Prólogo

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Em um universo paralelo ao nosso, mas conectado pelos esgotos de Nova York,  irmãos humanos moram em sua casa no Reino Cogumelo, um reino que como o nome diz possui muitos cogumelos, não só os comuns como também uma raça de cogumelos falantes e cogumelos do tamanho de árvores.
Esses são os irmãos heróis! Os Mario Bros! O mais velho, baixo e gordinho se chama Mario e o mais novo, alto e medroso é Luigi, um par de irmãos italianos que viviam na cidade grande até parar aqui por acidente e ficar por escolha.
A cada poucos dias eles iriam de volta ao mundo humano para interagir com sua família através de cartas e ligações, por isso eles mantiveram uma casa de fachada que era cuidada por uma faxineira do castelo de Peach, a princesa pêssego do reino cogumelo que estranhamente era uma humana, ou se parecia com uma, de qualquer maneira! Hoje é um dia especial, meio feliz e infeliz também... Afinal, Malu, filha de sua prima brasileira e que morou no país tropical por sua vida está vindo morar com eles.
Sua guarda foi entregue a Luigi que pediu pra ficar com a garota quando ninguém quis acolhe-la após a morte de sua mãe num acidente de carro, seu pai de sangue tinha sumido no mundo muitos anos atrás, para ser mais exata, treze anos antes, ou seja, desde que ela nasceu.
Mario tinha Peach e eles gostariam de casar em um futuro próximo e ele não desejava uma incógnita política a mais no seu relacionamento com a princesa, por outro lado, Luigi e Dayse tinham rompido há um tempo agora.
De vez em quando, mas não muito, ele iria para New York em lugares não adequados para menores, a maioria que o conhecia nesse meio gostava do homem já que ele não era um dos violentos e problemáticos, não reclamava dos preços e era até mesmo amigo da maioria os ajudando se encontrassem problemas que ele poderia resolver ou apenas escutando para que aliviasse as mentes cansadas.
Afinal, todo homem bom tem o seu lado sombrio, sua persona vilanesca era a prova definitiva, e por mais medroso que fosse, sendo intitulado covarde e geralmente esquecido para maioria dos reinos, ele sabia escolher suas batalhas, sabia ser astuto se a situação exigisse, mesmo que não gostasse.
Claro, ele era majoritariamente gentil e doce, como um gatinho agradável de ver, mesmo que como os gatos possuísse garras afiadas e pudessem morder.
A maioria esquecia, Mario era o irmão corajoso, mas aqueles que conheciam Luigi lhe deram lealdade igual a que ele ofereceu, ele era o irmão responsável mesmo que ninguém soubesse.
Ele era importante por mais que ninguém notasse além de um velho cientista, um certo Rei Boo que depois de três batalhas finais o considerava um risco a libertação de mortos radicais, algumas hordas de fantasmas que se redimiram e cuidavam de suas propriedades atuais, duas mansões e um hotel, a princesa Dayse do reino das flores de quem ele ainda era amigo e aliado, Yoshis com quem ele viveu por um tempo sendo enviado como reforço após um ataque do Reino dos Koopas, alguns conhecidos em todo o mundo e as já citadas pessoas do ramo do sexo de New York.
Dos dois irmãos e independente de qualquer coisa, Luigi era o melhor preparado para acolher a criança que visitou durantes as férias quando ia visitar sua prima e as praias cearenses, eles se deram de um jeito legal e ele até contou a ela sobre esse mundo mesmo como se fosse apenas uma história de ninar, ela escutaria, riria enquanto eles compartilhavam um pedaço de bolo que eles cozinharam juntos e o chamaria de tio preferido.
Eles eram um arranjo estranho, sua sobrinha era louquinha de um jeito bom e um tantinho agressivo, mas ele fez muito para adaptar um antigo escritório como quarto e tinha colocado boa parte das coisas que recebeu como da sobrinha ali de modo organizado e outra parte na casa de New York onde ela iria passar de segunda a sexta para ir a escola, Luigi aproveitaria para cuidar mais da empresa de encanadores que ele tinha com Mario e tudo ficaria bem.
