2| 𝒫𝑟𝑒 𝑣𝑖𝑎𝑔𝑒𝑚

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𝒦𝑎𝑡ℎ𝑒𝑟𝑖𝑛𝑒

– Eu não preciso de você me vigiando enquanto arrumo minhas malas. – Estávamos no meu quarto enquanto eu separava algumas roupas pra levar até Washington. É o fim de semana na casa de lá e por esse motivo, minhas irmãs e eu, iremos viajar, mas as gêmeas vão juntas em outro carro com seus respectivos guarda-costas.

– Ordens do seu pai. – O olho incrédula.

– Você realmente precisa seguir a risca tudo o que meu pai diz? – Tento fechar a mala, mas era praticamente impossível pela quantidade absurda de roupas que tinha ali dentro. – Droga. – Resmunguei por ter que dividir as coisas em duas malas, algo que eu realmente não queria.

– Sim? Já que é ele o meu "chefe". – Se aproximou da cama, local em que minha mala estava rodeada de outras centenas de roupas que eu espalhei pra poder escolher quais de fato eu iria levar. – Não sei se seu pai te avisou, mas é somente um fim de semana Katherine.

– Ele é seu chefe, mas está a seis horas de distância, não vai te vigiar de lá. – Revirei os olhos. – Um fim de semana recheado de coisas importantes, preciso levar tudo o que é necessário.

– Seu guarda roupa inteiro? – Questionou ainda de pé ignorando completamente o que eu disse a respeito do meu pai.

– Sim Hacker, o meu guarda roupas inteiro. – Peguei uma outra mala pondo-a em cima da cama também. – Se não for me ajudar, peço por favor que saía daqui.

– Não. – Disse sério. O olhei vendo-o cruzar os braços.

– Pois bem. – Peguei umas peças de roupas e praticamente o obriguei a segurar. – Dobre essas, vou colocar nessa mala aqui. – Apontei.

– Não sou seu mordomo, se quiser um, é só contratar. – Jogou as roupas em mim e eu o olhei furiosa me aproximando do mesmo ficando cara a cara.

– Não é você que faz tudo o que um guarda-costas comum não faria? O que custa ser meu mordomo por alguns minutos. – Seus olhos estavam focados diretamente nos meus olhos, mas por alguns segundos foram desviados até meus lábios.

– Já disse, contrata um. – Se afastou voltando para a porta onde se encostou e ficou me observando.

– Idiota. – Resmunguei criando coragem pra poder finalmente terminar toda a bagunça que era a minha mala.

Talvez eu pense bastante sobre essa hipótese de ter alguém responsável por essas coisas que são realmente um tédio. Eu simplesmente odeio arrumar mala e ter que fazer isso dois fins de semana por mês, me deixa inteiramente irritada.

– Estou com vontade de comer pizza. – Vinnie estava sentado no sofá da minha sala enquanto me esperava terminar o banho que iniciei logo após terminar as malas.

– Liga e pede uma. – Seus olhos se voltaram pra mim, mas rapidamente voltaram para o celular em suas mãos.

– Tenho uma ideia melhor. – Peguei a minha carteira em cima da bancada. – Eu vou comprar. – Passei andando por ele e fui até a porta abrindo a mesma.

– Não sem mim. – Ele parecia um raio pela rapidez que teve em se aproximar de mim. – E você está de pijama.

– E qual o problema? – Entrei no elevador.

– As vezes eu acho que você esquece que é simplesmente a filha do presidente Katherine. – Ele estava sério com os dois braços na frente do corpo.

– Isso não responde a minha pergunta. Qual o problema? – Insisti me virando pra ele que hesitou um pouco mas acabou me olhando.

– Todo o mundo acompanha seus passos, devia levar isso mais à sério. – Seus olhos desceram lentamente parando na altura dos meus seios cobertos pelo tecido fino do pijama.

– Eu sequer vou sair do carro Vinnie. – Dei de ombros. – Como se você me deixasse entrar em uma pizzaria qualquer a essa hora da noite. – Revirei os olhos.

Tivemos que pedir no drive thru mesmo, já que em hipótese alguma Vinnie me deixaria no carro esperando enquanto fosse pedir a pizza. Meu pedido foi uma pizza de pepperoni, mas o chato do Hacker queria uma de quatro queijos, que pra mim não tem graça alguma.

– Vai mesmo comer no carro? – Revirei os olhos enquanto terminava de mastigar o pedaço de pizza.

– Você gosta de ser chato em tempo integral, não é? – Lambi meu dedo indicador e eu pude o observar travar o maxilar enquanto dirigia. – Ficou tenso por que Hacker?

– Vai sujar o banco. – Manteve o foco na estrada.

Limpei meu dedo com o auxílio de um guardanapo e fechei a caixa de pizza deixando-a em cima das minhas pernas. Apoiei minha mão em cima da sua coxa direita e eu pude reparar na forma que ele apertava o volante tentando não se distrair.

– Desse jeito vai estragar o volante. – O provoquei apertando levemente a sua coxa.

– Teria motivos, não acha? – Desviou o olhar da estrada pra poder me olhar assim que parou no sinal.

– E que motivos seriam? – Apertei mais uma vez sua coxa e soltei uma risadinha tirando a minha  mão dali. – Sinal verde.

Em casa, enquanto estava sentada no sofá da sala comendo a deliciosa pizza de pepperoni e assistindo meu programa favorito, pude sentir uma certa tensão formada naquele cômodo vindo justamente do Vinnie.

– Não vai mais comer? – Perguntei ao notar que ele não comeu nem um pedaço inteiro.

– Perdi a fome. – Me olhou sério.

– Que pena. Já eu, estou morrendo de fome. – Sorri. – Fica tranquilo Vinnie, uma mão na sua coxa não é motivo pra você ser mandado embora.  – Mordisquei um pedaço da pizza.

– Mas parece que você quer arrumar motivo suficiente pra que eu vá embora. – Se ajeitou no sofá.

– Eu já teria motivos só de contar ao meu pai o que rolou a um tempo atrás. – Fechei a caixa de pizza e o olhei com um sorrisinho no canto dos lábios. – Mas eu não abri a boca e você ainda continua sendo meu guarda-costas.

– Você gosta de relembrar aquele dia, não é mesmo?

– E por que eu não iria relembrar? – Me aproximei. – Duas coisas incríveis aconteceram, você quebrou a regra do meu pai e não estava chato.

– E foi a maior burrada que eu fiz em toda a minha vida. – O olhei incrédula e me levantei.

– Só uma coisa que nunca muda. – Taquei a almofada no sofá. – Sua babaquice.

Ele ficou me encarando sério, sem demonstrar reação alguma e eu saí dali indo pro meu quarto.

Ele literalmente faz questão de esfregar na minha cara que odiou os dias que transamos, que foi uma burrada e coisas do tipo. Babaca.

Meu Guarda Costas - VINNIE HACKER Onde histórias criam vida. Descubra agora