Parte VII

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"Sometimes I wonder: when you sleep are you ever dreaming of me? Sometimes when I look into your eyes, I pretend you're mine, all the damn time."

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Os planos de Kate para aquela madrugada resumiam-se em: tomar um banho escaldante no banheiro da suíte em que Violet a alojou, vestir seu baby doll de seda mais confortável, esticar seus músculos exaustos sobre o colchão de molas e dormir o sono dos justos.

Infelizmente, seu subconsciente parecia ter ideias bem diferentes para ela.

Kate estava sonhando com Anthony.

Outra vez.

As aparições frequentes e (in)desejadas do garoto em suas fantasias começavam sempre da mesma forma: seu cheiro de baunilha, menta e maresia era tudo o que ela podia respirar, então havia o toque de suas mãos errantes sob sua blusa e a textura suave de seus lábios cobrindo cada centímetros da pele exposta por seu decote. E como em uma coreografia ensaiada milhares de vezes, ele erguia o rosto e a hipnotizava com seus olhos castanhos e profundos, que suplicavam por algo que ela queria muito - ansiosamente, desesperadamente - dar a ele.

O sonho se passava em um cenário imutável, uma espécie de sala de tv, isolada no gigantesco corredor do segundo andar da mansão litorânea dos pais de Matt. Era a noite de ano novo. Ela ouvia vagamente uma mistura de sons indecifráveis atravessarem as paredes de vidro que os cercavam. Talvez fossem novas explosões de fogos de artifício. Ou, talvez, apenas a gritaria de seus colegas reunidos na areia da praia. Ela não saberia dizer com precisão, já que a respiração tensa de Anthony em seu ouvido tornava qualquer outro som obsoleto.

Ele havia a arrastado, durante uma confusão de beijos, para um sofá de canto cinza.

Ela acabou montada no colo dele.

Seus braços firmes envolviam seu corpo e aquelas mãos, grandes e ásperas, deslizavam tortuosamente sobre ela. Kate sentia a pele quente de seu abdômen sólido sob as palmas das próprias mãos, enquanto os dedos dele apertavam sua caixa torácica com vontade, os polegares provocando-a, marcando o contorno inferior de seus seios - descobertos pela blusa que eles tinham acabado de se livrar. Ele deslocou uma das mãos para o pescoço dela, subindo até a nuca, e eliminou a distância que os separava, unindo seus lábios de um jeito que tornava impossível distinguir a boca dele da dela.

Anthony parecia querer devorá-la.

Kate se deu conta de que simpatizava bastante com essa ideia.

Com uma habilidade manual invejável, ele envolveu a lateral de suas coxas, puxando-a ainda mais para perto. Um ronronar de satisfação escapou da base de sua garganta durante o beijo, antes que ela pudesse fazer qualquer coisa para impedi-lo. Ele estava agonizantemente bem encaixado embaixo dela, duro sob ela. O novo ângulo era perfeito e a permitiu afundar um pouco mais os quadris nele, buscando por qualquer tipo de fricção que aliviasse aquela dor crescente entre suas pernas. Anthony soltou uma expiração irregular contra sua boca e aprofundou o beijo, em resposta ao movimento. Seu toque se tornou mais rude, meio possessivo, apertando suas curvas com mais força e arrancando uma série de suspiros de seu peito. Uma das mãos dele percorreu a parte interna de sua coxa, chegando dolorosamente perto de seu destino, causando nela uma espécie de sofrimento prazeroso pela antecipação. Quando as pontas de seus dedos tocaram a renda de sua calcinha, na junção entre a coxa e a virilha, ela tentou abrir mais as pernas para ele, mas não foi suficiente.

Nada era suficiente.

Embora Kate não tivesse tanta experiência, ela tinha instinto e bom senso, o que a tornava bastante consciente das necessidades de seu próprio corpo e absolutamente capaz de reconhecer que se o maldito Bridgerton não colocasse seus malditos dedos nela, naquele exato segundo, ela entraria em combustão.

Paper Rings ▪ KathonyOnde histórias criam vida. Descubra agora