Já fazia algumas semanas desde que Colin me beijou na floresta proibida, desde então eu só o via de longe, ele me olhava e sorria e eu acenava para ele.
Estava tímida demais para me aproximar, mas eu o observava, os ferimentos se curando e dando lugar a novos, o semblante sombrio quando ele achava que ninguém o estava vendo.
A última aula daquele dia era adivinhação, e eu sempre ficava para ajudar a juntar todas aquelas xícaras, não era boa na matéria e isso me dava alguns pontos extra.
Quando ganhei o corredor, agora vazio, vi Colin parado na parede oposta, ele desencostou e caminhou ao meu lado ainda com as mãos nos bolsos.
- Oi.
- Oi, Colin.
- Como você está?
- Bem, e você? - eu apertava as mãos tentando conter a ansiedade.
- Bem - aquele sorriso de novo.
- Andou me evitando.
- Eu? Não. Eu não sabia se você queria ser vista comigo... esperei o quanto pude, mas senti saudade.
- Porque eu não ia querer ser vista com você?
- Você sabe...- ele disse de forma casual - o lance do sangue ruim e tal.
Eu parei no meio do corredor, encarando-o.
- Eu não sou assim, Colin.
- Nesse caso, Bunny...
- É Bonnie.
- Eu sei, mas te dei esse apelido depois de ver você como um coelhinho assustado fugindo do lobo.
- Você é um idiota.
- Eu sei disso também.
Ele andou até o outro lado do corredor e abriu uma das portas, fazendo sinal com a cabeça para que eu entrasse.
- O que tem ai?
- Eu não sei. Deve ser a sala de história da magia ou algo assim.
- Algo assim?
- Eu não faço essa matéria.
Eu dei de ombros e entrei na sala vazia, composta de varias mesas em forma de arquibancada e a mesa do professor é frente.
- Parece um teatro, ali poderia ser um palco. Você quer cantar? - Colin subiu no palanque em um salto.
- Eu não canto.
- Todo mundo canta.
- O que estamos fazendo aqui?
- Conversando - ele encostou na mesa do Professor e cruzou os braços a frente do corpo.
- Com frio?
- Não.
- Está mentindo... você nunca usa capa?
- Depois de alguns acidentes com portas e vasos sanitários, eu parei de usar.
- Está brincando?
- Na verdade não.
Nós rimos e eu me aproximei dando a volta e subindo no palanque pelos degraus laterais, me sentei ao lado dele ao que deu início á um longo silêncio.
- Tem sido um ano difícil pra vc, não é?
- Um pouco, mas eu fui petrificado no meu primeiro ano então acho que dou conta de uma escola tomada por supremacistas de sangue que querem a minha morte.
- Você leva tudo como piada?
- Não... mas se deprimir não adianta nada.
- Você podia ter ficado em casa esse ano, muita gente ficou.
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Valente - Collin Creevey
FanfictionQuando a escola é tomada por comensais da morte, uma puro sangue apaixonada por um nascido trouxa decide lutar por ela e por quem ama.