Ou assim ele esperava, a vida era como Malu, imprevisível, imparável e agitada.
Com isso em mente ele cuidou de arrumar o cabelo mais uma vez em frente ao espelho, todos os papéis assinados ele iria receber sua sobrinha e queria que fosse bom, não perfeito, bom bastaria.
Uma calça de um verde apagado, uma blusa de manga laranja também apagada, um suéter creme para combinar com o clima levemente frio dessa época outonal do mundo humano e tênis de uma cor escura e fosca.
Então houve uma batida na porta, ele foi ali de imediato, parada na frente dele estava sua sobrinha e a assistente social, a mulher do governo logo saiu tendo vindo só para ver as instalações que a pré-adolescente ficaria.
Assim que ela se foi sua sobrinha começou a derramar algumas lágrimas.
Luigi: Malu... - Ele a abraçou tentando passar algum conforto sendo imediatamente agarrado e ouvindo os soluços baixos da garota - Estou aqui, você não está sozinha... Shiiiii... Estou aqui pequena  - Ele sussurrou e a acalentou por muito tempo, até que ela finalmente parou
Malu: Obrigada
Luigi: De nada, agora, venha comigo
Assentindo a garota o seguiu até o porão onde um tubo grande e verde estava.
Malu: Me levando aos esgotos tio? Não sou muito nova pra você me matar e esconder meu corpo nos esgotos?
Luigi: Bambina molto divertente, apenas me siga
Eles deram alguns passos, então o chão simplesmente sumiu.
Malu: Jesus tio, que porra foi essa?
Luigi: Linguagem
Malu: Mals, mas tipo? Cogumelos gigantes? PUTA MERDA É O REINO DO COGUMELO! ISSO SIGNIFICA COGUMELOS FALANTES!!! Isso é tãooooooo foda
Luigi: Si, pronta para conhecer nostra casa?
Malu: Sim!!! Vamos! Vamos!
Luigi: Sí babina - O homem nem tentou conter a sobrinha, ele estava ciente de que ela precisava disso para se distrair, mas se manteve ao lado dela caso houvesse a precisão de proteção.
Eles caminharam por um trecho antes de chegar até a estrada e seguiram até verem sangue, logo a frente um goomba estava machucado.
Malu: Meu Deus cara, você parece uma merda, quer ajuda?
Luigi: Linguagem Malu, desculpe pela linguagem da minha sobrinha, mas você precisa de alguma ajuda?
Goomba: Você está falando sério? Vocês costumam pisar em nós ou não está lembrado Mario Verde?! - O cogumelo fala com a voz grossa
Malu: Olha aqui oooohhh meu querido, estamos tentando ajudar, não precisa falar como s-
Luigi: Babina, temperamento
Malu: Mals tiozito - Faço uma cara de vamos nos acertar otário para o cogumelo
Luigi: Olha, atualmente eu não preciso bater em ninguém já que ninguém foi sequestrado, não está acontecendo uma briga ou o de sempre no geral, então se você quer ajuda vamos ajudar, se não, podemos ir embora
Malu: Voto pra não ajudarmos esse cara já que ele foi muitíssimo rude
Luigi: Si babina, mas você também foi muito grossa ao falar com ele o que significa sem sobremesa
Malu: Mas tio!
Luigi: Agora, você quer ajuda ou não?
Goomba: E o que você ganha me ajudando? Ou punindo a sua sobrinha? Somos inimigos!
Luigi: Eu ajudo quem precisa e como eu disse você não é meu inimigo se não estamos em guerra porque seu rei sequestrou a princesa, além disso minha sobrinha foi mal educada eu estaria errado em não puni-la
Goomba: Só isso basta? - O cogumelo perguntou desconfiado
Luigi: Pra mim, agora, você quer ajuda?
Goomba: Você não desiste?
Luigi: Não se não escutar palavras concretas - Ele deu de ombros com um ar gentil ao redor antes que o Goomba suspirasse e acenasse com a cabeça, o orgulho impedindo-o de usar palavras.
Imediatamente Luigi se abaixou do lado dele e tirou um cogumelo pequeno do bolso, o tamanho era o de um alfinete e possuía uma cor verde branda.
Luigi: Esse é um cogumelo curativo, ele é capaz de tratar ferimentos intermediários, agora eu não tenho certeza se isso vai bastar para curar todas as suas feridas, mas vai aliviar a maior parte
Goomba: Eu sei o que são cogumelos curativos, eles são raros, mas conhecidos, você tem algo valioso aí Mario Verde, e você quer que eu use?
Luigi: Tenho mais por precaução, agora coma
Sem precisar ser dito mais nada o Goomba estendeu uma de suas mãos que ficam quase sempre juntas ao corpo camufladas para melhor sustentação do corpo, raramente um goomba usa as mãos ativamente porque é complicado para eles, mas esse era um dos momentos, pelos ferimentos era evidente que o cogumelo tinha entrado numa briga e não tinha saído vitorioso.
A maioria dos ferimentos foi curada, apenas um corte acima da sobrancelha restou, em resposta a isso o encanador tirou um curativo e colocou no lugar.
Luigi: Não deve infeccionar assim
Goomba: Você sabe que eu vou relatar ao meu chefe sobre isso não é?
Luigi: Sim, é o seu trabalho, mesmo que eu não goste não pode ser evitado, agora, Malu peça desculpas para podermos ir para casa
Malu: Mas tio!
Luigi: Sem mas, você é uma garota bem educada, lembre bem disso
Malu: Certo, desculpa senhor goomba eu acho?
Luigi: Bom o bastante, agora vamos, espero que nos vejamos em bons termos da próxima vez se houver uma - Com um aceno os familiares foram.
Goomba: Mario Verde hein? Lorde Bowser precisa saber disso - Ele murmura antes de sair correndo, seus pezinhos percorrendo o caminho até a fronteira.
Enquanto isso Malu e Luigi finalmente chegaram a cidade, alguns dos habitantes observaram os dois e começaram a murmurar, afinal a maioria não sabia do novo arranjo, quando eles chegaram na casa Mario não estava, ele passava a maior parte do tempo no castelo e em missões então não era surpreendente se ele fosse em mais uma sem avisar por um par de semanas.
Malu: Lugar legal
Luigi: Vou mostrar o seu quarto, venha comigo
Recebendo um aceno o homem a levou ao segundo andar onde ficavam os quartos e mostrou o antigo escritório agora remodelado.
Na parede oposta a porta estava uma cama de casal, parecia nova e tinha uma flor talhada na cabeceira, uma cômoda estava ao lado e um tapete circular cinza de pelúcia no chão, os lençóis eram brancos com estampa de pequenas flores lilases, havia uma janela com cortinas cinza e uma escrivaninha com cadeira e um notebook com impressora na parede lateral direita junto de um guarda-roupa e prateleiras cobriam a parede lateral esquerda lotadas de livros, abaixo delas estavam três puffs, um rosa, um verde e um azul.
Num toque final as paredes eram cor creme, o que a pré adolescente achou perfeito.
Malu: TIO LUIGI EU AMEI! – Abraça o homem
Luigi: Fico feliz em ouvir isso – Ele sorri e bagunça o cabelo da menina – Por que você não tomam um banho e descansa? Então eu vou fazer o almoço e te chamar e depois nós podemos ir passear
Malu: Tudo bem pra mim! – Ela entrou e fechou a porta, ele aguardou alguns momentos atrás da porta antes de ouvir um choro baixinho e resolver dar o espaço que a menina precisava.

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Nas Terras Sombrias Kamek acabava de ouvir um goomba que tinha algumas alegações interessantes.
Primeiro o tratamento que o Mario Verde deu a um inimigo que recusou ajuda e em seguida a informação de que o dito cujo tinha uma sobrinha, saindo da enfermaria o feiticeiro pensou seriamente sobre o que fazer com os fatos do relatório decidindo por ir imediatamente a sala do trono.
Bowser saberia o que fazer, afinal, ele é o rei e sua palavra é lei.

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