O irreal pode ser mais real do que você pensa

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E se os monstros do seu armário, embaixo da cama, o que bate na sua janela toda noite ou até mesmo aqueles que aparecem nos seus pesadelos, sim os que você imagina, fossem reais? Como você se sentiria sabendo que tudo o que te assombra realmente existe e está com você toda noite mais perto do que você imagina? Essa é a estória de um menino chamado Ben que descobriu tudo isso da pior forma possível, vivendo.
Ben era um menino bem interessante, baixinho de cabelos pretos e olhos verdes, meio sozinho, tinha apenas seu pai cuidando de si e tinha dois amigos inseparáveis... imaginários. Nina, uma menina pequenina que cabia na palma de sua mão era hilária e sempre estava com ele e Rui, um garoto alto e ruivo, esportivo, ajudava Ben em seus deveres de casa e não aparecia frequentemente mas era muito legal. Isso era o que mais me interessava nele, como era fácil mexer com seu psicológico, mas... estou aqui só para contar oque vi.
Ele acordou com lágrimas nos olhos suando mais um pesadelo. Parecia que quanto mais ele crescia mais eles se intensificavam, ficavam mais frequentes, seu armário balançava toda noite e xacoalhava mais forte, a janela era arranhada e ouviam-se os toc-toc quando batiam nela, mas pra ele não batiam de verdade era sua imaginação, sua cama rangia cada vez que ele se mexia desconfortável sentindo algo bater embaixo dela. Seu pai nao acreditava e seu psicologo menos ainda mas ele sentia -sabia- mesmo tendo ignorado por anos. A noite era o auge, Ben não queria ir pra cama dormir mas se não dormisse podia ser pior.
Numa certa noite foi a pior!
Ele corria, corria o mais rápido que podia mas Ele era mais rápido. O estava alcançando Ben não conseguiria escapar, estava suado e cansado, sua respiração falhava ele precisava de ar... ar.

-Peguei.

Ele falou ao ouvido do menino.

Ben acordou assustado, mais um pesadelo mas dessa vez era diferente não parecia ter acabado, Ele estava ali parado a sua frente com seu enorme sorriso costurado e batendo suas enormes unhas afiadas na cabeceira da cama olhando fixamente para o menino sem piscar. Ele pensou em gritar mas seu pai acordaria e isso não seria bom então fechou os olhos com força.

Não é real, não é real.

Dizia a si mesmo mas tudo o que vinha a sua cabeça era Ele.

-Tem certeza?

Uma voz soou em sua mente, ele abriu os olhos assustado Ele ainda estava ali parado a sua frente batucando os dedos fazendo toc-toc mas essa barulho não era de seus dedos... era a janela as incessantes batidas que tanto o perturbavam a noite ecoavam pelo quarto fechado. A janela abriu e um alto menino entrou por ela, ele tinha um dos olhos faltando e seu enorme cabelo preto caia até a sua cintura ele tinha uma tesoura em mãos e sua blusa estava manchada de sangue nas pontas. Ben arregalou os olhos, era aquela tesoura que deixava marcas em seu vidro toda noite fazendo aquele barulho perturbador. Nessa hora seu armário começou a balançar e o garoto de cabelo enorme sorriu. As portas do armário foram praticamente escancaradas e uma menina saiu de la de dentro com uma serra elétrica desligada, ainda, em mãos, ela tinha um sorriso cínico no rosto que assustou mais a Ben, a garota o encarou com seus olhos sem retinas apenas o branco meio avermelhado e apontou a serra pra debaixo da cama de onde saiu a última assombração que atormentava o menino. Uma enorme sombra de olhos inteiramente vermelhos, seus dedos pareciam galhos enormes de árvores e a sombra se estendia até o teto do quarto.
Ben se segurava pra não berrar apenas chorava baixinho chamando por seus amigos imaginários, eles sim não existiam, eram criados por si mas os outro... eram apenas espíritos que resolveram atormentar um garoto incrivelmente fácil de brincar, mente fácil de se divertir, fraco psicológico, fraca fé.

Não é real, não é real, não é real...

Ben dizia pra si mesmo com as lágrimas escorrendo nas bochechas agora sem cor.

Será que não?

A voz Dele ecoou novamente por sua cabeça. Foi a última gota pra Ben gritar com todas as forças que tinha fazendo as luzes das casas de toda a vizinhança se acenderem. Seu pai deveria ter aceita do quando ele disse que era real.

Pois o irreal pode ser mais real do que você imagina.

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