Promessa.

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Duas semanas. Faziam mais de duas semanas que Hoseok não dava as caras.

Remexendo-se na cama, Taehyung fungou e coçou com as costas da mão seu nariz avermelhado, que estava irritado desde o dia passado; parecia que estava doente ou que pelo menos iria ficar. Sentando sobre a cama, o Kim olhou o relógio digital de seu celular e constatou que era mais de uma hora da manhã.

Não se importando com o horário, o Kim ficou em pé e apanhou seu travesseiro e seu cobertor com raiva, calçando uma pantufa e saindo de casa. A noite estava fria, e haviam poucas estrelas no céu, avisando que talvez logo começaria a chover. Caminhando para a rua atrás de sua casa, Taehyung parou em frente a uma moradia pequena, velha e com um mini jardim na frente. Andando em passos pesados a porta alheia, só faltou Taehyung arrombá-la, já que bateu tantas vezes em poucos segundos.

Ouvindo passos e depois notando a maçaneta mexer de um lado para o outro, o Kim cruzou os braços e esperou que Hoseok lhe atendesse.

— Que merda você faz aqui? — Taehyung já tinha esperado ser recebido desse jeito.

— Sai da minha frente. — Taehyung empurrou o Jung para o lado e adentrou na casa, caminhando até o quarto e jogando-se na cama.

— Mas que porra! Sai daqui agora! — Hoseok chegou no quarto expulsando.

— Me deixa, Hoseok. — Taehyung fungou, embolando-se nas cobertas.

— Taehyung, você não tem o direito de entrar na minha casa sem a minha permissão!

— Eu paro de fumar, tudo bem? Você nem precisa transar comigo também. Vem, deita aqui.

— Fora.

— Não. — Silabou.

— Kim Taehyung, eu vou ligar para a polícia! — Ele ameaçou.

— Para ela chegar só amanhã? — debochou. — Saiba que eu não irei levantar daqui.

— Kim Taehyung, eu não te quero na minha casa. Dá o fora, porra!

— Por quê? Arranjou um namorado novo? — Riu. — Essa casa é minha também, eu venho e saio na hora que bem entender.

— Desde quando!? Eu que pago as contas!

— E eu moro aqui há mais de cinco anos.

— Você não mora aqui.

— Vai se fuder, Jung. — Revirou os olhos, logo os fechando e planejando dormir. — Ai, caralho, solta a coberta! Solta!

— Eu não quero um fumante e cachaceiro dentro da minha casa! — gritou.

Bufando, Taehyung puxou o Jung para deitar consigo, prendendo-o em seus braços.

— Me solta, Kim!

— Você é tão bravo, meu amor. — Passou a perna pela cintura alheia.

— Eu vou gritar!

— Grita. Eles vão pensar que você está dando essa bundinha gostosa para mim.

— Taehyung, eu te odeio!

— Tudo bem, vamos dormir.

— Eu não quero dormir com você, merda!

— Hoseok, aigoo! Pare de se mexer!

Ficando aliviado quando o Jung finalmente ficou quieto, Taehyung logo rolou os olhos quando passou a receber tapas no ombro. E, puta merda, Jung Hoseok tinha uma força exótica.

Segurando os pulsos do menor, Taehyung não perdeu tempo em beijá-lo, sabendo que aquilo o deixaria perdido por alguns minutos. Bingo! Notando Hoseok lhe olhar desnorteado, Taehyung beijou seu maxilar e outra vez estava selando aqueles lábios tão chamativos e bonitos.

— Para, Tae, você está resfriado e com gosto de cigarro!

— Isso é culpa sua. — O Kim murmurou, abraçando o peito de outrem.

— Minha!?

— Sim. Parou de cuidar de mim, começou a transar com o menino do morro, e acabou de dizer que me odeia.

— Primeiro; você tem idade o suficiente para saber tomar as devidas decisões certas. Segundo; que merda, quem te disse isso!? E terceiro; sim, eu te odeio.

— Como assim "quem te disse isso"? A porra do morro todo sabe que você está dando para aquele filho da puta mauricinho!

— Ele é mó passivo, seu idiota! — Hoseok estapeou o braço de Taehyung novamente. — E ele é só meu amigo!

— Passivo!? Passivo onde!?

— Cale a boca, Kim Taehyung! Eu não te devo satisfações!

O Kim suspirou fundo, tentando reorganizar os pensamentos.

— Aquele metido é só o seu amigo mesmo?

— É, porra.

— O Jungkook estava querendo dar para ele, que merda. — resmungou. — Ainda bem que ele é versátil. — Negou lentamente com a cabeça, voltando a focar sua atenção em Hoseok. — Cuida de mim, vai.

— Ninguém mandou você não me ouvir!

— Mas agora eu juro que vou te ouvir, querido...

Metal em forma de cristal.Onde histórias criam vida. Descubra agora