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boa leitura.
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Inefável.

É encontrar alguém disposto a se entregar no meio desse mundo com pessoas pouco interessadas e com um grande medo de se apaixonar.

É aquela sensação de ouvir um álbum tão esperado por seu artista preferido, e querer compartilhar isso com alguém que ama. É como se chamam os dias bons demais para serem descritos com meras palavras.

É aquilo que se narra por suspiros e sorrisos.
Inefável.

Estar com Louis era assim, um complexo de emoções diárias que me abasteciam para viver feliz e me sentir desejado e principalmente, amado.

Meu ômega nunca foi alguém que usa as palavras para dizer o que está sentindo, pelo contrário. Sua forma de demonstrar sentimentos era por atos e toques. Então, conviver com ele era observar os mínimos detalhes. Seja a forma como ele me abraça quando chego no final da tarde, ou quando está silencioso e passa a maior parte do dia preso na estufa com nossa filhote.

Apesar de não parecer, ele é muito emocional. Não é preciso muito para fazê-lo chorar, seus feromônios são liberados em abundância nesses momentos.
É gratificante observar seu sorriso genuíno com gestos mínimos, como levar mudas novas de plantinhas que apenas ele entende, ou quando preparo algo que ele comente que está com vontade de comer. Seus olhos se fechavam, e pela pequena abertura era possível ver o brilho de suas íris azul safira, as pequenas ruguinhas abaixo de seus olhos e sua face se tornando tão delicada quanto as pétalas de uma rosa.

Constantemente me perguntava o que o fazia sentir-se tão surpreso. Na minha concepção era óbvio que ele merecia muito mais, tudo que eu faço não passa do mínimo que ele merece, ele já faz tanto.

Mas ele não ficava muito atrás no quesito de demonstrar com pequenas coisas, como nas vezes em que ele sabia que teria um dia cansativo pelo caminho e então deixava tudo preparado em casa, para que quando chegasse eu me permitisse descansar no cheirinho do meu ômega e da minha alfa no ninho. Tudo era muito harmonioso quando se tratava da nossa convivência.

Depois do aniversário da filhote na praia e do nosso primeiro "eu te amo" dito em voz alta (porque apesar de ambos nunca terem falado as palavras em si, as ações demonstravam), nossa ligação se encontrava intensa e às vezes assustadora. Não tínhamos a marca então era uma surpresa sentirmos um ao outro com tanta facilidade. Decidimos deixar a marca para um momento posterior, porque obviamente não iríamos nos separar
Não havia essa opção.

Apesar de tudo isso, não quero ser tudo para ele.

Não, isso não é o certo.

Quero ser apenas aquele que ele não trocaria por nada.

Quando conheci o Lou, tudo parou. Pela primeira vez tive minhas gengivas coçando ao sentir seu cheiro, e ao olhá-lo minhas pupilas dilataram como nunca antes. E as ações seguintes foram levadas por instinto e impulsividade, apesar disso não me arrependo de nada.

Talvez se tivesse deixado-o lá e ido embora nunca mais o veria, não teria uma filhote me chamando de pai, amigos novos incríveis e principalmente, meu soulmate.
Não gosto de pensar nessa possibilidade, é assustadora.

Amar sempre me assustou, a ideia de compartilhar a vida com alguém me fazia ter noites e noites de insônia. Vejamos, é difícil acreditar que alguém está realmente disposto a viver ao seu lado, com suas manias e todas as imperfeições, te ajudar e apoiar nas suas decisões e principalmente respeitar cada uma delas.
Talvez crescer ouvindo que o amor era doloroso e mentiroso tenha acarretado em meu medo. Vir de um lar onde aquele que deveria cuidar e amar a família era o oposto disso tinha feito minhas expectativas amorosas caírem.

look who's talking love! ls. || abo.Onde histórias criam vida. Descubra agora