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Um toque em meu ombro me fez pular, e me mover mais rápido do que meu estado atual me permitia, agarrando com força a mão que estava sobre meu ombro e a afastando para então olhar para o lado e ver quem era.
— Você não deveria se levantar ainda. — Saber que está segura e se sentir segura são coisas diferentes e ver aquela máscara azul tão familiar definitivamente me trazia uma sensação de segurança. Meu corpo relaxou no mesmo segundo, assim como o aperto que eu exercia em seu punho, o soltando e suspirando logo depois.
Bom, eu ainda não havia esquecido que ele literalmente colocou sonífero na minha comida, mas isso é história pra um outro momento.
— Eu estou bem. — Minha voz saiu mais rouca do que eu gostaria, me fazendo torcer o nariz em desgosto. — Água.
— Você estava parecendo um queijo suiço quando chegou. — EJ negou com a cabeça, se afastando e então pegando um copo de água, me entregando logo depois. — Honestamente, eu achei que você não iria acordar. Não apenas eu, mas os proxies também.
Eu o encarei por um momento em completo silêncio, bebendo minha água com calma enquanto a pequena piada que ele havia feito quase me fez cogitar pular daquela janela. — Desde quando você faz esse tipo de piada?
— Não foi uma piada, você literalmente estava toda esburacada. — Ele explicou, contornando a cama em que estava e se sentando em um banquinho, de frente para a cama, quase como da primeira vez em que eu acordei nesse lugar. — Como você está se sentindo?
Eu hesitei em responder, fechando os olhos e demorando um segundo para abri-los outra vez, céus, agora que eu estava relaxada eu me sentia tão exausta, não apenas por ter todo aquele peso tirado de meus ombros mas por finalmente poder relaxar em segurança. Suspirando outra vez eu neguei com a cabeça, voltando minha atenção para responder a pergunta de EJ.
— ...como se um caminhão tivesse passado por cima de mim. — Eu levei minha mão livre até minha testa e então a pressionei um pouco, tentando ignorar a dor de cabeça e cansaço que eu estava sentindo.
— ...Compreensível. — Jack fez uma pausa, pegando uma prancheta que estava sobre o criado mudo ao meu lado e uma caneta de seu bolso, anotando algumas coisas logo depois. Isso deixava um gosto amargo em minha boca. — Seus ferimentos doem?
— Hm... não. Alguns latejam, mas não doem. — Por fim, eu terminei de tomar minha água, deixando o copo de lado e voltando minha atenção para EJ. — Jack, tinha um pen-drive dentro da camisa de força que eu estava usando, o que aconteceu com ele?
O médico levantou a cabeça, me encarando por longos segundos e então deixando sua prancheta de lado para pegar novas bandagens, gesticulando para que eu estendesse meu braço e assim o fiz, resultando em eu torcendo o nariz para ele.
— Não ignore minha pergunta.
— Não estou ignorando, só estava contemplando o quão... como eu posso dizer... surpreendente — Ele fez uma pausa, como se não estivesse contente com a palavra que pronunciou. — é o fato dessa ser a primeira coisa com a qual você se preocupa logo depois de acordar.
— Você tem certeza de que acha isso surpreendente?
— Não.
Sua resposta foi curta e direta, deixando de prestar atenção em mim para prestar atenção em cuidar dos meus ferimentos; limpando e trocando os curativos.
— E então?
— O pen-drive foi entregue ao BEN. Ele sofreu alguns pequenos danos, mas era o esperado, ele está trabalhando para recuperar todos os arquivos e então entregar ao Slenderman.
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Espiando Através das Estrelas
Non-FictionApenas uma história minha sobre a minha DR de Creepypasta. A forma de narração pode parecer fantasiosa mas é a única forma que eu aprendi e sei escrever desde sempre e eu não planejo mudar isso. Eu estou apenas narrando coisas que aconteceram comigo...