𝘼𝙙𝙙𝙘𝙩𝙞𝙤𝙣 | marichat

Quem Um Dia Eu Fui

Notas iniciais da Autora

Opa, fiquei um tempinho sem postar, mas em compensação, tem um capítulo bem grande aqui.

Obrigada desde já pelas pessoas que estão lendo e comentando nos capítulos, eu fico muito feliz. ><

Boa leitura :]

- • 🥀 • -

Marinette

- VAI FICAR INCRÍVEL EM VOCÊ, JULEIKA! - Rose grita em uma empolgação tão grande que sinto que vou ficar enjoada.

- Olha Rose, me desculpa, mas você não vai fazer eu usar um vestido com um unicórnio gigante nem morta! - a voz levemente embravecida de Juleika se faz presente no ambiente.

- Do que estão falando? - pergunto enquanto adentro a sala de artes e largo minha mochila no chão.

- A Rose quer que eu engula um vestido de unicórnio pro baile de inverno.

Merda, o baile.

Estou com a cabeça tão fora de órbita da minha vida principal que esqueci completamente.

Pela expressão que faço, elas logo percebem meu despreparo.

- Nossa Marinette, estou surpresa que não tenha se lembrado, você sempre se anima no fim do ano pra desenhar um novo vestido. - Rose diz em algumas risadas enquanto cruza os braços.

- Também 'tô' surpresa, era tanta empolgação que você quase estava implorando para desenhar o vestido de todas nós.

Isso foi no primeiro ano, eu tinha treze anos e era obcecada por moda, pelas modelagens, os tecidos que os compõem, e principalmente, rabiscar ideias e ideias que um dia uma pessoa colocaria em seu corpo.

Não tive muita paciência para isso desde que perdi os Miraculous, nem tempo e nem ânimo.

- É... infelizmente não estou conseguindo dar conta de tudo, minha mente simplesmente esqueceu de desenhar um vestido.

- Oi? Você é a Marinette mesmo? - Rose diz em tom de brincadeira. - Você anda tão estranha ultimamente que... - uma risada ameaça sair de seus lábios enquanto termina a frase, mas Juleika é mais ágil e lhe defere uma cotovelada, uma forma mais brusca de dizer que deve calar a boca.

E eu a agradeço em silêncio.

Não me recordo se em algum momento as outras pessoas da sala ficaram sabendo sobre o fora que Adrien me deu, mas eu não devo isso eles, eles que me devem respeito pela forma como tenho me sentido nesses dias. Está evidente, não é hora para gracinhas.

- Nunca seremos os mesmos que fomos ontem, Rose. - digo enquanto agacho até minha mochila e pego minha garrafa. - Talvez tenha uma noção disso quando sair do mundo cor-de-rosa.

Me retiro da sala sem ver a reação de Rose, mas sei que deve estar enojada.

Não sou de dar respostas de graça, isso nunca funcionou pra quem sou de fato.

Ou como eu mesma disse para Rose:

Quem um dia eu fui.

Mas acho que nem mesmo sei mais quem eu sou.

Não importa.

O bebedouro é duas salas longe da sala de artes, mal percebo quando chego até ele, assim como nem se quer noto que a água já está transbordando pela boca da garrafa. A tampo e retorno a andar, para qualquer lugar que não seja a sala.