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ɴᴇᴍ ᴛᴜᴅᴏ ᴇ ᴏ ǫᴜᴇ ᴘᴀʀᴇᴄᴇ

Aviso: esse capítulo contém descrição gráfica de: sangue, morte. (vou tentar deixar o menos detalhado possível, eu sinto que pra um terceiro capítulo tantos detalhes não seriam bons, mas já aviso que eu não planejo censurar tanto as coisas no futuro.)

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Passaram-se pelo menos duas horas desde que eu entrei nessa sala e estava respondendo as perguntas do Operador sobre a Fundação. A maioria delas eram sobre as patrulhas dos guardas, quantos guardas tinham, onde estavam as câmeras. Um copo de água descansava na mesa a minha frente já vazio, uma folha onde estavam sendo feitas anotações tomou o lugar daquela pasta de arquivos com meu nome.

—Por enquanto isso deve bastar. Masky vai te guiar de volta para a enfermaria, descanse um pouco e então logo começará seu treinamento. —Slenderman gesticulou e o homem de máscara branca concordou saindo de sua posição e indo até a porta

Eu concordei brevemente com a cabeça e respirando fundo eu me levantei da cadeira, minhas mãos ainda estavam tremendo, minhas pernas pareciam gelatina e ainda assim de alguma forma eu consegui caminhar sem tremer até a porta e passar por ela mas no momento em que a porta se fechou minhas pernas ameaçaram ceder. Minha mão agarrou com força uma das pilastras de sustentação ao ponto dos nós dos meus dedos ficarem brancos para não deixar meu corpo cair.

Não ainda, não na frente de qualquer um deles.

—Se você continuar enrolando vou te deixar voltar sozinha.

Eu lancei um olhar rápido para Masky e fiz o meu melhor para me recuperar e seguir atrás dele quando ele voltou a andar. Ele andava rápido e eu tinha uma teoria de que ele estava fazendo isso de propósito para que eu não pudesse andar ao seu lado.

Quando finalmente chegamos no lance de escadas minha mão praticamente voou para o corrimão, cair uma vez era feio, cair duas vezes era pura humilhação e então eu desci com calma mas ao mesmo tempo em um ritmo em que eu não ficaria muito para trás. Conforme Masky avançava pelo corredor de portas eu dei o meu melhor para olhar ao redor e tentar memorizar o máximo de informações possíveis. Nunca se sabe quando eu precisarei andar por aqui sozinha, o que se dependesse do homem que andava na minha frente aconteceria nesse exato momento.

Muitas das portas tinham uma pequena plaquinha pendurada com algum nome estranho e um enfeite, até agora o nome mais "normal" que eu consegui encontrar foi o de alguém chamado Nina com algumas borboletas pintadas na madeira. Em partes eu era grata a forma rápida como o homem à minha frente andava em um ritmo rápido, isso significava que eu não teria que ficar tanto tempo em sua presença e que eu estaria de volta em um lugar minimamente seguro mais rápido, ainda assim, eu queria ter tempo de poder absorver melhor as informações que essa casa tinha em seus corredores para não me perder em um futuro.

Virando em um dos corredores eu precisei girar em meus calcanhares para o lado desviando de alguém que estava correndo pelo corredor, minha mão agarrando seu braço por puro reflexo e instinto quando a pessoa ameaçou cair no chão tendo que abaixar o olhar para finalmente ter visão de quem quase me derrubou.

Era apenas uma criança.

Seus grandes olhos verdes olharam para meu rosto e então para minha mão que segurava seu pulso, eu precisei piscar algumas vezes para me livrar da confusão que se instalou por um momento até que minha outra mão segurou seu braço oposto e eu a coloquei apropriadamente de pé no chão?

—Você está bem? —Eu me abaixei até ficar na altura do rosto da criança olhando para seus braços para ter certeza de que minhas unhas não a machucaram, ela ainda parecia um pouco atordoada mas não parecia realmente machucada. —É perigoso correr assim– —Meu estômago embrulhou no segundo que finalmente olhei de perto seu rosto.

Espiando Através das EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora