Casamento Forçado

CAPÍTULO 27

Helena on

Estávamos todos na mesa de jantar, o clima se encontra estranho, dona Victoria estava sempre com o olhar sobre Duda e a mesma mantinha a cabeça abaixada e comendo aos poucos a comida. O Antônio segurou a minha mão quando percebeu que eu estava desconfiando de algo, olhei para ele com um olhar de interrogação e em seguida ela voltou à comer.

O pai do Antônio estava em uma viagem de negócios, tudo foi uma correria essa manhã, essa casa estava estranha desde quando Duda chegou.

Helena: Tem algo acontecendo e vocês não querem me falar, se foi algo com a minha família, algo grave, por favor me conte tudo, odeio ser a única pessoa que não sabe de nada e fica nesse clima.

Victoria: não é nada para você se preocupar, apenas cuide da sua gravidez sem agitamentos e estresses — ela falou fazendo movimentos que havia acabado e que iria se recolher.

Antônio: Não há nada que se preocupe, estamos exaustos do dia de hoje.— Antônio olhou novamente em direção a Duda e em seguida voltou o olhar para a sua refeição.

Duda ainda com a cabeça baixa, como se levantasse o seu olhar ou falasse algo, ela seria morta em questão de segundos. Suspirei e não havia mais apetite, me levantei olhando para todos.

Helena: Não irei aceitar mentiras, vamos Duda, vamos para o meu quarto.— falei segurando a mão dela.

Subimos para o meu quarto, Duda continuava neutra enquanto passava a mão em sua barriga, fiz o mesmo e me sentei na cama devido o peso da barriga.

Duda: eles pesa, né? As vezes fico cansada só em tomar banho. — ela falou cortando o clima tenso entre nós.

Helena: não sei o que rolou, sei que algo tem e irei ficar extremamente puta quando descobrir, principalmente por ser a última à saber, mas não irei te forçar a falar ou algo do tipo, apenas quero que confie em mim! Estou contigo sempre. — falei olhando no fundo dos olhos dela, enquanto a mesma apenas sorrio sem graça e se aproximou segurando a minha mão com firmeza.

Uma semana depois...

Observava o processo de montagem do quarto do Matteo, enquanto os rapazes cantava animados. Havia tempos que esse lugar não era não animado, sempre tenso e agitado e eu sempre permanecia por trás de tudo, então permanecia apenas no meu quarto. Já estava cansada, com um tédio enorme. Dona Victoria estava na dela, sempre em pensamentos longe, o Antônio perdido nos negócios e seu pai nem ouvia falar há semanas.  Maysa as vezes aparecia, conversávamos e depois ela iria fazer suas obrigações. Já a Duda, estávamos se falando por mensagem, ela só vem às vezes depois daquele dia.

Desço as escadas em silêncio, e escuto uns falatório vindo da sala de jantar. As vozes eram familiar, certeza que a primeira era de Rayssa e a segunda era dona Victoria.

Rayssa: A senhora não devia aceitar calada, cadê a minha tia que não se calava nem por um segundo para manter a sua família erguida? Lembro-me  de tudo, essa casa era outra coisa antes desse casamento do Antônio. Essa aí só trouxe desgraças...

Victoria: E quem disse que eles me escuta? E não fale assim dela, Helena é uma pessoa boa. Acho que ela não merecia isso tudo, você não vê que esse acordo sempre trouxe conflitos? Mas não é culpa dela, na verdade nem sei de quem é a culpa.

Vou saindo em direção ao jardim central após ouvir passos, fico tentando ligar as coisas e montar o quebra-cabeça em meus pensamentos, vejo Janaína andando de um lado para o outro enquanto fumava.  Sorrio para a mesma que retribui e em seguida para e fala com um dos seguranças da casa. Observo os carros saindo em alta velocidade, os sussurros entre alguns empregados e quando eu tentava me aproximar, ele mudava de assunto ou saiam do local.

Tem muito mistérios acontecendo, são segredos e se forem para colocar o meu nome ou o nome do meu filho no meio de tudo, eu irei descobrir, farei questão de descobrir cada coisa que eles estão tentando esconder de mim. Aliás, não sou uma Drummond agora? Meu filho é o herdeiro disso tudo mesmo eu não querendo e se eu quero proteger ele, preciso agir.