Talvez desta Vez

Capítulo 3

Oii pessoal!

Sentiram falta de mim? 😂

Pra compensar a demora na atualização dessa história, aqui vai um super capítulo. São mais de 10k palavras trazendo muitas respostas (e muito #IlCey!) pra vocês.

Boa leitura a todos e obrigada pelo carinho, pelos comentários e pelas reações. Vocês sempre alegram meu dia! 🤍

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"Onde você costumava estar, há um buraco no mundo no qual me encontro constantemente andando à luz dia e caindo durante a noite. Sinto a sua falta infernalmente." - Edna St. Vincent-Millay

Talvez desta Vez - Capítulo Três

— Estou ligando porque acho que encontrei uma coisa.

Ceylin reparou na expressão apreensiva de seu antigo professor da universidade e soube que seria repreendida antes mesmo que ele abrisse a boca para respondê-la.

— Ainda está se metendo nisso, Ceylin? — a tela do computador mostrava o semblante preocupado do homem através da chamada de vídeo — eu já tenho cabelos brancos o suficiente, você não precisa me dar mais alguns.

Ceylin sorriu afetuosamente, comovida com a preocupação dele.

— Se quer mesmo saber, cabelos brancos caem muito bem em você, professor Sinan — a advogada comentou de forma descontraída, vendo como a expressão carrancuda dele se suavizou um pouco.

— Você ainda vai me enlouquecer — o homem olhou ao seu redor como se quisesse se certificar de que não estavam sendo ouvidos antes de encarar a ex-aluna novamente — não se dá conta do risco que corre ao se meter com essa gente?

— Sim, eu sei — a advogada suspirou, ciente da gravidade da situação em que se metera — mas, entenda, se eu não buscar essas respostas para punir os culpados, passarei o resto da vida me sentindo ameaçada — ela explicou antes de pausar seu discurso para respirar fundo — a questão é que... — a advogada hesitou, sabendo que estava abordando um assunto complicado — estou começando a suspeitar da idoneidade da Tigris — Ceylin confessou, mordendo o lábio inferior em antecipação.

Tigris era a firma de advocacia na qual seu antigo professor trabalhava. Ceylin passara os últimos dois anos como funcionária do prestigioso escritório após o Professor Sinan lhe oferecer uma posição como advogada senior no setor de direito corporativo, o qual ele dirigia.

— Isso não tem fundamento algum, Ceylin — o professor Sinan respondeu, parecendo aborrecido. Ceylin antecipara que ele se sentiria assim. Afinal, o homem trabalhava na empresa há muitos anos e era bem próximo ao diretor — como pode sequer pensar numa coisa dessas?

Ceylin sabia que não tinha nenhuma evidência concreta para apoiar suas suspeitas, apenas hipóteses. Por isso, nem adiantava tentar convencer o Professor Sinan, uma vez que ela mesma ainda relutava em acreditar no que propunha. A melhor coisa a se fazer seria compartilhar com ele o que descobrira. Duas cabeças pensavam melhor do uma. E com toda a experiência que tinha, talvez o professor pudesse aconselhá-la também. Afinal de contas, não seria a primeira vez.

— Veja aqui — ela exibiu uma folha em branco na qual desenhara um diagrama conectando nomes de empresas — vou explicar o que achei.

Ceylin passou os minutos seguintes resumindo as conexões que fizera nas últimas noites acordada em seu escritório acompanhada apenas de seu computador.

Ao contrário de quando trabalhava sozinha em Istambul, em Ancara jamais tivera que buscar clientes ativamente, pois a Tigris recebia uma demanda enorme espontaneamente. Ceylin trabalhava nos casos atribuídos a ela pelo professor Sinan, que por sua vez respondia diretamente ao diretor da empresa, um advogado bem mais velho de origem grega.