Capítulo 14

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Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas

— Sun Tzu.

Japão, localização indefinida (eventos anteriores)

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Faltavam apenas dois meses para a chegada do inverno, e nesse período pré-gelado, Nagasaki desabrochava em uma beleza avassaladora, ou pelo menos, estava mais próxima disso do que nunca.

Ezra estava absorto, recluso nos seus próprios pensamentos, recluso na sua vasta mansão solitária, que se erguia no coração das majestosas montanhas. Ele saboreava calmamente o charuto cubano, encontrando prazer no silêncio que envolvia o seu retiro.

Esse comportamento introspetivo não era surpreendente para aqueles que conheciam Ezra. Sempre fora hábil em ocultar as suas emoções, revelando pouco do seu mundo interior. No entanto, algo começou a incomodá-lo profundamente desde a chegada de Penélope.

Já tinha certeza de que se sentia meramente incapaz de deixar a pequena garota livre dos seus domínios, esse sentimento não lhe incomodou nenhum pouco à medida que foi vendo a sua possessividade crescendo cada vez mais, isso o agradava em proporções inimagináveis.

No entanto, não era apenas a possessividade que perturbava Ezra. Havia algo mais, algo intrincadamente ligado a Penélope, que o inquietava dia após dia. Era como se a sua chegada tivesse desencadeado uma série de eventos que ele não conseguia entender completamente.

Penélope não era a única peça em jogo nesse embate com Salvatore; a soberania de Ezra sobre a sua família e território estava sendo desafiada e subjugada. Essa era uma afronta que ele não poderia permitir, nem mesmo o seu próprio pai teria a audácia de minar a sua autoridade.

Para entender o contexto, é importante mencionar que Ezra desempenhava múltiplos papéis na sua vida. Além de ser um líder respeitado da família D'Artagnan, ele havia ultrapassado o seu pai, Enok, em habilidades assassinas e domínio de negócios. Ezra também reinava como uma figura proeminente no submundo grego. A sua supremacia era inquestionável e a sua influência, inegável. No entanto, nos últimos tempos, parecia que a sua autoridade estava sendo desafiada, e isso era algo que ele não podia ignorar.

Diante desse cenário, Ezra tomou a decisão de se afastar temporariamente da sua mansão em Atenas. Acreditava que esse afastamento era o melhor curso de ação no momento. Talvez também pudesse ser benéfico para a própria Penélope, que estava lidando com conflitos internos e emoções exageradamente dramáticas. Ezra não tinha a menor paciência para se envolver nos seus tumultos emocionais.

Ezra precisava de um tempo para si mesmo. Ele almejava organizar os seus pensamentos, traçar estratégias e preparar-se para os desafios que o aguardavam. Sabia que tinha que ser assertivo e impiedoso para proteger a sua família, seu império e sua própria posição.

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