a Seita

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Rapidamente a jovem camponesa sumiu por entre as árvores sem dar um segundo olhar para a grande mulher que continuava parada no mesmo lugar com o coração ainda acelerado.

Enquanto a lady caminhava de volta para a carruagem. Ela pensou em seguir a jovem camponesa pela floresta, mas com certeza ela não iria conseguir passar por entre aquelas árvores estreitas. Entrando na carruagem ela deixou o quadro em seu colo e o encarava com um sorriso nos lábios.

-Siga o caminho para o castelo - disse para o cocheiro que rapidamente fez com que os cavalos retornassem ao caminho em que estavam fazendo

Durante todo o percurso, a Lady não sabia o porquê de ter dado o primeiro nome para uma completa desconhecida, ela não pensou direito nisso, simplesmente saiu de seus lábios enquanto estava hipnotizada pela jovem moça.
Talvez ela não quisesse assustar a menina mostrando o lado sombrio da temida lady dimitrescu, com toda certeza ela não queria que a menina conhecesse esse lado, mas a quem ela queria enganar, não é possível esconder para sempre o nosso lado mais temível, uma hora ele sempre irá aparecer.

O céu já havia escurecido completamente, a luz da lua refletia em seu castelo no alto da montanha que parecia brilhar na escuridão de um céu sem estrelas.
A carruagem parou em frente ao castelo abrindo as portas para a Lady sair de dentro dela e entrar no local tão majestoso e sombrio carregando consigo o lindo quadro que havia ganho da jovem.

Assim que a lady entrou no salão principal, um enxame de moscas rapidamente a cercou e como um passe de mágica se transformou em sua filha mais nova, Daniela.

-Olá querida, o que fez de bom nesse tempo em que estive fora?- a mulher fez um leve carinho nos cabelos ruivos de sua filha mais nova.

Assim como a Harpista, Daniela também tinha cabelos longos e ruivos como fogo.
Cassandra, a filha do meio, tinha cabelos pretos, tão escuros quanto a vastidão do céu durante uma noite sem estrelas.
Já Bela, a filha mais velha, tinha os cabelos tão claros como os raios de sol que passam pela janela em uma manhã calma.

-Li um livro novo mamãe - Daniela se afasta um pouco sorrindo para a lady

-Que ótimo, querida...onde estão suas irmãs?

-Bela está na estufa mexendo nas plantas e Cassandra provavelmente está atrás de uma das servas.

A Lady se afasta um pouco de Daniela, segurando o belo quadro que a camponesa a presenteou, indo em direção às grandes escadarias de madeira com detalhes em ouro esculpidos pelo mais habilidoso artesão daquela pequena vila.

-Mama?

-Sim, querida?- Alcina para no começo da escada e olha para sua filha.

-O que é isso em sua mão? -Daniela com seu espírito de curiosidade se aproxima de sua mãe.

-Um quadro que ganhei de uma amiga da vila. - diz simples voltando a subir as escadas deixando sua filha no começo dos degraus confusa.

-....entendi- Daniela se afasta indo de volta para o quarto estranhando sua mãe, já que a mesma não possui amigos pela vila.

A Lady ao subir as longas escadas, caminhou lentamente até o quarto sendo seguida por uma das servas que carregava em uma bandeja sua taça de vinho e uma garrafa do Sanguis Virginis da sua melhor safra de seu vinhedo.

Entrando no quarto, colocou cuidadosamente o quadro em cima de sua penteadeira de madeira esculpida com pequenas flores, tirou seu colar perolado o guardando em uma caixinha de baixo do espelho da penteadeira.
Ela sentou-se em um grande divã vermelho como sangue que se encontrava perto da enorme janela que continha vitrais vermelhos em seu topo e ficou observando a floresta iluminada pela luz da lua.

A camponesa Onde histórias criam vida. Descubra agora