Aêêê! Finalmente chegamos ao fim dessa aventura! E que montanha de russa de emoções essa fic tem sido.Só tenho agradecer a vocês pelo carinho e por todo apoio que sempre me dão!
Esse capítulo está recheado de referências a capítulos anteriores. Quem leu tudo recentemente e/ou tem boa memória vai saber exatamente do que estou falando.
Sem mais delongas, vamos para o que trouxe vocês até aqui 😉
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"Não sei como são chamados, os espaços entre os segundos, mas penso em você sempre durante esses intervalos." - Salvador Plascencia
Talvez desta Vez - Capítulo Oito
Ilgaz mexeu-se na cadeira estofada da sala de espera do hospital em busca de uma posição melhor. Seus músculos doloridos protestaram a acomodação desconfortável, mas o promotor tratou de ignorá-los.
Um relógio antigo na parede quebrava o silêncio do ambiente ao arrastar seus ponteiros de forma ritmada, mas Ilgaz mantinha-se completamente alheio à passagem do tempo. Não sabia se faziam duas, doze ou vinte horas desde a última vez que olhara no relógio e, francamente, não se importava.
Tanta coisa havia acontecido no último dia que parecia ser impossível manter-se a par. Os eventos estavam tão iminentes em sua mente que, mesmo acreditando que tudo ficaria bem, não conseguia relaxar.
Ceylin encontrava-se em um leito na unidade de terapia intensiva a apenas alguns metros de onde Ilgaz estava, mas ele ainda não conseguira vê-la. A advogada havia sido submetida à uma toracotomia de emergência para reparar os estragos sofridos pela ferida à bala.
Ilgaz não gostava nem de lembrar-se do pânico que o assaltara quando toda a cena se desenrolara.
O som inconfundível de um disparo deixando o revólver seguido pelo barulho abafado da bala perfurando o corpo da mulher que amava ainda o assombraria por muitas noites. Por uma fração de segundo, Ceylin olhara em seus olhos. Mas então o sorriso desaparecera subitamente do rosto dela, fazendo Ilgaz crer que a havia perdido para sempre.
Ele ajoelhara-se em desespero ao lado da advogada enquanto a força policial que o acompanhara até o local tratava de prender o Professor Sinan e seu comparsa.
Quando a ambulância chegou ao local, poucos minutos depois, o alívio de descobrir que Ceylin ainda estava viva fora prontamente substituído por uma nova onda de terror. A vida dela seguia por um fio.
Ao chegar ao hospital, o promotor experimentara a impotência de não poder fazer nada. Ilgaz passou as horas seguintes em pé no exato saguão onde se encontrava agora. Aos poucos, pessoas haviam se juntado a ele. Algumas haviam permanecido, outras, ido embora. Mas todas chegavam até lá com o mesmo propósito: obter notícias de Ceylin.
Diferentes emoções eram expressadas conforme as horas se passavam. Alguns haviam gritado, outros derrubado coisas, muitos choraram até não conseguirem mais manter-se de pé.
Mas Ilgaz permanecia estoicamente alheio a qualquer demonstração de emoção. Sua expressão impassível enganaria qualquer um que não o conhecesse bem a pensar que o promotor estava encarando aquela situação sem qualquer envolvimento.
Mas, por dentro, Ilgaz sentia-se como se estivesse no fundo de um poço frio e distante onde todas as vozes que chegavam até ele eram abafadas por um véu de medo e agonia.
Não podia perdê-la. Havia acabado de reconquistá-la. Ilgaz não suportaria.
O promotor barganhou com Deus durante as horas seguintes, incapaz de verbalizar qualquer coisa sob o risco de perder-se em sua própria escuridão.
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Talvez desta Vez
RomantikApós dois anos morando em outra cidade, Ceylin se vê obrigada a retornar a Istambul. Uma ameaça à sua vida acaba por se tornar maior que o medo de enfrentar seu passado, forçando a advogada a encarar de frente tudo que havia deixado para trás. Não...