3| 𝒜 𝑣𝑖𝑎𝑔𝑒𝑚

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𝒦𝑎𝑡ℎ𝑒𝑟𝑖𝑛𝑒

Acordei bem mais cedo do que eu esperava. Na verdade, eu ao menos consegui dormir direito durante toda a noite. Vinnie e eu combinamos de sair às oito pra conseguirmos chegar em Washington na parte da tarde, mas às seis e meia eu já estava de banho tomado, arrumada e em pé encostada na bancada da minha cozinha.

– Pensei que fosse se atrasar. – Escuto a voz do Vinnie e me viro vendo-o já arrumado também. – Como sempre faz.

– Eu realmente preciso conversar com o meu pai e estabelecer algumas regras. – Termino de tomar o meu café expresso pondo a xícara na pia. – Você não sabe nem bater na porta.

– A chave que está comigo serve justamente pra eu não ter que bater. – Sorriu falsamente abrindo os armários da minha cozinha.

– O que pensa que está fazendo? – Cruzei os braços.

– Procurando alguma coisa pra comer. – Me olhou rapidamente e voltou a fuçar as prateleiras do armário.

– Pois pode esquecer, não tem nada ai, preciso fazer compras. – Olhei o relógio no meu pulso. – Vamos?

– Marcamos de sair às oito.

– Mas você já está aqui. Pelo menos vamos chegar mais cedo. – As minhas malas já estavam na sala então era menos uma coisa a se fazer: descer com elas do meu quarto.

Hacker resistiu um pouco em sairmos mais cedo, segundo ele, meu pai poderia não gostar muito da ideia. Muito pelo contrário, meu pai vai amar me ver chegar mais cedo que o normal, já que as gêmeas foram ontem mesmo.

– Coloca uma música que preste. – Resmunguei abaixando todo o volume do som.

– Eu vou passar seis horas dirigindo Katherine, nada mais justo que uma música que eu goste. – Aumentou novamente me fazendo revirar os olhos e me ajeitar no banco.

Já estávamos a uma hora na estrada e eu só queria chegar logo em Washington. Mesmo que assim que chegar eu já tenha que lidar com coisas como: acenar felizmente para as pessoas, dar entrevistas e comparecer a locais importantes, eu amo estar perto da minha família.

– Estou com fome. – Resmunguei.

– No posto que vamos abastecer tem uma loja de conveniência. – Ele estava seco como um deserto.

– Que bicho que mordeu?

– Um bem esquisito chamado Katherine Turner. – Abri a boca abismada com o que escutei.

– Eu conheço um que já está em extinção, Vincent Hacker.

– Em extinção porque sou uma espécie rara.

– Sonha. – Revirei os olhos vendo que finalmente chegamos no posto.

– O que vai querer? – Perguntou tirando o cinto.

– Eu posso falar com o atendente. – Tirei o meu e saí do carro andando na frente dele que sequer ficava trinta centímetros longe de mim.

Peguei algumas coisas na loja de conveniência e as deixei nas mãos do Hacker pra que ele pudesse pagar. Enquanto ele pagava, me afastei indo para o banheiro que ficava na parte lateral do posto. Depois de terminar, abri a portinha dando de cara com o Vinnie que de fato não tinha uma cara muito boa.

Meu Guarda Costas - VINNIE HACKER Onde histórias criam vida. Descubra agora