Capítulo 1

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Capítulo 1

Pov. Draco

Eu estou entediado, tudo nessa cidade está tão calmo ultimamente. Não ouve mais nenhum assalto ou assassinato, eu sinto falta de ter pescoços para cortar.

Não pense que eu sou um psicopata ou algo do tipo, eu apenas sou um mafioso que preza por uma cidade segura e sem crimes. Mas isso não quer dizer que eu não possa cometê-los.

Pense bem, eu tenho uma mansão bonita, posso ter todos os carros que acho bonitos e as mulheres e homens dessa cidade comem na palma da minha mão. Não é que eu não goste dessa atenção que eles depositam em mim, eu realmente gosto.

Mas eu sou um alfa lúpus, eu preciso encontrar minha alma gêmea pra me sentir completo. É como se algo estivesse fora do lugar e eu não conseguisse ajustar sozinho.

Entenda que, mesmo eu sendo um mafioso perigoso que mata pessoas, eu ainda tenho sentimentos. Muitos pensam que eu apenas quero ter alguém para me satisfazer, mas isso está totalmente errado. Eu espero encontrar meu ômega desde que soube que era um alfa lúpus.

Mesmo não o conhecendo ainda, sinto que não posso me relacionar oficialmente com outras pessoas. Óbvio que eu transo com quem eu quiser, mas isso é diferente.

Em meus planos eu pretendo mimar meu ômega e dar a ele tudo que for possível, e o que for impossível também.

Eu me sinto atraído por ambos os sexos, o que dificulta ainda mais minha procura, já que ela, pode também ser ele.

Mas voltando aos assuntos atuais, eu tenho em mente um plano para me divertir. Não é porque eu tenho dinheiro que isso signifique que eu estou sempre ocupado.

Agora no momento eu estou sentado em minha poltrona, no meu escritório, na minha mansão. Tudo é meu e mesmo assim eu preciso de algo para me distrair.

Meu hut foi há menos de dois meses e o ômega que transou comigo nesses dias foi atado há um mês. Mesmo sabendo que se eu chamasse ele viria, não quero causar traições.

Então nada melhor do que planejar um assalto. Eu sei que isso atrapalha na organização da cidade, mas não pretendo fazer algo muito grande.

Fiquei sabendo que um shopping novo foi inaugurado alguns dias atrás, ficou bem famoso pela boa localização. É claro que eu já sabia que o mesmo estava sendo construído, já que tudo nessa cidade precisa da minha assinatura para poder funcionar.

Liguei para Blaise, um dos meus capangas que é meu melhor amigo. E como eu já esperava ele concordou em fazer o assalto comigo, mas me convenceu a levar mais alguns caras para ajudar.

Mesmo sabendo que não iria fazer algo grande, até porque não é como se eu precisasse fazer um assalto para sobreviver, eu concordei.

Marcamos então o assalto daqui a três dias, em exatos vinte e três de julho, às duas da tarde. Escolhemos esse horário pelo local não ser tão movimentado na parte da tarde, já que seria domingo e a maioria da população passava as tardes com suas famílias.

Eu já estava ansioso, mesmo sabendo que faltavam três dias não pude deixar de arrumar todas as coisas que seriam necessárias. Levaria apenas uma pistola calibre vinte e oito, não pretendendo usá-la, coloquei apenas cinco balas na mesma, peguei também meu capuz preto que só deixava meus olhos à vista. Obviamente não esqueci do meu amuleto da sorte, um pequeno colar de esmeralda, da cor verde.

Verde realmente era uma cor magnífica e eu espero que minha alma gêmea tenha olhos dessa cor. Mesmo eu sabendo que não posso decidir as características da pessoa que ficaria comigo para o resto da vida, eu gosto de sonhar e pensar sobre isso.

Em meus pensamentos eu quero um rapaz ômega com olhos verdes, cabelo castanho e um cheiro doce, mas não demais para não ser enjoativo. Espero que ele me ame de volta, mas se ele for ela eu a amarei também.

Me inspiro muito no relacionamento que meus pais tiveram, eles eram felizes na maioria do tempo. Lucius e Narcissa eram os seus nomes, eles se amavam de verdade, viviam pelos cantos da casa aos carinhos e amassos. Eu nunca tive irmãos, não que eu quisesse ter crianças correndo pela casa, mas seria bom ter tido alguém para passar o luto comigo.

Mas sem nenhum motivo aparente, uma noite eu acordei com os gritos de minha mãe. Não deu tempo de chegar até a sala e salvá-los. Quando cheguei lá eles já estavam mortos, estirados no chão cheios de sangue. Theo os matou, era meu melhor amigo naquela época, mas eu soube que ele nunca passou de um manipulador de merda que usou nossa amizade para atingir minha família.

Para uma criança de apenas quinze anos isso foi difícil de superar, eu havia perdido tudo que era importante para mim. Além de perder meus pais eu tinha perdido o garoto que eu chamava de melhor amigo. Naquela época eu contaria minha vida a Theo e salvaria a dele, mesmo que isso significasse colocar a minha vida em risco.

A partir daquele dia eu jurei que vingaria a morte dos meus pais e que faria Theo pagar por tudo que eu sofri. Até hoje eu não consegui localizar aquele tremendo filho da puta, mas todas as noites eu ainda o procuro. Quando ele menos esperar, eu estarei lá e arrancarei seu coração, igual ele fez com o meu quando me usou para seu próprio bem.

Eu não ligo se ele precisava cometer aquele crime para salvar sua própria família, eram os meus pais naquela noite.

Eu saio desse devaneio quando escuto alguém bater na porta do escritório. Apenas falo que a pessoa pode entrar.

— Está tudo pronto pro assalto, Draco.

Ouço Blaise dizer e me animo, afirmo com a cabeça e vejo o mesmo sair pela a porta. Até que enfim meu tédio irá acabar, só preciso esperar mais três dias e ficará tudo bem. Ao menos é isso que eu penso.

Crime Favorito | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora