Capítulo 02

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— E… ação!

Diana, ou melhor sua personagem Lolla, entrou dentro da igreja apontando uma arma para o reverendo interpretado por Robert Pattinson até encostar o cano da pistola na nuca do homem, enquanto Tom apontava uma outra arma, mas de frente.

— Não faça nada que vai se arrepender — disse o reverendo, ouvindo que ela havia engatilhado a arma.

— Por que não abaixam as armas, e vamos conversar sobre isso?

— Pode falar a vontade — disse Tom, com um sotaque do seu personagem Arvin Russell.

— Não foi minha culpa, e Lenora… era igual a garota dos Reaster's — disse Robert seguindo a linha do seu personagem — Ela não me deixava em paz. Mas quero que saiba que eu oro pela alma daquela garota, todas as noites. 

— Você ora pela alma do bebê dela também? — questionou Diana, seguindo o roteiro e fazendo com que sua voz soasse firme mesmo a cena mostrando que ela chorava.

— Eu não tive nada haver com aquilo! Ela veio até mim dizendo que engravidou de um garoto…

Tom o interrompeu:

— NÃO MENTE PRA MIM PORRA!

— As mentiras são dela! — esbravejou o reverendo — Ela colocou na cabeça que eu era o pai.

— POR QUE VOCÊ ERA! — gritou Diana, ainda trêmula e segurando a arma — Lenora me contou tudo, ela dizia sobre você e não é difícil juntar dois mais dois. Nenhum rapaz da região chegou perto dela como você chegou, nenhum. O bebê era seu, então você ora pela alma do seu filho?

— Que droga garota! Escuta aqui — ele se virou, ainda com dificuldades pela posição que Diana estava na marcação, fazendo com que ela recuasse poucos — Eu não vou assumir a culpa por uma criança bastarda, isso iria me arruinar. Você me entende?

— Não, não entendo homens nojentos como você — respondeu Diana.

— Olha, ela era delirante. Maluca, sabe?

— Não — respondeu Tom, fazendo com que Robert virasse para ele novamente — Ela só era solitária.

De acordo com a cena, Tom ainda tremendo acabou puxando o gatilho e com isso, o personagem de Robert caiu entre os bancos. Diana gritou com o susto, mas logo se recuperou quando viu que o homem tentava fugir pela parte de baixo, e atirou em sua perna fazendo gritar antes do tiro de Arvin ir em seu coração enquanto o reverendo gritava.

Tom estava ofegante e olhou para Diana que tremia, ele pegou a arma da mão da mulher e guardou junto com a dele após travar, antes de pegar a mão dela.

— Vai ficar tudo bem, me ouviu?

— Vamos sair daqui.

Os dois saíram correndo da igreja quando os dois ouviram a voz do diretor dizendo corta, e assim que voltaram para dentro do estúdio, todos aplaudiram a cena.

Robert se levantou do chão e abraçou Diana, ambos não se importando com o sangue falso, seguido de Tom que entregou um buquê para a atriz.

— Obrigado pessoal, vou sentir falta de todos — ela disse olhando a equipe, já que aquele era o seu último dia de gravação.

— Também vamos — Tom disse sorrindo de leve, acabando completamente com a áurea pesada que seu personagem carregava — De quem eu vou encher o saco agora?

Diana sorriu de leve e para não atrasar as gravações, saiu do estúdio dirigindo-se para o seu trailer.

Por ser alguém do elenco de peso, seu trailer era confortável com um banheiro que dava para tomar banho, e após realizar essa ação, ela sentou-se no sofá do trailer.

Ignorando as mensagens das redes sociais, Diana recebeu a mensagem de seu agente de uma casa na Rua Cornelia que estava para alugar.

Pela descrição era um lugar tranquilo e privado, perfeito para uma temporada longe dos olhos de todos.

A mensagem de resposta de Diana foi reservar a casa por três ou quatro meses, com pagamento à vista.

O local era muito bonito para ela deixar passar a oportunidade.

A resposta de seu agente veio instantes depois, dizendo que pegaria a chave ainda naquele dia, deixando tudo pronto para que ela pudesse ir direto para a casa assim que pousasse em solo nova-iorquino.

Com uma batida ritmada na porta do trailer, a atriz se levantou e abriu a porta, notando que Tom ainda estava trajado como Arvin, provavelmente saindo da pausa antes da próxima cena.

— Você ainda tá aqui, fiquei com medo de já ter ido embora — ele disse entrando.

— Eu tô esperando o carro, provavelmente vou para Nova York e ficar por lá.

— Ah — disse o britânico — E quando iremos nos ver então?

— Bom, eu tô alugando uma casa na Rua Cornelia e se você quiser, pode ficar um tempo comigo lá — ofereceu — É bem privada e, sei lá, quando quiser relaxar pode ir lá, vou ficar por uns quatro meses.

Tom se aproximou da garota, fazendo com que ambos ficassem bem próximos e pudessem sentir a respiração um do outro, bastando apenas um impulso para que os lábios se colassem.

E tanto Diana quanto Tom desejavam esse ato, mas parecia que ainda um véu invisível os impediam de tomarem uma ação definitiva, mesmo que o clima estivesse pintado por vários momentos e em diferentes situações.

O primeiro passo ainda não era dado, e Diana sentia que nunca iria neste flerte invisível.

— É um convite?

— Só se você transformar em um — ela disse sorrindo de lado, e pegou o boné da cabeça do rapaz — Vou sentir falta deste boné.

— Quer levar? Eu tenho mais quatro na figuração.

— E te dar problemas?

— Você não me dá problemas — disse o britânico e Diana sorriu, mordendo o lábio inferior — Não faz isso.

— Isso o que? 

— Você sabe o que faz comigo Di, não quero quebrar nossa linha e acabar com o bom que já temos.

Ela concordou a contragosto, sabendo que a maldita linha era o profissionalismo que eles poderiam perder, especialmente por terem feito um filme juntos.

Uma mensagem no celular de Diana anunciou que seu carro havia chegado, e pegando as coisas que estavam dentro de uma mochila, ela se virou para Tom, devolvendo o boné para a sua cabeça.

— O convite está aberto, te mando o endereço depois — ela sorriu de leve — Se cuida Holland.

Saindo carregando a mochila e as flores, Diana apenas olhou uma última vez para o britânico antes de deixar a área e ir até onde seu carro esperava.

Encaminhando a mensagem do endereço para Tom, ela bloqueou o celular e colocou no modo avião para não ter mais acesso com ninguém, já imaginando que ele não iria aceitar o convite.

Talvez fosse bom, ou ruim, ela não sabia ainda mas esperava que a estadia ajudasse a clarear seus pensamentos e o que queria para si.

E para seu coração.

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Notas da autora: Dez mil anos depois olha quem volta!

Juro que tô tentando deixar tudo bonitinho e trabalhar bem as emoções deles, por isso pode demorar um pouquinho, mas não vou abandonar a fic.

A primeira parte é do filme "The Devil All The Time" (O Diabo de Cada Dia), sugiro vocês darem uma assistida 😉

O convite foi feito, será que Tom aceita logo de cara ou vai demorar mais? Hmmm análise.

Me digam o que estão achando, quero saber de tudo!

Até o próximo! 💘

Cornelia Street - Tom HollandOnde histórias criam vida. Descubra agora