Capítulo 2

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Sete horas depois, eu ainda estava no caso com o Dr. Jin. Os exames de Seo-Yun já estavam prontos e, surpreendentemente, não mostraram nenhuma irregularidade. Tudo estava normal. Concluímos que as dores no peito provavelmente eram resultado das convulsões, já que os batimentos cardíacos aumentavam a cada crise.

— Oh, minha filha, papai e mamãe já estão aqui. Como ela está?

— Olá, Seo-Yun está um pouco grogue por conta da tomografia, mas está estável.

— O médico da nossa família nos disse que convulsões assim não acontecem do nada. Ela pode ter alguma lesão ou algo do tipo. Ele até mencionou que, em alguns casos, é preciso cirurgia. Estamos muito preocupados.

— Senhor, por favor, tente manter a calma. Ainda estamos analisando todas as possibilidades, e a neurologia já está envolvida no caso. Vou buscar mais informações e voltarei para explicar melhor. Não sou a médica responsável sozinha.

Saí do quarto da paciente em busca do Dr. Kim Seok-Jin. Quando o encontrei, ele estava prestes a entrar em uma cirurgia.

— Dr. Jin, poderia me auxiliar com os pais da paciente? Não sei como abordá-los sem deixá-los mais nervosos.

— Dra. Kim, me chame de Dr. Jin, por favor. No entanto, esse caso agora está com a neurologia. Você continuará nele, mas o Dr. Jeon, o chefe da neurologia cirúrgica, está responsável por esse próximo passo. Procure-o para obter as informações mais recentes.

— Obrigada, Dr. Jin.

Com a indicação de uma enfermeira, segui até o terceiro andar, onde encontrei a recepção da neurologia. Lá, pedi informações sobre o Dr. Jeon, e a recepcionista indicou um grupo de médicos conversando.

— Bom dia, por gentileza, estou à procura do Dr. Jeon.

— Bom dia, doutora Kim. Sou o Dr. Kim Tae-Hyung, e esses são os doutores Min Yoon-gi, Jung Hoseok, Park Ji-Min e Jeon Jungkook. Em que podemos ajudar?

— Um prazer conhecê-los. Estou envolvida no caso da paciente Seo-Yun. Preciso falar com o Dr. Jeon, pois os pais estão preocupados sobre a possibilidade de uma cirurgia. Como estou começando minha residência, ainda não me sinto confiante para dar essas respostas sem o apoio de alguém mais experiente.

— Olá, doutora Kim — uma voz familiar surgiu atrás de mim. — Acho que já nos vimos antes, não?

Meu estômago deu um nó. Era Dr. Jeon. Eu nunca o imaginei no hospital... e agora ele estava ali, diante de mim.

— Ah, doutor... sério? Deve ser um engano — tentei desconversar, sentindo o rosto esquentar.

— Bom, meus amigos, o dever me chama. Até mais tarde. Doutora Kim, vamos?

Caminhamos lado a lado até o elevador. Meu coração batia acelerado, mas tentei me manter firme.

— Podemos conversar? — ele perguntou, olhando-me de lado.

— Estou ocupada, Dr. Jeon — respondi, mais rápida do que pretendia.

— Dr. Jeon? Hoje de manhã era só Jeon...

— Dr. Jeon, vamos fingir que nada aconteceu.

— Nada aconteceu? Como assim? Que você dormiu comigo ontem à noite ou que me expulsou de manhã? São lembranças que eu prefiro guardar.

Eu parei no meio do corredor, sem acreditar no que estava ouvindo.

— Não, sem lembranças. Eu não sou mais aquela garota do bar, e você não é mais aquele cara metido a bad boy. Aquilo não existiu, tá bom?

Batidas do meu coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora