Capítulo 5

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Assim que cheguei na porta a Gárgula me deixou entrar, abrindo uma escada espiral até o topo.

Snape estava de costas, encarando um grande quadro com o foto do antigo diretor.

- Como você esta? - ele disse calmamente - se machucou?

- Não senhor.

Ele se virou me encarando com seus olhos frios e andou até mim devagar, eu sentia meu coração palpitar.

Snape costumava ser bom com os alunos de sua casa mas os últimos acontecimentos o deixaram distante e recluso, muita gente falava sobre seus atos a favor de Voldemort e isso me apavorava.

- Sente-se.

Eu obedeci, mesmo temendo o que viria a seguir.

Snape encostou na mesa a minha frente.

- O que houve com seu rosto?

- Eu caí.

- Parecem marcas de sapato.

- O corredor estava cheio.

Ele levantou a varinha e murmurou um feitiço, a queimação que eu sentia se dissipou, coloquei a mão sobre o rosto e notei a pele lisa e sem inchaço.

- Obrigada.

- Á que devo a visita, Srta. Selwyn?

- Porque nos ajudou? Contra os Carrow?

Ele suspirou e desviou o olhar para um horizonte invisível.

- Eu sei o que é amar uma pessoa como o Sr. Creevey... e sei o que é perder esse amor. Não desejaria isso á ninguém, muito menos a minha melhor aluna.

[Não desejaria isso á ninguém, muito menos a minha melhor aluna]

- Por isso estava lendo minha mente?

- Eu precisava saber se era real.

- E era? - eu o olhei esperançosa - eu realmente amo o Colin tanto quando eu acredito?

- Talvez ainda mais.

- E o que eu faço? Como ajudo ele?

- Se eu soubesse, ela ainda estaria viva.

- Sinto muito.

- Sabe que não pode mais ficar perambulando por aí, agora. Não posso te vigiar todo tempo.

- Sim eu imaginava isso, mas preciso achar Colin o quanto antes

- Não se preocupe com os garotos, eles estão bem.

- Onde eles estão?

- Eu não sei, mas procure por Neville Longbottom.

O homem se levantou e me ofereceu a mão que eu agarrei para me levantar também.

- Obrigada, diretor - eu pensei por um momento - mas o que o senhor fez, entrando em uma briga com os Carrow.

- Não se preocupe comigo, eu ainda estou acima deles.

Eu assenti e pulei dando-lhe um beijo na bochecha dele antes de correr para a torre da Grifinória.

Foi difícil ser atendida, eu bati e bati e ninguém apareceu, eles se recusaram a me atender o dia todo.

Os outros alunos iam e voltavam silenciosamente do jantar mas nenhum grifinorio. Uma coisa eu tinha que admitir, eles eram bem unidos.

Já passava do toque de recolher e eu já havia insistido muito com a Mulher Gorda, quando finalmente o garoto me atendeu.

- O que você quer?

- Você é Neville Longbottom?

- Não. O que quer com o Neville?

- Preciso achar Colin, e preciso agora.

- Você pode voltar e dizer para seus professores que não vamos entrega-lo, não importa o que façam conosco.

- Ninguém me mandou. Eu estou preocupada. Por favor...

Ele me olhou fixamente, me odiei por ter voltado a chorar.

- Eles foram embora.

- Por favor.

O quadro atrás dele se afastou mais.

- Espera, Dino - Gina Weasley apareceu na porta - ela estava lá, soltou a varinha quando percebeu que teria que duelar contra Denis.

- Ela é uma sonserina.

- Slughorn também, e ele esta do nosso lado.

- Eu estou preocupada com os Creevey.

- Tudo bem - Gina saiu para o corredor olhando para os dois lados - vem comigo.

Ela andou apressada, passando por portas trancadas e dando várias voltas antes de voltar pra um lugar perto do comunal.

- Espere aqui está bem?

Eu assenti e ela virou uma curva no corredor, ouvi vozes, cochichos.

Era estranho, não havia nada naquele corredor além de uma tapeçaria velha, mesmo assim, após alguns segundos Gina me chamou.

Atrás do tecido havia uma porta, estava aberta e havia um garoto do último ano ali.

- Entra, Colin está te esperando.

Eu não precisei de outra palavra, passei pelo garoto na porta e entrei em uma sala enorme.

Haviam pessoas ali que eu não fazia ideia que estavam em Hogwarts, tendas e redes penduradas e muitas conversas separadas.

[Haviam pessoas ali que eu não fazia ideia que estavam em Hogwarts, tendas e redes penduradas e muitas conversas separadas]

Parecia mais um acampamento de refugiados.

- Bonnie?

Me virei na direção da voz, Colin estava entre lençóis pendurados para parecer uma ala médica.

Eu corri até ele me jogando em seus braços em um abraço apertado.

- Ai, calma - ele disse sem separar nossos corpos - está doendo um pouco.

- Como você está? - eu segurei seu rosto inspecionando seus ferimentos - e Denis?

- Estamos bem.

Ele me levou para dentro das cortinas improvisadas onde o irmão mais novo estava deitado em uma maca, o menino levantou os olhos e sorriu antes de voltar a ler sua revista em quadrinhos.

- Eu fiquei tão preocupada.

- Me desculpe - Colin pegou minha mão, pela primeira vez seus dedos estavam quentes - achei que você estava bem atrás de mim, quando percebi que tinha sumido era tarde pra voltar.

- Tudo bem, Denis precisava mais de você do que eu.

- Tem uma novidade - ele pareceu entusiasmado - Harry está no castelo.

- Potter?

- É, está procurando alguma coisa, não sabemos ao certo o que é.

- Espero que ele encontre.

- Eu vou ajudar.

- Colin?

Ele colocou a mão no bolso e tirou uma moeda, a olhando com atenção.

- Temos que ir. Denis, levanta.

- Para onde vamos?

- Salão principal - ele sorriu daquele jeito despojado - as coisas estão melhorando, Bonnie.

Valente - Collin CreeveyOnde histórias criam vida. Descubra agora