Uma nova Targaryen na corte

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I'm everything you can't control

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I'm everything you can't control.

Eles diziam para Saera que a menina mudara após a morte da mãe, mas era dificil sentir que mudara quando as memórias da mãe desvaneciam conforme o tempo passava e os momentos finais se mantinham tão vividos. Como podia sentir tamanha tristeza em tão tenra idade? Ela lembrava da felicidade dos beijos da mãe, então dela no chão. Saera compreendia que ela não levantaria novamente, então a mudança começara nela, mas não foi sua mãe quem cravara uma faca final em seu coração para matar sua felicidade infantil.

Fora seu pai.

Saera jamais conhecera Daemon Targaryen, mas ouviu a sua voz aquela unica vez. Ela ouvira um dos protetores de Lady Jeyne falando com a esposa sobre a presença infame do viúvo de Rhea Royce. Eles falaram sobre a coragem dele de aparecer ali para tentar reivindicar a herança de Rhea, como se ele tivesse algum direito sobre e, por um tolo momento, Saera achou que falassem dela. Tinha apenas cinco anos e não compreendia que a herança de Rhea não era apenas ela, mas toda Pedrarruna. Os Royce eram os maiores vassalos da casa Arryn e suas posses não eram poucas, assim como homens e seu castelo.

Saera correra pelo Ninho da Aguia, buscando qualquer assomo de cabelo platinado, então encontrou. Ela hesitou, com as vozes exaltadas que ouvira, mas de costas contra uma pilastra não podia ouvir nada além da risada desdenhosa de um adulto.

Tinha ouvido Aerion irritado.

— Então, você é o bastado da prostituta que a vaca da minha esposa adotou. — O homem dissera e havia uma frieza desdenhosa em sua voz.

—Você não me ofende ao me chamar de bastardo ou minha mãe de prostituta, pois não há decência suficiente para usar tal coisa como ofensa. Sua filha está em algum local do castelo, mas você passou os últimos anos procurando prostitutas e guerras e agora aparece para tentar tomar o que pertence a ela? — Aerion falava alto e Saera estremeceu. Jamais ouvira com raiva ou exaltado. Ele era calmo, ocasionalmente melancólico, e cabia sempre a ela leva-lo a aventuras. — Pedrarruna é de Saera e você não merece a filha que tem.

— Eu não vou ouvir sermão de um moleque bastardo que se acha grande coisa. — Daemon parecia se afastar, mas Saera ouviu Aerion cuspir.

— O bastardo valoriza mais tudo que você deu as costas por ser um príncipe mimado e inconsequente. — Ela ergueu as mãos para o rosto e ouviu uma comoção quando alguém continha Daemon e gritava que o garoto tinha apenas dez anos. A voz de Aerion não soou enquanto o príncipe gritava que iria espanca-lo, mas a bagunça se acalmou aos poucos, então Saera ouviu a risada do pai novamente.

Saera queria sair para defender Aerion, queria ver o pai, queria que eles não estivessem brigando, mas estava congelada.

— Ele deve se achar um Targaryen. O que você quer, moleque? Planeja tentar retomar as tradições que sua mãe cuspiu e dormir com minha filha para se sentir um Targaryen real? Boa sorte. Sempre disse que ovelhas são mais bonitas que mulheres do vale, mas Rhea era especialmente repugnante, aquela vaca de bronze inconsequente. Ela não percebeu mesmo o que faria ao criar um bastardo Targaryen sob o mesmo teto que sua filha legitima? Se você quer a bezerra, faça bom proveito. Eu não quero nada desse local, nem as terras e nem aquela garota. — Saera caiu de joelhos no chão, as lagrimas descendo pelo rosto... Ela não compreendia totalmente varias coisas que Daemon falara, mas compreendera bem a rejeição. — Faz sentido que a garota com nome de prostituta termine com o bastardo desta.

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