enquanto estudava, era quase terapêutico saber que conseguiria aprender sem ter alguém para lhe chamar de desatenta... e quando mandava suas notas para a mãe no final do semestre, lia sempre uma mensagem de que não estava fazendo mais do que sua obrigação.
